Parte do Núcleo de Mediação e Programas Públicos do museu, o MASP Escola oferece cursos livres e abertos a todos os interessados em artes, com ou sem formação na área.
Com professores especializados nos mais diversos campos da arte e da cultura, visita às exposições temporárias e à mostra de longa duração do acervo do museu, realizada nos cavaletes de vidro projetados por Lina Bo Bardi, os cursos apresentam um amplo recorte da coleção do MASP. Contam também com temas transdisciplinares, introduzidos a cada novo ciclo expositivo.
O MASP Escola tem o intuito de aproximar ainda mais os frequentadores do museu e proporcionar uma experiência de aprendizado dinâmica e crítica, em que todos possam constituir seu repertório a partir de um olhar diverso e plural da arte.
Atualmente, são oferecidos quatro módulos de curso: Histórias da arte, Estudos críticos, Cursos vespertinos e Cursos de férias, com bolsas para professores da rede pública. Para um contato direto, escreva para escola@masp.org.br.
O MASP Escola não para nos meses de fevereiro e julho. Menores, os cursos de férias são indicados para quem tem interesse em um curso rápido e intensivo. As aulas tratam de temas gerais da história da arte, desde estudos aprofundados sobre artistas de destaque da coleção até tópicos específicos dos ciclos anuais de exposições.
Os Cursos vespertinos têm entre seis e oito aulas semanais, numa duração de cerca de dois meses. O programa oferece um estudo aprofundado sobre temas apresentados nas conferências do módulo Histórias da arte, como arte brasileira, escultura grega, escolas artísticas e arte ameríndia nas Américas.
Em diferentes dias da semana, de modo presencial ou on-line, o MASP Escola oferece os cursos de Estudos Críticos, módulo que aborda tópicos específicos da cultura contemporânea. Cada curso tem duração mínima de 8 horas, ou quatro aulas de duas horas cada uma.
De programa intensivo, o módulo tem como objetivo ser um espaço de debate sobre as intersecções entre a arte e as questões políticas e sociais de peso na atualidade. As aulas também transitam pelos assuntos propostos pelos ciclos temáticos que pautam o programa de exposições do museu a cada ano.
A matrícula pode ser feita de maneira independente em cada um dos cursos.
O curso aborda as cosmologias afro-brasileiras, destacando o terreiro como epicentro de uma experiência multicultural afro-atlântica nas Américas. Enfoca a criação de espaços físicos e sociais de acolhimento entre seres humanos, divindades e a natureza. Também discute a diversidade sexual e de gênero nas religiões afro-brasileiras, além das interseções entre religiosidade e as artes contemporâneas.
Ao considerar a ausência, ou incompletude, muitas vezes intencional, de representações de gênero e sexualidade não hegemônicas em arquivos e acervos, este curso propõe, a partir de uma abordagem teórico-histórica, analisar criticamente políticas de memória contemporâneas por meio do estudo de práticas estético-políticas contra-normativas nas artes brasileiras, como forma de escrita de histórias sexo e gênero dissidentes. Reunimos um conjunto de estratégias de auto-representação e ressignificação, visando narrar histórias de movimentos, individuais e coletivos, cujas práticas configuram estratégias micropolíticas de afirmação na diferença.
O Habitar foi um tema importante na obra da arquiteta italo-brasileira Lina Bo Bardi desde os anos 1940 na Itália até seu falecimento em 1992 no Brasil. O curso dará ênfase na análise de projetos, obras, desenhos, textos e artigos realizados pela arquiteta sobre habitar, sobre morar, sobre o viver urbano, sobre a casa em sentido amplo e gregário. Deste modo, propomos percorrer sua trajetória histórica em articulação com o Movimento Moderno. Em dinâmicas expositivas, leituras e conversas a proposta é um curso interativo, participativo e celebra 110 anos de nascimento da arquiteta.
Neste curso, pretende-se examinar um conjunto de obras de José Leonilson, Hudnilson Jr. e Rafael França, três artistas que começaram a produzir mais intensamente no final da década de 1970 e início dos anos 1980, em que o desejo e o erotismo funcionam, em certa medida, como motor da criação, influindo no próprio modo como o corpo humano se apresenta em seus trabalhos. Esse corpo, que se configura como um corpo erótico, acaba, muitas vezes, por se fragmentar, se transformar e até mesmo se desmaterializar.
O curso oferece uma leitura da história da gravura, explorando suas interações com a história da arte e das mentalidades ao longo dos séculos. A partir da análise de imagens impressas, o curso analisa essas obras com os contextos em que foram produzidas, buscando compreender a gravura como uma costura entre diferentes campos do conhecimento. Essa abordagem permite refletir sobre o papel da gravura na construção de novos modelos imagéticos e formas de pensamento, destacando sua relevância histórica e conceitual.
Os cursos de Histórias da arte são semestrais. O módulo conta com três programas diferentes de aulas, independentes e complementares. Juntos, os três cursos cobrem um arco histórico que se estende do século 14 ao 21.
Em comum, eles compartilham o estudo de histórias abertas, plurais e diversas, que englobam uma multiplicidade de territórios, períodos, linguagens e discursos. Por isso o módulo tem como nome “histórias” e não “história” da arte.
Com média de dezesseis aulas, cada curso é ministrado por um professor especializado, que, por sua vez, convida outros especialistas para proferir conferências ao longo do semestre. Um formato que garante, ao mesmo tempo, o aprofundamento de temas específicos e a pluralidade de vozes.
Dessa forma, os interessados têm acesso a um panorama mais abrangente de abordagens e métodos de crítica, mediação e interpretação da produção artística, sempre em diálogo com obras da coleção do MASP.
O termo “Barroco” engloba muitos sentidos e contextos artísticos que se desenvolvem entre os séculos 17 e 18. Focando em pintura, com incursões pela escultura e arquitetura, o curso tratará de Caravaggio, Guido Reni, Bernini, Rubens, Van Dyck, Velázquez, Poussin, Rembrandt, Frans Hals - todos presentes, seja em obras da própria mão ou de artistas de seu círculo, na coleção do MASP. Abordará também a circulação dos modelos europeus nos territórios coloniais, as formas de expressão multiculturais que se produzem nesses contextos, e o trabalho de importantes artistas mulheres, como Artemisia Gentileschi, Elisabetta Sirani e Judith Leyster.
O curso pretende apresentar e discutir as manifestações artísticas do mundo ocidental ao longo do século 19, desde a Revolução Francesa, na obra de Jacques-Louis David, até os anos que antecedem à Primeira Guerra Mundial com Pablo Picasso e Henri Matisse. O objetivo principal do curso é entender como a arte da tradição europeia se modifica ao longo do século 19, dando origem ao que se conhece como arte moderna. Além dos nomes já mencionados, ao longo do curso serão vistos artistas como Ingres, Delacroix, Monet, Van Gogh e Lautrec. As obras do acervo do MASP serão o fio condutor do curso.
O curso concentra-se na arte brasileira dos séculos 20 e 21, apresentando artistas e explorando seu impacto na sociedade. Cada encontro terá como ponto de partida uma obra específica, a partir da qual se desenvolverá o tema central da aula. A abordagem partirá de uma perspectiva crítica em relação aos cânones históricos, sua formação e seus efeitos na vida do país. Para tanto, utilizaremos uma bibliografia transdisciplinar que permitirá a construção de uma narrativa diversificada e sensível às diversas realidades dos grupos sociais e dos movimentos artísticos, bem como seus impactos contemporâneos.
O curso apresenta e analisa parte da produção artística e expositiva a partir das vanguardas do início do século 20 até os dias atuais, articulando as práticas em diferentes continentes. De uma perspectiva da História Social, explora as invenções e cruzamento de novas linguagens propostas por artistas, arquitetos e designers, apontando eixos que caracterizam os modernismos e as proposições contemporâneas que se desdobram como interesse em constante revisão.
A perspectiva não é a de uma história da arte linear e homogênea, mas a de estabelecimento de diálogos temporais entre artistas, obras, ações e abordagens. O objetivo é que cada encontro possa funcionar como uma pequena introdução autônoma à história da arte moderna e contemporânea, orientada por uma questão específica, desde sua origem até seus desdobramentos posteriores.
O MASP Escola oferece bolsas de estudo para professores da rede pública em qualquer nível de ensino. Cada professor pode ser contemplado com uma bolsa por semestre. O curso exige, no mínimo, 75% de presença.
A inscrição demanda uma carta de intenção, que será utilizada como critério para a seleção dos bolsistas. Para concorrer a uma bolsa integral, preencha o cadastro disponível através da opção "Solicitação de bolsas para professores" na página de cada curso.
Todos os inscritos que não forem contemplados com a bolsa integral terão direito a um desconto de 50% no valor do curso escolhido. Os benefícios serão concedidos às pessoas que comprovarem, mediante a apresentação de holerite atualizado, o vínculo docente na rede pública.