Nessa conversa entre os diretores Ariel Duarte Ortega Kuaray Poty, Patrícia Ferreira Pará Yxapy, Kamikia Kĩsêdjê e Vincent Carelli, com mediação de Isabela Ferreira Loures, Assistente Curatorial do MASP, será apresentado para o público o projeto do Vídeo nas Aldeias e sua importância para o cinema indígena. Como parte do ciclo curatorial dedicado às Histórias da Ecologia no MASP, três vídeos assinados pelos diretores estão em exibição na Sala de Vídeo do museu. Essa é uma pequena amostra do vasto acervo do projeto, que inclui mais de 8 mil horas de gravações feitas ao longo de quase 40 anos, representando diferentes maneiras de enxergar, habitar e se relacionar com o mundo e com o meio ambiente.
Mediação: Isabela Ferreira Loures
Assistente Curatorial, MASP
Esta edição do MASP Conversa será realizada online, transmitida pelo canal do MASP no YouTube, com interpretação em Libras.
Ariel Duarte Ortega Kuaray Poty
Cineasta indígena e líder Mbya-Guarani, Ariel Duarte Ortega Kuaray dirigiu Duas Aldeias, Uma Caminhada (2008) e Bicicletas de Nhanderú (2010) – ambos realizados junto com outros cineastas Guaranis por meio de oficinas promovidas pelo Vídeo nas Aldeias. Além disso, co-dirigiu Tava, a casa de Pedra (2012), A transformação de Canuto (2023) e o curta-metragem Nossos Espíritos Seguem Chegando (2021). É membro dos coletivos indígenas de cinema Mbya-Guarani e Ara Pyau.
Patrícia Ferreira Pará Yxapy
Professora e cineasta audiovisual indígena Mbya-Guarani, Patrícia Ferreira Pará Yxapy co-dirigiu As Bicicletas de Nhanderú (2012), Desterro Guarani (2011), Tava, a casa de pedra (2012), No caminho com Mário (2014) além de Teko Haxy – ser imperfeita (2018). Também é co-fundadora do Coletivo de Cinema Mbya-Guarani.
Kamikia Kĩsêdjê
Formado pelo Vídeo nas Aldeias, Kamikia Kĩsêdjê é cineasta e fotógrafo. Com ampla atuação no movimento indígena e um trabalho consistente sobre a temática das mudanças climáticas, tornou-se uma referência importante para diversos povos e cineastas em formação, especialmente através de oficinas de formação audiovisual em todo o país. Atualmente faz parte da equipe de comunicação da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), atuando como fotógrafo e cineasta.
Vincent Carelli
Cineasta e indigenista, Vincent Carelli fundou o Vídeo nas Aldeias (1986-2025), uma escola de cinema para povos indígenas. Em 2009, lançou Corumbiara, sobre o massacre de indígenas isolados em Rondônia, primeiro filme de uma trilogia que traz seu testemunho de casos emblemáticos vividos em 50 anos de indigenismo no Brasil. Martírio (2016) é o segundo da trilogia, sobre o genocídio Guarani Kaiowa no Mato Grosso do Sul. Em 2017, Carelli recebeu o Prêmio Prince Claus nos Países Baixos pela sua militância pelo cinema indígena. Em março de 2022, lançou o terceiro filme de sua trilogia, Adeus Capitão, sobre a saga de um grande chefe, enquanto desenvolve um programa de devolução de acervo para as comunidades indígenas. Junto com Rita Carelli, é o diretor de Yaõkwa - imagem e memória (2020).