PÚBLICO GERAL
5X R$ 327
AMIGO MASP
5X R$ 277,95
*VALORES PARCELADOS NO CARTÃO DE CRÉDITO
O curso apresenta e analisa parte da produção artística e expositiva a partir das vanguardas do início do século 20 até os dias atuais, articulando as práticas em diferentes continentes. De uma perspectiva da História Social, explora as invenções e cruzamento de novas linguagens propostas por artistas, arquitetos e designers, apontando eixos que caracterizam os modernismos e as proposições contemporâneas que se desdobram como interesse em constante revisão.
A perspectiva não é a de uma história da arte linear e homogênea, mas a de estabelecimento de diálogos temporais entre artistas, obras, ações e abordagens. O objetivo é que cada encontro possa funcionar como uma pequena introdução autônoma à história da arte moderna e contemporânea, orientada por uma questão específica, desde sua origem até seus desdobramentos posteriores. Ao final do curso o aluno deverá ser capaz, não apenas identificar a produção artística nos períodos abordados, como compreender sua motivação, seus mecanismos históricos, mas também seus impasses diante de questões que seguem em aberto.
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IMPORTANTE
As aulas serão ministradas online por meio de uma plataforma de ensino ao vivo. O link será compartilhado com os participantes após a inscrição. O curso é gravado e cada aula ficará disponível aos alunos durante cinco dias após a realização da mesma. Os certificados serão emitidos para aqueles que completarem 75% de presença.
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O MASP, por meio do apoio da VR, oferece bolsas de estudo para professores da rede pública em qualquer nível de ensino.
Aula 1 – 22.8.2024
Os modernismos a partir dos primitivismos e das vanguardas
Contexto artístico, social e econômico europeu no início do século 20 a partir do eixo modernista do primitivismo e seus antecedentes. Os museus etnográficos. Utilizando em parte, mas não apenas, o livro de Robert Goldwater – Primitivismo na Arte Moderna (1938) - como uma fundamentação classificatória, serão apresentadas e analisadas das produções modernistas para compreensão da categoria (Paul Gauguin, Worpswede, entre outros), incluindo o debate antropofágico a partir de Tarsila do Amaral e Oswald de Andrade.
Aula 2 – 29.8.2024
Manifestos: ações e festividades das vanguardas
As propostas das vanguardas do início do século 20 para a transformação da sociedade por meio da arte, arquitetura e design, consideradas como projeto político. A estetização do mundo, crença nas tecnologias e o cenário político europeu. Serão analisadas as produções do Futurismo italiano e Dadá, considerando as experimentações de linguagem no cinema, fotografia e música.
Aula 3 – 5.9.2024 - Conferencia de Celso Lima
Diretrizes para o design e arquitetura construtivistas nas pedagogias propedêuticas dos Vkhutemas de Moscou
Diretrizes para o design e arquitetura construtivistas nas pedagogias propedêuticas dos Vkhutemas de Moscou a partir do grupo de trabalho reunido em março de 1921 no Inkhuk, com a eleição do método objetivo como pedagogia para as disciplinas Cores, Espaço, Volume e Desenho. Com sua implementação no programa de ensino do IPO (Departamento de Preparação) e nas faculdades dos Vkhutemas, novas propostas projetuais são criadas para o design e arquitetura a partir de sua fundação em 2021 até seu fechamento em 1930. Serão apresentados projetos de Aleksei Gan, Konstantin Miélnikov, Valentin Popov, Varvara Stepanova, Aleksandr Ródtchenko, Zakhar Bikov; Vladímir Tatlin e Rogoshin; Nadiêjda Lámanova; Aleksandr Deineka e Natália Danko.
Aula 4 – 12.9.2024
Exposições como manifestos e artes cênicas como laboratórios
Transformação dos espaços para mudar a sociedade: arte, design, arquitetura como projeto político. Experiências das vanguardas em conexão com as práticas em artes cênicas. A revisão da categoria exposição por meio das trajetórias e propostas de Frederick Kiesler e de El Lissitzky, a partir de seus escritos e produções expositivas.
Aula 5 – 19.9.2024
Arte radical e política revolucionária: vanguardas latino americanas
Tradição muralista mexicana: povo em questão. Debates identitários na América Latina na primeira metade do século 20. A produção das vanguardas latino-americanas e a importância das revistas como pautas para a ação política: Klaxon (1922), El Machete (1924), Martin Fierro (1924), entre outras. Serão apresentadas e analisadas produções de Diego Rivera, José Clemente Orozco e David A. Siqueiros.
Aula 6 – 26.9.2024
A dimensão educacional dos modernismos
Bauhaus e Vkhutemas: agentes, projetos e a importância da industrialização. A fundação do MoMA de Nova York: novas definições para a arte e sua exibição a partir das coleções do desenvolvimento do cubo branco. Design como arte em contexto de industrialização. Serão analisadas as iniciativas da Bauhaus como Haus Am Horn, as produções das artistas do ateliê têxtil, liderado por Gunta Stölzl, e o percurso das artistas mulheres na escola.
Aula 7 – 3.10.2024
Modernismos e regimes totalitários: destruição e construção
Contexto alemão e o projeto de desqualificação dos modernismos. Exposições de Arte Degenerada e Grande Exposição de Arte Alemã. Contexto italiano e a centralidade da arquitetura moderna para propagação de nova ordem. Serão analisadas a exposição Mostra della Revoluzione Fascista (1932) e Archittetura Rurale Italiana (1936) e as exposições de propaganda do regime.
Aula 8 – 10.10.2024
Guerra Fria: arte e design no mundo dividido
Exposições com finalidades democráticas, educativas e propagandista em contexto europeu e de influência do Plano Marshall. A fundação dos museus modernos no Brasil: MASP; MAM-SP e MAM-RJ. A reconstrução da Europa: mostras itinerantes de design organizadas pelo MoMA-NY e a fundação da Documenta de Kassel.
Aula 9 – 17.10.2024
Ordem e Desordem: reconstrução, consumo e espetáculo
Reconfiguração do campo artístico após a 2ª Guerra a partir de manifestações artísticas e a crítica da nova ordem mundial e suas consequências. Serão apresentadas obras do Expressionismo Abstrato, do Letrismo, do grupo CoBrA. Novas experiências e debate sobre arte e sociedade: Internacional Situacionista, Grupo Gutai, Arte Pop, Novo Realismo, Concreto e Neoconcreto. Serão analisadas manifestações nos contextos indicados, em especial, do Grupo Gutai.
Aula 10 – 24.10.2024
O mundo globalizado e seus impactos na produção artística: incorporação crítica de tecnologias e comunicações
Algumas experiências artísticas a partir dos anos 1960 e 1970: Fluxus, Arte conceitual, Arte povera, Minimalismo. No Brasil: Tropicália e Desbunde. Surgimento da curadoria independente e suas experiências internacionais e nacionais, a partir das ações de Lucy Lippard, Harald Szeemann, Seth Siegelaub, Marcia Tucker, Frederico Moraes e Walter Zanini. Serão apresentadas exposições que articulam a produção do período conectadas às inovações no campo expositivo.
Aula 11 – 31.10.2024
Antimoderno. Contemporâneo?
As revisões históricas e a consideração do campo da História da Arte, Arquitetura e Design como estante disponível. Feminismos como uma das primeiras revisões na história da arte em âmbito global. A produção feminista Europa, EUA, América Latina. Serão analisadas proposições artísticas de Lynda Benglis, Valie Export, Judy Chicago, Hannan Wilke, Renate Bertlmann, Ana Mendieta, Leticia Parente, Regina Vater e Gretta Sarfaty.
Aula 12 – 7.11.2024
Exposições e práticas artísticas e as políticas de identidade
Globalização e questões identitárias em discussão. Exposições e práticas artísticas e as políticas de identidade: Bienal de Havana (1984), Magiciens de la Terre (1989) e Bienal da Antropofagia (1998). Serão analisadas as materialidades de cada uma, articulando obras, artistas, espaços e relações expositivas. Museus modernos e museus contemporâneos.
Aula 13 – 14.11.2024 - Conferência de Alecsandra Matias
Mulheres, negras e (ainda mais) perigosas. A interseccionalidade na arte contemporânea
Discussão dos aspectos históricos da arte brasileira por intermédio das produções de mulheres-artistas e intelectuais negras que hoje sustentam a cena artística contemporânea. Serão fomentadas reflexões sobre as transformações do feminino na história das artes visuais (da representação às autorias negras). Nesse itinerário são evidenciadas questões que envolvem a representação das mulheres negras durante o modernismo, passando pelo ativismo nas décadas de 1960 a 1990 até sua condição de protagonistas a partir dos anos de 2000.
Aula 14 – 21.11.2024
Virada epistemológica na arte e em sua história
Experiências expositivas e artísticas a partir de uma virada epistemológica: Mining the Museum (1992-3) como exemplo de descolonização de uma exposição. A proposição de uma Arte indígena contemporânea: Jaider Esbell, Denilson Baniwa, Olinda Tupinambá, Carmézia Emiliano, Glicéria Tupinambá, entre outros.
Aula 15 – 28.11.2024 – Conferência de Daniel Grizante
Práticas audiovisuais no Design de exposições
O uso de tecnologias de exibição, derivadas da prática audiovisual, vem sendo constante no design de exposições, na tentativa de aproximação das coleções com o público do seu tempo, na materialização de patrimônios imateriais e na socialização de acervos complexos. O que se propõe neste encontro é desenvolver a crítica sobre esses usos, tendo em vista exposições realizadas na atualidade e de naturezas diversas, como por exemplo, das áreas da ciência, da história, do entretenimento e da arte. Além disso, serão mostrados alguns processos de desenvolvimento de projetos expositivos que se valem de tais tecnologias.
Aula 16 – 04.12.2024
Circuito da arte nos dias atuais
Circuitos da arte a partir da observação de seus agentes desde artistas, coletivos, curadores, colecionadores, galeristas, educadores, produtores, escolas, revistas, feiras, bienais, instituições, entre outros. Formas de organização das bienais e seu circuito específico.
Aula 17 – 5.12.2024 – Visita ao MASP
Visita dialogada à exposição Acervo em Transformação, observando seus eixos curatoriais. Visita ao Centro de Pesquisa do MASP.
Mirtes Marins de Oliveira é mestre e doutora em Educação: História e Filosofia e pesquisadora colaboradora na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (2020). Coordena a pós-graduação em Design da Universidade Anhembi Morumbi. Foi curadora de Contra o estado das coisas – anos 70 (2014), Especular (2018), Comigo ninguém pode (2019), na Galeria Jaqueline Martins. Foi curadora de Arte para todos! Liberação e Consumo (Instituto Figueiredo Ferraz, 2016), Não um sonho (Galeria Simões de Assis, 2021), Máscaras: Fetiches e Fantasmagorias (Paço das Artes, 2021-2022) e co-curadora de Justiça de transição não é transação: a brutalidade e o jardim, no Memorial do Ministério Público – RJ (2023). Coeditou a revista Marcelina (2008-2012) e participou do livro Cultural Anthropophagy: The 24th Bienal de São Paulo 1998, da coleção Exhibition Histories (Afterall, 2015). Co-organizou o livro Histórias das exposições: casos exemplares (EDUC, 2016) e é autora de The body and the opus as a witness of times, sobre o trabalho de Letícia Parente, publicado em The feminist avant-garde. Art of the 1970s (2017), de Gabriele Schor.
Alecsandra Matias de Oliveira
Doutora em Artes Visuais (ECA USP). Pós-doutorado em Artes Visuais (UNESP). Curadora independente. Professora do CELACC (ECA USP). Pesquisadora do Centro Mario Schenberg de Documentação e Pesquisa em Artes (ECA USP). Membro da Associação Internacional de Crítica de Arte (AICA). Autora dos livros Schenberg: Crítica e Criação (EDUSP, 2011) e Memória da Resistência (MCSP, 2022). Editora de Arte/História da Revista Arte & Crítica.
Celso Lima
Artista plástico, professor da história do design, tecnologia têxteis e design de superfícies, co-curador da exposição Vkhutemas, o futuro em construção (SESC Pompeia, 2018), contemplada com prêmio da APCA, e co-autor do livro Vkhutemas, desenho de uma revolução (Kinoruss, 2020). Atualmente trabalha na criação e produção de arte têxtil em variadas técnicas, laboratórios e oficinas com alunos e como pesquisador da História do design russo e soviético.
Daniel Grizante
Professor, diretor de arte para animação e motion designer. Doutor em Design pela Universidade Anhembi-Morumbi com bolsa CAPES, com a pesquisa Coleções imateriais, exposições efêmeras: animações no design de exposições. Junto ao Estúdio Preto e Branco, desenvolveu peças audiovisuais para espetáculos, eventos empresariais e para mais de 20 exposições em espaços culturais brasileiros, como o Museu do Ipiranga, Museu da Imigração, Memorial da Resistência, Museu Judaico, CCBB, FIESP, Museu Casa Portinari e SESC-SP, com três destas animações premiadas pelo ICOM. Atualmente é professor no Istituto Europeo di Design São Paulo e no SENAC Lapa Scipião, e atua como designer freelancer e consultor para design de exposições.