MASP

Vicente do Rego Monteiro

Menino nu e tartaruga, 1923

  • Autor:
    Vicente do Rego Monteiro
  • Dados biográficos:
    Recife, Brasil, 1899-1970
  • Título:
    Menino nu e tartaruga
  • Data da obra:
    1923
  • Técnica:
    Óleo sobre tela
  • Dimensões:
    92 x 72 x 2,5 cm
  • Aquisição:
    Doação do artista, 1962
  • Designação:
    Pintura
  • Número de inventário:
    MASP.00646
  • Créditos da fotografia:
    João Musa

TEXTOS



Vicente do Rego Monteiro iniciou sua formação na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro. Depois de morar em Paris entre 1911 e 1914, retornou ao Rio, fugindo da Primeira Guerra Mundial (1914‑18). Da Europa, trouxe a referência da arte cubista, com o interesse em sintetizar as formas e articular figuração e geometria. Monteiro encontrou a correspondência a esse interesse na arte marajoara, dos indígenas que habitaram a Ilha de Marajó, na foz do Amazonas, no período pré-colonial brasileiro. Para tanto, pesquisou a fundo as coleções do Museu Nacional do Rio de Janeiro. Esses estudos foram fundamentais no seu trabalho mais além das artes plásticas: o artista escreveu Lendas, crenças e talismãs dos índios do Amazon (1921) e fez as máscaras e os figurinos do balé Legendes indiennes de l’Amazonie [Lendas indígenas da Amazônia] (1923). Na pintura Menino nu e tartaruga (1923), o desenho estilizado da face das duas personagens faz lembrar uma cerâmica em alto-relevo. Da mesma maneira, os tons de marrom correspondem aos vários tons da argila. Em algumas partes da pintura, Monteiro transformou o que seria sombra em luz, para manter as linhas marcadas pelo contraste entre claro e escuro. A mescla entre a herança das vanguardas e a matriz indígena brasileira faz do trabalho de Monteiro um prelúdio do movimento antropofágico no Brasil, além de inscrever na história do modernismo uma poética inspirada na cultura da Amazônia.

— Equipe curatorial MASP, 2017





A exposição dedicada ao artista realizada por Zanini no MAM/Se, em 1997, demonstrou a existência de uma outra versão, praticamente idêntica a Menino Nu e Tartaruga, a obra do Masp. Conservada em coleção particular em São Paulo é datada de um ano após o óleo do Masp, isto é, de 1924.

— Autoria desconhecida, 1998

Fonte: Luiz Marques (org.), Catálogo do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, São Paulo: MASP, 1998. (reedição, 2008).



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