MASP

Atlântico afro-funk: música, periferia e resistência

24.11 | sáb | 10h-18h

O ciclo de Histórias Afro-atlânticas no MASP constituiu-se de exposições monográficas de artistas cuja obra é atravessada por debates raciais e, ainda, de uma grande exposição coletiva que sintetizou o tema abordado ao longo do ano. As exposições e também os programas públicos e de mediação abordaram temas ligados aos fluxos e refluxos entre a África, as Américas, o Caribe e a Europa e basearam-se na ampliação de perspectivas e de olhares sobre diferentes períodos históricos, territórios e linguagens artísticas. 

O último encontro do MASP Professores do ano de 2018, Atlântico Afro-funk: música, periferia e resistência, tem como mote as manifestações de arte e cultura da periferia como ferramentas de afirmação e valorização da identidade negra. Música, festa e dança de rua sobem ao palco do auditório do MASP em uma discussão sobre protagonismo, comunidade, redes de trocas e aprendizagem.

CONVIDADOS 
Palestras matinais: Renata Prado e Ana Lúcia Silva e Souza, com mediação de Guilherme Botelho.
Conferência da tarde: Luana Hansen, com mediação de Katiara Oliveira.

Cronograma do encontro:

10h às 12h30: introdução + palestras matinais
12h30 às 14h: horário de almoço
14h às 15h45: conferência
15h45 às 16h15: café e confraternização
16h15 às 18h: horário de livre visitação das exposições.
*Todxs os participantes ganharão ingressos gratuitos para visitar as exposições até o final do dia.

Público: professorxs, educadorxs e interessados em geral.
 
Atividade gratuita

Inscreva-se clicando aqui

Programa

10h às 12h30 - Do rap ao funk: música é arma 

Reexistência: letramentos e identidades na cultura hip-hop
 
A conversa tratará dos modos pelos quais a população negra tem se inserido e inventado vidas nos espaços educativos. Destacará a cultura Hip Hop e suas múltiplas linguagens como dimensão potente para visibilizar afirmações experimentadas na diáspora. A fala compartilhará aspectos vindos de processos formativos, de pesquisas e ativismos que, dentro e fora da escola, tem permitido ampliar os olhares sobre as reexistências que, ruidosamente, desafiam as interdições sociais, aprendem e ensinam a sustentar a vida nos territórios periféricos dos Brasis.

Com Ana Lúcia Silva Souza (Analu) (Pesquisadora na área de educação, letramentos e relações raciais)

Entre a África e a diáspora: periferia, música e resistência

A palestra correlaciona o comportamento cultural das periferias com a ideia de arte urbana, buscando compreender as diretrizes colocadas pela Lei 10.639 ao currículo escolar. Também ressaltará a historicidade do Funk e seu impacto social nas favelas do Rio de Janeiro e de São Paulo, resgatando as origens que este possui na cultura Africana. A palestra percorrerá a vivência histórica entre África e diáspora, traçando uma linha do tempo entre hábitos culturais Africanos e Afro-brasileiros.  

Com Renata Prado (Educadora social, idealizadora e articuladora da Frente Nacional de Mulheres no Funk, dançarina de funk e sócio-produtora da festa BATEKOO)

Mediação de Guilherme Botelho (Historiador e pesquisador do Hip Hop)

14h às 15h40 - Conferência: Escola, racismo, lgbtfobia e realidades periféricas.

Luana Hansen, rapper e ativista do movimento Hip Hop há mais de 20 anos, conversa com os professores sobre sua trajetória artística, sua atuação independente na música e em favor das mulheres e da população LGBT, e sua experiência nas mais diversas frentes dos movimentos educacionais, propondo questionamentos acerca do cenário atual a partir do conceito de interseccionalidade em sua formulação prática, a fim de identificar, desta maneira, possíveis ferramentas de combate às diferentes opressões.

Com Luana Hansen (Rapper, DJ, produtora musical, palestrante, ativista feminista e LGBT)

Mediação de Katiara Oliveira (Educadora social e militante do movimento negro e do movimento Hip Hop)

Vídeos

Participantes

Ana Lúcia Silva Souza possui graduação e mestrado em Ciências Políticas e Sociais, e doutorado em Linguística Aplicada pela UNICAMP (2009), e é pós-doutora pela Universidade de Brasília. Atua há muito anos junto a programas e projetos na área de educação com as temáticas de relações raciais, letramentos, juventudes e cultura hip-hop. É professora da Universidade Federal da Bahia no Instituto de Letras, na graduação e pós-graduação. Escreveu entre outras obras o livro “Letramentos de Reexistência – poesia, grafite, música, dança: hip-hop.” (Editora Parábola).

Renata Prado é estudante de pedagogia da Universidade Federal de São Paulo, pesquisadora na área da educação partindo da temática da Lei 10.639/10. Idealizadora e articuladora da Frente Nacional de Mulheres no Funk, dançarina de Funk, sócio-produtora da festa BATEKOO, diretora da Cia. de Dança Batekooniana, e ex-apresentadora do Programa web Funk TV Visita. Foi homenageada pelo 15º prêmio Zumbi dos Palmares da Assembléia Legislativa de São Paulo e pela I Sessão Solene de Homenagem ao Dia internacional da Mulher Negra Latino Caribenha (dia internacional de Teresa de Benguela - 25 de julho) - pela Câmara Municipal de São Paulo.

Guilherme Botelho é bacharel em História pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Mestrando do programa multidisciplinar em Culturas e Identidades Brasileiras, com área de concentração em Estudos Brasileiros do Instituto de Estudos Brasileiro IEB-USP. Pesquisa o Hip Hop e outras manifestações musicais periféricas.

Luana Hansen é DJ, Mc, produtora musical, palestrante, ativista feminista e LGBT, atuando há mais de 18 anos no movimento do Hip Hop. Artista totalmente independente, é reconhecida academicamente, sendo objeto de estudo de mais 80 conclusões de curso, mestrados e PhDs, além de integrar documentários como “4 Minas”, “Mulheres Negras”, “Vozeria”, “Babado Periférico” e “5 vezes Luana”.  Homenageada pelos: Prêmio Hutúz 2005 de Melhor Single Feminino (com o GRUPO A-TAL); 16º Prêmio Cidadania em Respeito à Diversidade (Categoria Música); Prêmio Ato Solene Dia do Orgulho LGBTT (Categoria Militante); Prêmio Parada LGBT de São Paulo (Categoria Cantora); Prêmio ONU Mulheres de Melhor Música; Homenagem Fórum Nacional de Mulheres no Hip Hop 2016; e Medalha Theodosina Ribeiro 2017 - As 10 mulheres negras mais influentes do ano. Atualmente está em turnê com seu novo álbum “Favela”, lançado no Fuzarka Feminista Festival de Berlim, em julho 2018.

Katiara Oliveira atua no movimento Hip Hop e no movimento negro desde 2006. É graduada em Serviço Social (Faculdade FAMA, 2009), e atualmente trabalha na Coordenadoria de Igualdade Racial da Prefeitura de Mauá. É integrante da organização Kilombagem e articuladora na Rede de Proteção e Resistência ao Genocídio Negro.