MASP

Joaquín Torres-García

Igreja em Terrassa, 1914-19

  • Autor:
    Joaquín Torres-García
  • Dados biográficos:
    Montevidéu, Uruguai, 1874-1949
  • Título:
    Igreja em Terrassa
  • Data da obra:
    1914-19
  • Técnica:
    Óleo sobre papelão
  • Dimensões:
    33 x 42 x 0,5 cm
  • Aquisição:
    Doação Pietro Maria Bardi, 1979
  • Designação:
    Pintura
  • Número de inventário:
    MASP.00780
  • Créditos da fotografia:
    João Musa

TEXTOS



Joaquín Torres-Garcia foi pintor e teórico, que, a partir dos anos 1930, ajudou a difundir as tendências abstrato-geométricas na América Latina. Formou-se em Barcelona e morou por muitos anos entre Espanha e França, onde foi um dos organizadores da revista Cercle et Carré, entre 1929 e 1930. Essa revista apresentava textos sobre arte e arquitetura de tendência construtiva. Em 1934, Torres-Garcia voltou para Montevidéu, onde relançou a revista com o título Círculo y Cuadrado (1936-43) e fundou a Asociación de Arte Constructivo, em 1935. A obra do MASP antecede esse período. Contudo, anuncia as intenções da sua “teoria do universalismo construtivo”, como a sobreposição das formas orgânicas e geométricas e a busca pela sensação de movimento na representação de cenas estáticas. Igreja em Terrassa foi pintada durante os anos em que o artista morou no vilarejo de Terrassa, próximo de Barcelona. A pintura representa a parte posterior de um conjunto arquitetônico com uma catedral, casas e muros. Torres-Garcia optou por não representar as fachadas, mas o verso dos edifícios, construindo, com este ponto de vista incomum, uma sensação de intimidade com esse local. O céu muito claro contrasta com os tons escuros dos muros; o vento aponta para a esquerda, conduzindo tanto as nuvens como os ciprestes; as largas pinceladas levam os tons dos blocos a variarem, criando uma paisagem dinâmica e, ao mesmo tempo, muito tranquila.

— Equipe curatorial MASP, 2017





Entre 1914 e 1919, Torres-García reside em Tarrasa, pequena cidade a noroeste de Barcelona, o que, fossem insuficientes os indicadores de estilo, permite datar com segurança a obra deste qüinqüênio. Em Igreja de Tarrasa, embora a demarcação das linhas da arquitetura, não mais que a planeidade e a planimetria das paredes da igreja e do casario, anunciem de modo palmar o construtivismo abstrato do decênio sucessivo, as notações líricas do jogo das manchas, dos diferenciais de luz na angulação dos muros, a presença meditativa dos ciprestes ligeiramente batidos pelo vento, o tratamento das nuvens em formações instáveis etc. revelam em Torres-García a sensibilidade de um verdadeiro paisagista, no melhor sentido desta tradição.

— Autoria desconhecida, 1998

Fonte: Luiz Marques (org.), Catálogo do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, São Paulo: MASP, 1998. (reedição, 2008).



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