MASP

Sofia Borges

A pequena dançarina #12, da série Ensaio para uma Escultura, 2020

  • Autor:
    Sofia Borges
  • Dados biográficos:
    Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil, 1984
  • Título:
    A pequena dançarina #12, da série Ensaio para uma Escultura
  • Data da obra:
    2020
  • Técnica:
    Fotografia, impressão com tinta de pigmento mineral sobre papel
  • Dimensões:
    190 x 127 cm
  • Aquisição:
    Doação da artista, 2022
  • Designação:
    Fotografia
  • Número de inventário:
    MASP.11355
  • Créditos da fotografia:
    Sofia Borges

TEXTOS



Em meados da década de 1890, o artista Edgar Degas, já bastante conhecido por representar em suas pinturas as bailarinas parisienses, passa a adotar uma câmera fotográfica para registrar essas personagens. Sobre este episódio, Raisa Rexer—autora do ensaio sobre a relação entre Degas e a fotografia no livro que acompanha a mostra em cartaz no MASP —, diz que tais fotografias “ocultam muitas das questões que os críticos há bastante tempo colocaram […] sobre os modos como essas imagens participam dos discursos dominantes acerca da sexualidade das mulheres”. Neste sentido, sob a perspectiva de subversão das relações de poder nas representações artísticas, a artista Sofia Borges oferece uma visão renovada e radical para as clássicas esculturas em bronze de Degas—em especial da célebre Bailarina de catorze anos—em seu Ensaio sobre uma escultura, fruto de meses de trabalho no acervo do MASP ao longo de 2020. Expostas atualmente nos icônicos cavaletes de Lina Bo Bardi no segundo andar do museu, uma de frente outra no verso do mesmo anteparo, as duas fotos substituem, no exato ponto da pinacoteca, a escultura de Degas, hoje exposta na mostra temporária do artista no primeiro andar. Desse modo, as fotografias de Borges estabelecem um potente e provocativo diálogo com a obra do artista francês: se Degas representou tantas mulheres por meio de suas esculturas, pinturas, desenhos e fotografias, agora é a vez de uma mulher brasileira também representar o artista francês. Afinal, a representação implica frequentemente uma certa relação de poder do artista sobre o sujeito ou a obra representada.

— Autoria desconhecida



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