Nesta palestra, Ana Gonçalves Magalhães aborda a pintura A canoasobre o Epte, de Claude Monet, pertencente ao acervo do MASP, tratando sobretudo das relações do pintor impressionista com o chamado Japonismo e o Simbolismo. Propomo-nos discutir o olhar colonialista que informa o interesse de Monet pelo Japão, a formação de sua coleção de estampas japonesas (ou Ukiyo-e), e seu papel na sua produção a partir dos anos 1890. Além disso, procuraremos reconstruir o contexto de criação do “paraíso artificial” do pintor no pequeno vilarejo rural de Giverny, em que a pintura de paisagem, tal como havia sido consolidada ao longo do século XIX, se transforma com o influxo da “redescoberta” do Extremo Oriente e das novas pesquisas científicas no campo da chamada história natural.
A palestra será presencial, com interpretação em Libras, no 8º andar do Edifício Pietro Maria Bardi. As pessoas presentes receberão certificado de participação e ganharão ingressos para ver todas as exposições do MASP no dia do evento.
Ana Magalhães é historiadora de arte, curadora, professora titular do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC USP), e pesquisadora de arte do século XX por uma perspectiva transnacional. Foi professora convidada em universidades no Brasil e no exterior, pesquisadora visitante no Getty Research Institute, em Los Angeles, e pesquisadora curatorial na Bibliotheca Hertziana, em Roma. Autora dos livros A canoa e a ponte (2000), Classicismo Moderno. Margherita Sarfatti e a Pintura Italiana no MAC USP (2016), Boccioni no Brasil. Reavaliando Formas Únicas da Continuidade no Espaço e sua História Material (2022), e A Pequena Bailarina de 14 Anos de Edgar Degas (2024).