Por Isabella Rjeille
A mostra Histórias feministas, em 2019, foi uma oportunidade de reunir diversos trabalhos que abordam temáticas feministas no século 21 e de acompanhar artistas na elaboração de novas obras feitas especialmente para a exposição. Uma dessas obras
foi o neon
O patriarcado é históriada israelense Yael Bartana. Instalado na fachada do MASP, o trabalho resultou de um encontro que aconteceu na Casa do Povo com apoio do Goethe-Institut São Paulo, que reuniu ativistas brasileiras engajadas em
diferentes frentes para um exercício de imaginação política a partir da provocação de Bartana: "E se as mulheres governassem o mundo?". Essa pergunta também foi título de uma peça teatral realizada por
Bartana, em 2017, e cuja obra de 2019 foi um desdobramento. Em sua produção, a artista questiona narrativas oficiais com histórias alternativas, ficcionais ou "contrafactuais" — este último recurso olha
para o que seria o mundo
sealgo fosse diferente. A frase "O patriarcado é história" partiu das discussões e imagens geradas nos encontros na Casa do Povo e era a única obra da mostra que podia ser vista da rua. Por vezes, eu me
colocava a imaginar que uma pessoa – entre as milhares que passam diariamente pela avenida Paulista – pudesse ser instigada por aquela frase no seu caminho de volta para casa. Uma afirmação sobre algo que nós sabemos
não ser (ainda) uma realidade. Dizem que só conseguimos realizar algo que antes pudemos imaginar. E que assim seja!