A palestra partirá do conceito de gênero para refletir sobre certas construções hegemônicas na mídia brasileira até os anos 1990, sobretudo nas séries e telenovelas da TV Globo, e examinar como certos discursos sobre os direitos das mulheres adentraram (ou não) a mídia comercial e reverberaram na sociedade. Uma segunda parte da reflexão buscará entender as mudanças no padrão de consumo midiático com a expansão do acesso à internet, a web 2.0, as redes sociais e as novas visibilidades do feminismo e das pautas feministas a partir dos anos 2010. A ideia é investigar em que medida as mídias alternativas pressionam e mudam o padrão de gênero da mídia hegemônica, focando na discussão sobre violência sexual.
Heloisa Buarque de Almeida é professora de antropologia da USP, onde atua junto ao Núcleo de Estudos dos Marcadores Sociais da Diferença (Numas), e Visiting Fellow na London School of Economics. Coordenou o Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social na USP, foi diretora regional da Associação Brasileira de Antropologia e hoje atua no Comitê de Gênero e Sexualidade da mesma associação. Foi fundadora da Rede Não Cala – USP (Rede de Professoras e Pesquisadoras pelo fim da violência sexual e de gênero na universidade).