Esta exposição é a sequência de outra, dedicada aos papéis brasileiros da Coleção MASP, também no campo da gravura, em 2011, e marca uma atenção do museu para com esta arte, expressa em exposições como as séries completas de Goya (2007); Desenhos espanhóis do Século 20 (2008); Primeiro Expressionismo alemão (2008); O mundo mágico de Marc Chagall (2010) e Uma semana de bondade, de Max Ernst, apontada pela APCA como a Melhor Exposição Internacional de 2010.
Papéis estrangeiros: Gravuras
Por Teixeira Coelho, curador do MASP
A impressão de uma imagem sobre placa de barro, pedaço de papel ou tecido foi um dos primeiros recursos de expressão e informação estética -- senão de massa, pelo menos do maior número possível. Foi pela gravura, como pelo desenho, que, antes da fotografia, se tomava conhecimento de alguma notável obra de arquitetura, alguma comentada pintura ou paisagem insólita. E, depois do desenho, foi pela gravura que os artistas puderam expressar-se sem as restrições dos meios mais caros como a pintura. Esta, quando surgiu, revelou-se espetacular, pelas cores e pelo acabamento. Contudo, a gravura manteve seu prestígio junto aos artistas pela liberdade de expressão que permitia, a maior depois do desenho, e pelas possibilidades de experimentação (com os novos recursos da lito, água-tinta, serigrafia etc).
O MASP tem em sua coleção exemplos notáveis de gravuras, da tradição oriental à modernidade ocidental. A informação histórica está presente nessas peças; mais do que isso, porém, marcam-nas a emoção estética do belo exterior ou do estado de espírito interior, desde uma tradicional gravação a buril em papel, do século XVI, a uma atualíssima colagem de xerox. Um universo de narrativas do mundo e da vida está presente nesta segunda exposição de uma série iniciada em 2011 (com Papéis Brasileiros: gravuras) dedicada à arte em papel, mais contemporânea do que nunca.