O ciclo de Histórias Afro-atlânticas no MASP constituiu-se de exposições monográficas de artistas cuja obra é atravessada por debates raciais e, ainda, de uma grande exposição coletiva que sintetizou o tema abordado ao longo do ano. As exposições e também os programas públicos e de mediação abordaram temas ligados aos fluxos e refluxos entre a África, as Américas, o Caribe e a Europa e basearam-se na ampliação de perspectivas e de olhares sobre diferentes períodos históricos, territórios e linguagens artísticas.
O último encontro do MASP Professores do ano de 2018, Atlântico Afro-funk: música, periferia e resistência, tem como mote as manifestações de arte e cultura da periferia como ferramentas de afirmação e valorização da identidade negra. Música, festa e dança de rua sobem ao palco do auditório do MASP em uma discussão sobre protagonismo, comunidade, redes de trocas e aprendizagem.
CONVIDADOS
Palestras matinais: Renata Prado e Ana Lúcia Silva e Souza, com mediação de Guilherme Botelho.
Conferência da tarde: Luana Hansen, com mediação de Katiara Oliveira.
Cronograma do encontro:
10h às 12h30: introdução + palestras matinais
12h30 às 14h: horário de almoço
14h às 15h45: conferência
15h45 às 16h15: café e confraternização
16h15 às 18h: horário de livre visitação das exposições.
*Todxs os participantes ganharão ingressos gratuitos para visitar as exposições até o final do dia.
Público: professorxs, educadorxs e interessados em geral.
Atividade gratuita
Inscreva-se clicando aqui
10h às 12h30 - Do rap ao funk: música é arma
Reexistência: letramentos e identidades na cultura hip-hop
A conversa tratará dos modos pelos quais a população negra tem se inserido e inventado vidas nos espaços educativos. Destacará a cultura Hip Hop e suas múltiplas linguagens como dimensão potente para visibilizar afirmações experimentadas na diáspora. A fala compartilhará aspectos vindos de processos formativos, de pesquisas e ativismos que, dentro e fora da escola, tem permitido ampliar os olhares sobre as reexistências que, ruidosamente, desafiam as interdições sociais, aprendem e ensinam a sustentar a vida nos territórios periféricos dos Brasis.
Com Ana Lúcia Silva Souza (Analu) (Pesquisadora na área de educação, letramentos e relações raciais)
Entre a África e a diáspora: periferia, música e resistência
A palestra correlaciona o comportamento cultural das periferias com a ideia de arte urbana, buscando compreender as diretrizes colocadas pela Lei 10.639 ao currículo escolar. Também ressaltará a historicidade do Funk e seu impacto social nas favelas do Rio de Janeiro e de São Paulo, resgatando as origens que este possui na cultura Africana. A palestra percorrerá a vivência histórica entre África e diáspora, traçando uma linha do tempo entre hábitos culturais Africanos e Afro-brasileiros.
Com Renata Prado (Educadora social, idealizadora e articuladora da Frente Nacional de Mulheres no Funk, dançarina de funk e sócio-produtora da festa BATEKOO)
Mediação de Guilherme Botelho (Historiador e pesquisador do Hip Hop)
14h às 15h40 - Conferência: Escola, racismo, lgbtfobia e realidades periféricas.
Luana Hansen, rapper e ativista do movimento Hip Hop há mais de 20 anos, conversa com os professores sobre sua trajetória artística, sua atuação independente na música e em favor das mulheres e da população LGBT, e sua experiência nas mais diversas frentes dos movimentos educacionais, propondo questionamentos acerca do cenário atual a partir do conceito de interseccionalidade em sua formulação prática, a fim de identificar, desta maneira, possíveis ferramentas de combate às diferentes opressões.
Com Luana Hansen (Rapper, DJ, produtora musical, palestrante, ativista feminista e LGBT)
Mediação de Katiara Oliveira (Educadora social e militante do movimento negro e do movimento Hip Hop)