MASP

Apresentação e venda especial de peças no MASP Loja

16.10
QUARTA
19H-21H
atividade gratuita
aberta ao público

O MASP Loja faz o seu lançamento anual de produtos. As peças que serão apresentadas seguem a proposta curatorial do museu em 2019, quando o MASP se organiza em torno do eixo Histórias das mulheres, histórias feministas. O lançamento, que acontece no espaço da loja das 19h às 21h, dá sequência à edição realizada no ano passado dentro do ciclo Histórias afro-atlânticas, com artigos garimpados em Moçambique e no Brasil, sobretudo em comunidades quilombolas. 
  
No evento, apenas produtos de mulheres estarão disponíveis com destaque especial para as cerâmicas da Associação dos Lavradores e Artesãos de Campo Alegre, do Vale do Jequitinhonha, e para bordados das Artesãs da Linha Nove, grupo do Instituto Acaia, além de quebra-cabeças criados pelo Ateliescola Acaia, ligado à ONG paulistana. 
 
As coletâneas de peças, tanto a de 2018 como a deste ano, são resultado do trabalho de Adélia Borges, curadora, professora de design e escritora que, desde 2016, é responsável pela curadoria da loja. Adélia estará presente para falar sobre o projeto, ao lado de Anísia Lima de Souza, da Associação dos Lavradores e Artesãos de Campo Alegre, de representantes do Instituto Acaia e de Manuelle Ferraz, chef d’A Baianeira, o novo restaurante do museu. Manuelle contará como expressa as raízes mineira e baiana em sua comida. 

"Estima-se que 85% dos artesãos brasileiros sejam mulheres. O artesanato surge como atividade doméstica, entre donas de casa, trabalhadoras rurais ou outras mulheres com ocupações mais humildes, e as auxilia na geração de renda. E nesses trabalhos entra também um componente muito importante: a auto-expressão como forma de manifestação legítima de seus mundos e suas ideias”, conta Adélia. 

Segundo ela, de cerca de três décadas para cá, associações, cooperativas e coletivos de mulheres têm surgido e se fortalecido, elevando a qualidade do artesanato brasileiro. “O MASP tem em sua loja uma política de abrir espaço para todas essas manifestações artísticas que, ao nosso ver, estão em pé de igualdade com produtos feitos por designers formados fora do país. As peças são exibidas sem hierarquia”, diz a curadora. O pensamento vai ao encontro do posicionamento de Lina Bo e Pietro Maria Bardi, fundadores e primeiros dirigentes do museu. 

A Associação dos Lavradores e Artesãos de Campo Alegre é formada majoritariamente por mulheres lavradoras e ceramistas. Do barro moldado por elas, nascem objetos utilitários para o dia a dia, como vasos, potes, pratos e vasilhas, além de peças de decoração, bonecas, animais e moringas antropomorfas.

Já o grupo Artesãs da Linha Nove, hoje composto por 50 mulheres, nasceu na oficina noturna de bordados do Instituto Acaia, inicialmente voltada para mães de crianças que frequentavam o ateliê infantil da organização. Dali saem aves, árvores, cenas de colheita e manifestações folclóricas do país que atravessam a vida e a cultura das bordadeiras. Enquanto isso, no Ateliescola Acaia, o foco é a criação de jogos infantis. O primeiro desenvolvido por eles é o quebra-cabeça que partiu de desenhos e pinturas feitos por crianças nas atividades do ateliê.
 
Durante o evento, Histórias das mulheres: artistas até 1900 e Histórias feministas: artistas depois de 2000 estarão abertas para visitação. 

Atividade gratuita e aberta ao público.