Público geral
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AMIGO MASP
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*valores parcelados no cartão de crédito
Nas três primeiras aulas, o curso examina o terreiro como uma instituição múltipla e religiosa, explorando sua função como espaço de convivência entre pessoas de origens diversas e sua relação com elementos divinos e da natureza. Em seguida, nas duas aulas subsequentes, será debatida a interseção entre gênero, sexualidade e religiosidade afro-brasileira, e como essas questões impactam o campo artístico contemporâneo. A última aula incluirá uma visita ao Acervo do MASP, destacando obras que dialogam com os temas discutidos no curso.
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IMPORTANTE
As aulas serão ministradas online por meio de uma plataforma de ensino ao vivo. O link será compartilhado com os participantes após a inscrição. O curso é gravado e cada aula ficará disponível aos alunos durante até trinta dias após a realização da mesma.
Os certificados serão emitidos para aqueles que completarem 75% de presença.
Na compra de um curso, ganhe 50% de desconto na inscrição em outro curso de mesmo módulo*.
*Em caso de curso presencial, o desconto é válido para ambos os módulos.
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O MASP, por meio do apoio da VR, oferece bolsas de estudo para professores da rede pública em qualquer nível de ensino.
Aula 1 - 21.10.2024
O terreiro que o Brasil inventou
Ministrado por Vagner Gonçalves
Debate sobre a formação do universo social e religioso afro-brasileiro a partir dos conflitos e diálogos entre os sistemas cosmológicos que entraram em contato (africanos, indígenas e católico). Pretende-se oferecer uma visão alternativa à ideia de sincretismo (mistura) e teoria do disfarce que retiram o poder imaginativo das agências africanas-brasileiras na formação dos terreiros e no controle dos sistemas simbólicos.
Aula 2 - 28.10.2024
O terreiro que o Brasil inventou
Ministrado por Vagner Gonçalves
Debate sobre os modos pelos quais o terreiro se constitui como epicentro de uma força civilizacional alternativa ao colonialismo ou às desigualdades sociais. Nos terreiros, originaram-se as experiências coletivas “metaétnicas” revertendo os efeitos da escravidão e da segregação socioespacial dos negros, como a desterritorialização, perda dos laços familiares e desumanização. Também neles se produziram formas de sociabilidade porosa e integrativa (metaforizadas pelo uso das cortinas de mariôs desfiados nas entradas e janelas) por meio da convivência entre pessoas pertencentes a diferentes grupos étnico-raciais, estratos socioeconômicos e orientações sexuais.
Aula 3 - 04.11.2024
Ecologias místicas e seres múltiplos na perspectiva das pedras sagradas
Ministrado por Vagner Gonçalves
Debate sobre a compreensão expandida gerada nos terreiros sobre as noções de corpo e pessoa enquanto relação entre arquiteturas míticas que enredam seres humanos, divindades e as coisas da natureza. Nesta seção debateremos os modos pelos quais os saberes tradicionais afro-indígena-brasileiros e suas práticas rituais que envolvem noções do cuidar - atreladas ao sobrenatural, ao sensível, ao invisível, à forças ontológicas e da natureza - podem nos inspirar na proposição de epistemologias e filosofias alternativas que embora tenham sido produzidas nos espaços mais estigmatizados da sociedade brasileira, revelam-se como poderosas respostas aos desafios da convivência humana tolerante num mundo desigual e de crescente depredação ambiental que aos poucos está inviabilizando a vida no planeta.
Aula 4 - 11.11.2024
Orixás, Picumãs e Próteses
Ministrado por Ava Cruz
Debater como os terreiros de religiões afro-brasileiras podem ser compreendidos como espaços de acolhimento e afirmação das identidades LGBTQIA+, explorando a presença histórica dessas pessoas nesses contextos, assim como o bajubá e sua relação com a linguagem de santo. Discutir como as interseções entre gênero, sexualidade e religiosidade afro-brasileira impactam o campo artístico contemporâneo, influenciando a forma como esses indivíduos percebem e expressam suas próprias experiências do sagrado.
Aula 5 - 18.11.2024
Fabulações sobre a ruína
Ministrado por Ava Cruz
Discutir dimensões de um pensamento fabulativo conforme explorado por artistas negras e LGBTQIA+ contemporâneos, focando em como suas obras mobilizam a fabulação para criar narrativas que entrelaçam corpos, espiritualidades e ambiente, em resposta à crise ecológica global. Explorar como são abordadas as intimidades interespecíficas - relações entre seres humanos e não-humanos - sob a ótica do pensamento afro-religioso, que concebe o corpo como múltiplo e permeável, interagindo de forma contínua com a natureza.
Aula 6 - 25.11.2024 | PRESENCIAL
Ministrado por Vagner Gonçalves e Ava Cruz
Vista ao acervo do MASP
Vagner Gonçalves da Silva é doutor em Antropologia pela USP, com pós-doutorados na Harvard University e na City University of New York, onde também foi professor visitante pelo Fulbright Scholar Program. Atualmente, é professor e pesquisador no Departamento de Antropologia e nos Programas de Pós-Graduação em Antropologia Social e Estética e História da Arte da USP. Seu trabalho é dedicado à produção de conhecimentos junto às populações afro-brasileiras, desenvolvendo temas como religiosidades, patrimônio e cultura brasileira. Publicou e editou livros como Candomblé e Umbanda, Orixás da Metrópole, Memória Afro-Brasileira, Exu - guardião da casa do futuro. Foi membro do comitê de implantação do Museu Afro Brasil, São Paulo, onde foi curador da exposição Divina Inspiração.
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Ava Cruz é doutoranda em Antropologia Social na USP, onde investiga o universo afro-religioso brasileiro, com foco na presença de pessoas trans nesses espaços. Sua pesquisa explora os modos pelos quais esses indivíduos incorporam os conhecimentos e práticas dos terreiros em seus processos de transição, ao mesmo tempo em que transformam esses saberes atuando como agentes sociais nessas comunidades. No mestrado pela UFBA, investigou a oferta de serviços espirituais em Salvador, analisando os cartazes de cartomantes, videntes, pais e mães de santo afixados em postes pela cidade. É ministrante do curso Pensamento Travesti Brasileiro no Programa de Extensão Tutorial da UFMG, no qual enfoca as intersecções entre religiosidade afro-brasileira, gênero e sexualidade na constituição da travestilidade no Brasil. Além de sua atuação acadêmica, é também artista visual, pesquisando performances, instalações e artes gráficas. Por meio de sua arte, busca explorar as intersecções entre corpo, ritual e espiritualidade a partir de uma perspectiva transcentrada.