A obra A Baíatrata-se provavelmente da baía de Nevin, ao norte do País de Gales, lugar que Kokoschka amava representar a lápis de cor. A obra é típica da evolução de Kokoschka pós-guerra em direção a uma pintura ligada aos
grandes espaços, liberta do universo psíquico, e tendente a uma paleta clara e a um retorno neo-impressionista ao
plein air. É difícil não associar o caráter particularmente desértico e estéril dessa paisagem ao estado de espírito profundamente depressivo do artista ao término da guerra, tal como o revela sua carta a Alfred Neumayer, de
1946: “...o mundo que eu amaria reencontrar, meu mundo, onde eu viajava como um vagabundo feliz não existe mais. As grandes cidades desapareceram da face da terra, os grandes países foram transformados em desertos.
(...) Não posso viver em um tal mundo”.