Para João Meirelles, caminhar na queimada com Frans Krajcberg é enfrentar um inimigo invisível num campo de batalha. Em busca da representação da natureza, o artista percorreu incessantemente a Mata Atlântica, a Amazônia, a Caatinga e o Pantanal, ou o que deles sobrou, como foi a sua “descoberta” da queimada. Nessa palestra, Meirelles nos apresenta a biografia de Krajcberg a partir da sua relação com os biomas brasileiros, pensando de que modos isso se faz presente em suas múltiplas expressões – a fotografia, a escultura, a pintura, o desenho, a gravura, o discurso etc. A partir da visão de quem se dizia mais ambientalista do que artista plástico, Meirelles nos mostra o dia-a-dia do fazer artístico de Krajcberg, seja no campo, seja em seu ateliê no sul da Bahia.
A palestra será transmitida pelo canal do MASP no YouTube, com interpretação em Libras e emissão de certificado de participação para os que acompanharem o evento ao vivo.
João Meirelles recebeu de Frans Krajcberg o pedido para escrever sua biografia há 40 anos. O resultado é a obra Frans Krajcberg: a natureza como cultura (Edições SESC e EDUSP, 2024). A vida de Meirelles se divide entre o ativismo socioambiental em organizações da sociedade civil, especialmente à frente do Instituto Peabiru, nos últimos 26 anos; e, a literatura, com obras sobre a Amazônia – Livro de Ouro da Amazônia (Ediouro, 2004) e Grandes Expedições à Amazônia Brasileira (Metalivros, 1º vol. 2009, 2º vol. 2011) –, e ficção – O Abridor de Letras (contos) (Record, 2017, Prêmio Sesc de Literatura). Mora entre Belém, no Pará, e Ribeirão Preto, em São Paulo.