Para a abertura do Edifício Pietro Maria Bardi, o MASP apresenta cinco exposições em torno de seu acervo e de sua história. Neste andar, Artes da África aborda o histórico de exposições e a coleção do museu dedicados à chamada arte tradicional africana, além de obras contemporâneas relacionadas ao tema.
A expressão “arte tradicional africana” se refere às produções artísticas de diferentes populações do continente ao longo da história, enraizadas em práticas culturais ou religiosas que se manifestam na arquitetura e em esculturas, máscaras, tecidos, pinturas, objetos cerimoniais, joias e cerâmicas.
Desde 1953, o MASP realizou diversas exposições sobre o tema. A formação da coleção de arte africana do museu se deu principalmente por meio de duas grandes doações: a do Bank Boston (1998) e a da coleção Robilotta (2012), além de outras incorporações pontuais, abrangendo peças que vão do Egito Antigo até artistas contemporâneos.
O conjunto exposto, produzido no século 20, compreende 17 diferentes culturas, refletindo apenas uma fração das quase 500 sociedades já existentes no continente. A maior parte das peças provém da África Ocidental, com uma predominância de culturas de tronco linguístico iorubá, além de alguns exemplares banto.
A exposição prioriza peças em madeira, com figuras estruturadas por formas geométricas e não raro entalhadas em uma única peça. Relacionadas ao corpo ou a ele associadas por meio de objetos cotidianos, bonecas, instrumentos musicais e máscaras, essas obras eram feitas para honrar os ancestrais, manter o equilíbrio entre forças opostas da natureza e da sociedade ou exaltar experiências de abundância e vitalidade. Ao serem exibidas no museu, encontram-se descontextualizadas, sem a música, a dança, as pessoas e, enfim, a celebração — de caráter lúdico ou fúnebre — que as acompanhava.
A expografia remete a dois materiais essenciais ao desenvolvimento tecnológico africano: a terra, presente em arquiteturas milenares, e o ferro, fundido no continente desde pelo menos 500 a.C.
Dois artistas contemporâneos produziram obras inéditas em diálogo com esse acervo, oferecendo contrapontos críticos. biarritzzz realizou três vídeos que mostram fragmentos de máscaras da coleção, e Cipriano produziu pinturas que sobrepõem cantos de religiões afro-brasileiras gerando formas abstratas, demonstrando assim como a herança cultural africana no Brasil é viva e se reinventa.
Cinco ensaios sobre o MASP: Artes da África é curada por Amanda Carneiro, curadora, e Leandro Muniz, curador assistente, MASP.
Todas as exposições temporárias do MASP possuem recursos de acessibilidade, com entrada gratuita para pessoas com deficiência e seu acompanhante. São oferecidas visitas em Libras ou descritivas, mediante solicitação pelo e-mail acessibilidade@masp.org.br; textos e legendas em fonte ampliada e conteúdos audiovisuais com audiodescrição, legendagem e interpretação em Libras. Todos os materiais ficam disponíveis no site e canal do Youtube do museu e podem ser utilizados por pessoas com ou sem deficiência, públicos escolares, professores, pessoas não alfabetizadas e interessadas, seja em visitas espontâneas ou acompanhadas pela equipe MASP.
Visitas acessíveis
Pessoas com deficiência podem fazer uma visita acompanhada pela equipe MASP.
Solicitação via e-mail: acessibilidade@masp.org.br.
Cadernos com textos e legendas em fonte ampliada
Os cadernos acessíveis contêm todos os textos e legendas das exposições, em fonte ampliada, além de instruções sobre as salas de exposição, disposição das obras, fluxos e circulação, e breve descrição do espaço. Os cadernos físicos ficam disponíveis para uso durante a visita e a versão digital, em PDF, pode ser acessada via QR code. Com leitor de tela, é possível ouvir todo o conteúdo textual das mostras.
Conteúdos audiovisuais
Com narração, audiodescrição, legendagem e interpretação em Libras, desenvolvidos a partir dos textos curatoriais, apresentando um panorama da exposição.
Disponíveis no site e canal do Youtube do museu.
Objetos táteis
Para algumas exposições, a equipe MASP Acessibilidade desenvolve objetos táteis que se aproximam das formas e materialidades de alguma obra em exibição. Os objetos não ficam disponíveis nos espaços expositivos, mas acompanham as visitas descritivas realizadas pela equipe, que podem ser solicitadas por pessoas com deficiência em acessibilidade@masp.org.br.