Mostra com gravuras, pinturas e fotos do artista em seu ateliê. Curadoria de Richard Riley e Delphine Allier, com a colaboração de Teixeira Coelho. Realização: MASP e British Council. Viabilizado por HSBC, via Lei Federal de Incentivo à Cultura.
A mostra LUCIAN FREUD: Corpos e Rostos, que traz pela primeira vez ao Brasil um dos principais artistas do pós-guerra, tem foco em sua produção gráfica e apresenta dois períodos marcantes em sua carreira como gravurista: o primeiro deles na década de 1940, quando ainda jovem fez um pequeno número de gravuras experimentais e, depois de um longo intervalo, um segundo momento a partir da década de 1980, quando criou uma sucessão de obras extraordinárias usando a técnica da água-forte. Estes trabalhos mais recentes incluem uma ampla seleção de nus e retratos e foram descritos como “uma conquista paralela à suas pinturas”.
Com curadoria de Richard Riley e Delphine Allier e colaboração de Teixeira Coelho, a exposição traz ainda ao público brasileiro seis quadros: um autorretrato do começo de sua carreira e cinco pinturas de diferentes décadas, incluindo Girl with Roses, de 1947-48.E se completa com a exibição de 28 fotos tiradas por David Dawson, seu assistente, amigo e fotógrafo oficial que além de registrar os movimentos do artista e seus modelos no ateliê, costumeiramente servia ele próprio de modelo para Lucian Freud, que nasceu em 1922 na Alemanha e naturalizou-se inglês em 1939.
Em suas fotos Dawson buscava imprimir a mesma dramaticidade das pinturas de Lucian Freud, jogando com a luz e os objetos em cena em registros do artista e das pessoas que ele retratava, como será visto nesta exposição. “As fotografias pessoais de David Dawson, assistente de Freud por mais de vinte anos, trazem uma visão única da vida do artista”, observa Richard Riley, chefe de Exposições e Artes Visuais no British Council e curador desta mostra que integra o Transform, programa de arte da instituição.
A exposição, que fica até 02 de fevereiro de 2014 no primeiro andar do MASP, tem patrocínio do HSBC via Lei de incentivo à cultura. "Apoiar o câmbio cultural faz parte da nossa estratégia de patrocínio global reforçando o posicionamento internacional do banco e valores como conectividade, integridade e ser aberto a diferentes culturas e tradições. É uma satisfação trazer pela primeira vez ao Brasil as obras de Lucian Freud, um dos principais artistas do pós-guerra", conclui Renata Brasil, diretora de marketing para pessoa jurídica e patrocínios institucionais do HSBC.
Palestra com David Dawson
No dia 27 de junho, às 15h, David Dawson dará uma palestra gratuita sobre seu trabalho como assistente e fotógrafo oficial de Lucian Freud no Pequeno Auditório do MASP.
Serviço Educativo
Como para as demais exposições temporárias e mostras de obras do acervo realizadas pelo MASP, Lucian Freud: Corpos e rostos tem um programa educativo elaborado especialmente para atender aos visitantes, professores e alunos de escolas públicas e privadas. As visitas orientadas são realizadas por uma equipe de profissionais especializados. Informações: 3251.5644, ramal 2112.
Lucian Freud, por Teixeira Coelho:
Lucian Freud praticou o que se pode descrever como humanismo incômodo. “Pinto o que vejo, não o que você quer que eu veja”, costumava dizer aos que o censuravam por um verismo que julgavam exagerado. De fato, Lucian Freud mostrava um comprometimento total com seus modelos, persistentemente buscando apreender toda sua verdade, que ele via como algo invasivo e perturbador, não tranquilizador. Essa persistência o levava a gastar 18 meses de trabalho com uma modelo, sete noites por semana, para chegar à obra final.
Outra persistência sua foi com o figurativismo, que não abandonou em nenhum momento. Essa insistência chegou mesmo a causar escândalo quando, em 1976, uma exposição na Hayward Gallery de Londres organizada pelo também artista R.B.Kitaj defendeu o que este chamava “Escola de Londres”, reunindo artistas como o próprio Lucian Freud, Frank Auerback, Francis Bacon, Leon Kossof e outros que faziam do figurativismo um elemento de resistência contra o abstracionismo dominante. Abstracionismo, com Lucian Freud, só aquele acidentalmente feito por seus pincéis quando os limpava nas paredes de seu ateliê, sobrepondo mancha de tinta a mancha de tinta...