A mostra é dividida em três movimentos: figuração, abstração e nova figuração contemporânea, que conduzem o visitante e ilustram o período em que a gravura emancipa-se de outras linguagens, como a pintura e a fotografia, e dedica-se à exploração de seus próprios recursos técnicos e expressivos. Seu retorno a cartaz marca uma atenção do museu para com esta arte, expressa em exposições como as séries completas de Goya (2007); Desenhos espanhóis do Século 20 (2008); Primeiro Expressionismo alemão (2008); O mundo mágico de Marc Chagall (2010), Uma semana de bondade, de Max Ernst (2010); Luzes do Norte - Desenhos e Gravuras do Renascimento Alemão (2012); Papéis Estrangeiros(2012) e Lucian Freud – Corpos e Rostos(2013).
Conforme explica Teixeira Coelho, “a gravura foi e é um mundo em si mesma. Serviu como modo de representar, sem ambições de estilo, tudo que o olho podia ver e a imaginação, conceber. Era maneira de dar a conhecer obras famosas – uma pintura, uma escultura, um desenho, uma outra gravura, uma arquitetura–quando ainda não havia imprensa e fotografia; ou instrumento para o esboço de uma obra que surgia, em gravura ou outra linguagem. E, ainda, uma grande arte em si mesma. Uma gravura se faz com simplicidade de recursos – mas seus resultados podem ser de uma complexidade e beleza ímpares”.
“A gravura feita no Brasil sempre foi uma arte rica, acompanhando os desdobramentos estéticos das demais linguagens. O universo que compõe é amplo e esta mostra, que inclui obras desde o primeiro momento da modernidade até a atualidade, permite uma apreciação de conjunto nem sempre disponível. Inclui artistas que se destacaram especificamente na gravura, como Maria Bonomi, e outros que se serviram também de meios variados. Exercício de intimidade, de corpo a corpo para quem faz e para quem vê, a gravura é, com o desenho, a primeira grande porta para a arte”.