MASP

Maxwell Alexandre

Éramos as cinzas e agora somos o fogo, da série Pardo é papel, 2018

  • Autor:
    Maxwell Alexandre
  • Dados biográficos:
    Rio de Janeiro, Brasil, 1990
  • Título:
    Éramos as cinzas e agora somos o fogo, da série Pardo é papel
  • Data da obra:
    2018
  • Técnica:
    Látex, graxa, henê, betume, corante, acrílica, vinílica, grafite, caneta esferográfica, carvão e bastão oleoso sobre papel pardo
  • Dimensões:
    319 x 480 cm
  • Aquisição:
    Doação Alfredo Setubal, Heitor Martins e Telmo Porto, no contexto da exposição Histórias afro-atlânticas, 2018-19
  • Designação:
    Pintura
  • Número de inventário:
    MASP.10813
  • Créditos da fotografia:
    MASP

TEXTOS



A obra Éramos as cinzas e agora somos o fogo integra a série Pardo é papel — jogo de palavras em que "pardo" designa tanto o suporte da obra (papel precário e não tradicional nas artes plásticas) quanto um eufemismo considerado racista que busca evitar denominações como "negro" ou "preto". O título faz referência a versos de uma música do rapper carioca BK, e expressa de múltiplas maneiras a resistência cotidiana frente à violência do racismo estrutural no Brasil. Maxwell Alexandre se apropria frequentemente de imagens encontradas na Internet, algumas com origens identificáveis, outras desconhecidas ou reprocessadas. Neste trabalho, o corpo negro ocupa diferentes espaços, de uma formatura universitária a shows de rap, de cenas de resistência à violência e intimidação policial a protestos na cidade. Características como o cabelo descolorido, o uniforme da rede pública escolar do Rio de Janeiro e o padrão geometrizado que cobre o fundo — uma referência às piscinas de plástico muito presentes nas periferias — são destacadas. Além de representar o cotidiano das comunidades cariocas, como a Rocinha, a obra de dimensões monumentais reúne referências a personagens afrodescendentes anônimos e célebres, como o pintor estadunidense Jean-Michel Basquiat, o artista brasileiro Arthur Bispo do Rosário, e a cantora estadunidense Nina Simone, que convivem com um conhecido cartaz feito em 1924 pelo artista construtivo russo Alexander Rodchenko, e uma cena do filme Cristo Rey, de 2013, da diretora dominicana Leticia Tonos Paniagua. Em 2018 a obra foi exposta na parede de abertura da galeria do primeiro andar do MASP durante Histórias afro-atlânticas, tornando-se uma espécie de emblema para a icônica mostra que ganhou reconhecimento internacional.

— Matheus de Andrade, assistente de pesquisa, 2020

Fonte: Instagram @masp 30.04.2020



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