Para a abertura do Edifício Pietro Maria Bardi, o MASP apresenta cinco exposições em torno de seu acervo e de sua história. Neste andar, a mostra Renoir reúne 13 obras, o que não só representa o maior conjunto de um único artista moderno europeu na coleção do Museu, como revela sua exímia capacidade de transitar entre os gêneros, como provam seus retratos, a paisagem, os nus e as banhistas aqui expostos. Há 23 anos este grupo não era apresentado em sua totalidade.
Um dos principais nomes da primeira geração de impressionistas franceses – ao lado de Claude Monet (1840-1926) e Edgar Degas (1834-1917) –, Pierre-Auguste Renoir (1841-1919) participou das exposições independentes que, a partir de 1873, passaram a questionar o poder das academias, acabando por romper com a tradição imposta por elas e seu sistema de premiações nos Salões oficiais. No entanto, apenas ele e Degas foram capazes de articular a revolução da nova arte ao mesmo tempo em que mantinham um ambicioso diálogo com os antigos mestres, como Ticiano (1488-1576) e Fragonard (1732-1806).
Outro traço de modernidade em Renoir está no fato de ele ter sido um dos maiores adeptos das novas técnicas de pintura surgidas no século 19, como os tubos de tinta portáteis, uma invenção associada à pintura de paisagem e ao impressionismo, com base no trabalho ao ar livre e na tentativa de captar rapidamente transições de luz e cor. A relação de Renoir com a paisagem influenciou, no Brasil, as obras de Antônio Parreiras (1860-1937) e Giovanni Castagneto (1851-1900).
Os nus femininos e as banhistas formam a parte mais conhecida das últimas décadas da obra de Renoir, depois que ele se distanciou da linguagem impressionista convencional, fase que inspirou Picasso (1881-1973) e Matisse (1869-1954). Traduzir em tinta a materialidade do corpo, particularmente a pele, tornou-se uma obsessão para Renoir, reconhecido como um renovador do gênero. No entanto, como um dos protagonistas dessa corrente, sua produção também foi enquadrada pela crítica feminista como reafirmadora de uma tradição que objetificava o corpo da mulher e servia à contemplação do olhar masculino, tanto do pintor como do público.
Texto: Fernando Oliva, curador, MASP
Renoir é curada por Adriano Pedrosa, diretor artístico, MASP, e Fernando Oliva
A mostra integra o conjunto de Cinco ensaios sobre o MASP, exposições que inauguram o Edifício Pietro Maria Bardi e ocupam outros cinco andares: Histórias do MASP (6º andar), Geometrias (4º e 10º andar), Artes da África (3º andar) e Isaac Julien: Lina Bo Bardi – um maravilhoso emaranhado (2º andar).
SOBRE RENOIR
Nascido em Limoges, na França, em 1841, Renoir foi um dos principais pintores do movimento impressionista francês, conhecido por suas pinturas de cores vibrantes, caracterizadas pelo uso de luz e cor, pinceladas fluidas e uma atenção especial à figura humana, especialmente em cenas de cotidiano e retratos. Renoir começou sua carreira como aprendiz de pintor de porcelana, mas logo se dedicou à pintura em tela, desenvolvendo um estilo que evoluiu do impressionismo ao realismo. Ainda na juventude conheceu Claude Monet (1840–1926), quando frequentava ateliês e estudava na École de Beaux-Arts de Paris. Com Camille Pissarro (1830–1903) e Alfred Sisley (1839–1899), formaram o primeiro núcleo dos impressionistas que renovou a técnica e os temas da pintura da época. Contudo, diferentemente dos colegas que estavam mais preocupados em captar a sensação visual produzida pelo motivo ao ar livre, Renoir se interessou mais pela representação humana nos diversos retratos que pintou, muitos de famílias da elite francesa.
ACESSIBILIDADE
Todas as exposições temporárias do MASP possuem recursos de acessibilidade, com entrada gratuita para pessoas com deficiência e seu acompanhante. São oferecidas visitas em Libras ou descritivas, além de textos e legendas em fonte ampliada e produções audiovisuais em linguagem fácil – com narração, legendagem e interpretação em Libras que descrevem e comentam os espaços e as obras. Os conteúdos podem ser utilizados por pessoas com deficiência, públicos escolares, professores, pessoas não alfabetizadas e interessados em geral. Os conteúdos ficam disponíveis no site e no canal do YouTube do museu.
SERVIÇO
Cinco ensaios sobre o MASP – Renoir
Curadoria: Adriano Pedrosa, diretor artístico, MASP, e Fernando Oliva, curador, MASP
5° andar
Edifício Pietro Maria Bardi
Visitação 28.3.2025 – 3.8.2025
MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand
Av. Paulista, 1510 - Bela Vista
01310-200 São Paulo, SP
Telefone: (11) 3149-5959
Horários: terças grátis, das 10h às 20h (entrada até as 19h); quarta e quinta das 10h às 18h (entrada até as 17h); sexta das 10h às 21h (entrada gratuita das 18h às 20h30); sábado e domingo, das 10h às 18h (entrada até às 17h); fechado às segundas.
Agendamento on-line obrigatório pelo link masp.org.br/ingressos
Ingressos: R$ 75 (entrada); R$ 37 (meia-entrada)
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