MASP

Por Histórias e Artes Afro-Atlânticas no currículo escolar: a Lei 10.639/03

20.10 | sáb | 10h-18h
Atividade gratuita

O MASP Professores de outubro, “Por Histórias e Artes Afro-Atlânticas no currículo escolar: a Lei 10.639/03”, tem como tema as diretrizes que compõem a Lei 10.639, que tornou obrigatório o ensino de histórias e culturas africanas e afro-brasileiras no currículo escolar regular. A primeira parte do encontro abordará experiências de aplicação da lei em relação aos conteúdos de arte e a possibilidade do uso de diferentes linguagens visuais em sala de aula como ferramenta de implementação da 10.639, em especial, a fotografia. Já a conferência da tarde se debruçará sobre o percurso de luta dos movimentos políticos e sociais que resultou na aprovação desta mesma legislação, bem como sobre os desafios que ainda hoje são enfrentados para sua real efetivação.

Cronograma do encontro

10h às 12h30: introdução + palestras matinais
12h30 às 14h: horário de almoço
14h às 15h45: conferência
15h45 às 16h15: café e confraternização
16h15 às 18h: horário de livre visitação das exposições.
*Todxs os participantes ganharão ingressos gratuitos para visitar as exposições até o final do dia.

Público: professorxs, educadorxs e interessados em geral.

Atividade gratuita
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Programação

10h às 12h30 - Mesa: Artes na sala de aula, caminhos possíveis para a aplicação da Lei 10.639/03

Arte/Educação e Lei 10.639/2003: ruptura de paradigmas nas Artes Visuais

A lei 10.639/2003, que instituiu a obrigatoriedade da inserção dos conteúdos de histórias, artes, culturas e literaturas afro-brasileiras e africanas no currículo escolar, traz em sua gênese uma série de novos desafios, no que tange à revisão dos paradigmas do ensino da arte e da arte/educação brasileira. Pretendemos abordar apontamentos e reflexões críticas desse marco legal em relação ao campo das Artes Visuais.

Com Juliana dos Santos (Arte-educadora e artista visual)

“Um jovem garoto negro olha a fotografia de um jovem garoto negro”
Esta palestra tem na fotografia o núcleo central de diálogo com o contexto afro-atlântico. Discutir a produção fotográfica como parte tanto do sistema de artes visuais quanto de práticas educativas é perceber que hoje ela se desmembra em diferentes definições e distinções teóricas e conflitos de visualidades que tensionam termos como representação, radicalidade, espacialidade (da escola e do museu), cor e superfície, condições de realização do trabalho e sua valorização. Buscaremos analisar estratégias visuais, referências e propostas de uso da fotografia como um desdobramento potente e possível no ensino das histórias, artes e culturas africanas e afro-brasileiras em sala de aula.

Com André Pitol (Pesquisador na área de artes)

Mediação de Adriana de Oliveira Silva (Antropóloga)

12h30 às 14h:     Intervalo para o almoço

14h às 15:45 - Conferência: Diálogos Pedagógicos e Educomunicativos para a Educação Étnico-Racial. Pensando Práticas na Escola.

Esta conferência, em formato de diálogo, discutirá as teorias racistas do século XIX que permanecem reformuladas e propagadas cotidianamente nas mídias, redes sociais e sociedade. O encontro objetiva uma troca reflexiva com o público sobre o desenvolvimento de práticas que contribuam para o enfrentamento do preconceito, racismo e discriminação no âmbito da escola. Para trilhar este caminho faz-se necessário compreender o sentido de uma Educação para as Relações Étnico-raciais, pois esta inclui princípios estruturados no respeito à diversidade como objetivo Imprescindível.

Com Rosângela Malachias (Pós-doutora pela Universidade Metodista de São Paulo, professora e pesquisadora sobre as relações entre educação e questões étnico-raciais)

Mediação de Raquel Luanda (Cientista social e pesquisadora de relações étnico raciais e de gênero)

Vídeos

Participantes

Juliana dos Santos é arte-educadora e artista visual. Graduada e mestre pela UNESP, foi colaboradora no Cursinho Pré Vestibular do Instituto de Artes da UNESP (Prévia, 2011). Co-coordenadora do NEPAFRO (Núcleo de  Estudos e Pesquisas Afro-Americanos), sua pesquisa está focada em arte e cultura afro-brasileira na formação docente a partir da Lei 10.639/03. Participou de residência artística na Academia de Belas Artes de Viena (Áustria), e tem colaborado com diversas publicações, como a revista Terremoto (México). Atua como dançarina nos grupos Baque Bolado e Balé Folclórico de São Paulo, e como integrante da Charanga (bateria) do Afoxé Ilê Omo Dada. 

André Pitol estudou na Fundação das Artes de São Caetano do Sul e na Universidade de São Paulo, onde concluiu graduação em Artes Visuais, mestrado em História, Teoria e Crítica de Arte. Desenvolveu extensa pesquisa sobre a produção fotográfica de Alair Gomes, que resultou nos trabalhos Alair Gomes: fotografia, crítica de arte e discurso da sexualidade (2013) e “Ask me to send these photos to you”: a produção artística de Alair Gomes no circuito norte-americano (2016). Atualmente realiza doutorado sobre documentação e curadoria digital na produção artística do leste europeu e é parte do projeto Consultas Curatoriais do Pivô (SP).

Adriana de Oliveira Silva é mestre e doutora em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo. Sua tese de doutorado “Galeria & Senzala: a (im)pertinência da presença negra nas artes no Brasil”, foi defendida em 2018.  É integrante do Napedra – Núcleo de Antropologia da Performance e do Drama da USP e do Filopol – Núcleo de Filosofia e Política da Unifesp. Atualmente pesquisa o modo como novos sujeitos políticos têm se valido de questões de identidade e diferença para criar experiências (im)pertinentes no mundo. Rosângela Malachias é professora Adjunta da Faculdade de Educação da Baixada Fluminense, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, no Departamento de Ciências e Fundamentos da Educação (FEBF-UERJ). Coordenadora do PROMOVIDE - Programa Movimentos Sociais, Diferenças e Educação da mesma instituição. Seu Pós-doutorado foi realizado na Cátedra UNESCO da Universidade Metodista de São Paulo, na linha de Comunicação Cidadã nos espaços situados em regiões midiáticas.

Raquel Luanda possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal de São Paulo (2016). Pesquisa relações raciais e de gênero desde 2009, especialmente nas áreas de educação e cultura, atuando em organizações públicas e da sociedade civil. Trabalha há 5 anos na ONG Ação Educativa, onde foi coordenadora do projeto Jovens Mulheres Negras articuladas contra o racismo e o sexismo e educadora de jovens em projetos de formação política. Atualmente é também gestora de eventos do Espaço Cultural Periferia no Centro.