O Brasil concentra as áreas mais importantes da biodiversidade do planeta, situando-o na liderança dos países conhecidos como megadiversos. Essa diversidade biológica está profundamente relacionada à diversidade cultural, pois são 305 povos indígenas, falantes de 274 línguas vivas, que habitam 14% do território nacional, sendo que as terras indígenas representam as áreas mais relevantes da biodiversidade brasileira. As florestas de cada bioma nacional foram plantadas por seus ancestrais e a conexão entre a biodiversidade e as culturas de cada povo indígena integram estilos de vida, usos, costumes, tradições e espiritualidade. Nesta palestra, Lucia Fernanda Jófej - Kaingáng trata de pensar sobre as crises econômica, social, ambiental e climática que o planeta enfrenta, contextualizando-as na 6ª extinção em massa de espécies em todo a Terra. Assim, busca responder a como as culturas e os saberes dos povos indígenas podem oferecer respostas para a crise climática e quais as medidas concretas que Estados e sociedade podem adotar para apoiar as boas práticas dos povos indígenas para repactuar um futuro possível.
Mediadora: Bruna Fernanda
Assistente curatorial de Mediação e Programas Públicos
Palestrante: Lucia Fernanda Jófej - Kaingáng
Advogada e doutora em arqueologia
Organização: André Mesquita, Bruna Fernanda e Daniela Rodrigues
Produção: Daniela Lima
A palestra será transmitida pelo canal do MASP no YouTube, com interpretação em Libras e emissão de certificado de participação para os que acompanharem o evento ao vivo.
Lucia Fernanda Kaingáng, nome indígena Jófej, do povo Kaingáng, do Sul do Brasil, é a primeira advogada indígena formada na região Sul, além de mestra em Direito pela UnB, e doutora em Arqueologia, na linha de pesquisa em patrimônio cultural e propriedade intelectual, pela Universidade de Leiden (Holanda), com a tese “Direitos negados, patrimônios roubados”, de 2023. Há 25 anos atua como defensora dos direitos indígenas e ambientais e, há mais de 15 anos, acompanha o Comitê intergovernamental da ONU sobre propriedade intelectual e conhecimentos tradicionais. Primeira Diretora do Museu Nacional dos Povos Indígenas, órgão científico e cultural da Funai e fundadora do Instituto Kaingáng (Inka) e do Instituto Indígena Brasileiro para Propriedade Intelectual (INBRAPI).