Em 64 trabalhos sobre papel, 19 fotografias e 11 livros, a exposição Primeiro Expressionismo Alemão: Paula Modersohn-Becker e os Artistas de Worpswede - Desenhos e Gravuras (1895-1906) remonta o diálogo de artistas alemães com a natureza, o homem e as paisagens do isolado vilarejo de Worpswede, na Alemanha. A mostra esteve em mais de vinte países nos últimos dez anos e pode ser vista no MASP de 31 de julho a 5 de outubro. Antes de seguir pela América Latina, passa por Porto Alegre, Curitiba e Brasília.
Um capítulo à parte do modernismo clássico, marcado por uma oposição ao formalismo da virada do século XIX, chega ao MASP no dia 31 de julho com a exposição Primeiro Expressionismo Alemão: Paula Modersohn-Becker e os Artistas de Worpswede - Desenhos e Gravuras (1895-1906). Principal artista da mostra, Modersohn-Becker absorveu influência de artistas como Cézanne, Gauguin e Van Gogh e deixou cerca de 700 pinturas, mais de mil desenhos e 13 gravuras produzidos entre os anos de 1895 a 1905.
Vítima de embolia 18 dias após o parto de sua primeira filha, a artista viveu intensamente seus 31 anos e em pouco mais de uma década de produção artística pontuou a arte expressionista com uma visão mais feminista.
Uma das precursoras dos auto-retratos em nu, Paula não teve reconhecimento de sua obra em vida. Sua obra e a de seus amigos e colegas ganhou corpo no pequeno povoado de Worpswede, próximo à cidade de Bremen, Alemanha, vilarejo símbolo de imagens atmosféricas de paisagens nórdicas e sede da colônia de jovens artistas cujo movimento se afastou dos temas acadêmicos tradicionais da época, levados pelo ideal romântico da natureza.
A cidadezinha era freqüentada e citada também pelo poeta tcheco Rainer Maria Rilke, um dos grandes amigos de Paula, que escreveu para ela, quase um ano após sua morte, o célebre poema Réquiem para uma amiga.
Principal representante do movimento, apesar de seu ingresso posterior à colônia, Paula tomou a via mais radical entre os artistas de Worpswede rumo à era moderna, deixando de representar a aparência exterior para buscar a essência interior das coisas, o que poderá ser visto na mostra. Desenhos de Otto Modersohn e grafismos de Fritz Overbeck, Heinrich Vogeler, Fritz Mackensen e Hans am Ende completam as 94 obras da exposição itinerante do Instituto de Relações Culturais com o Exterior (IFA), de Stuttgart, Alemanha.
Concebida por Wulf Herzogenrath, a mostra itinerou pela China em 2007 e depois do MASP passará por Porto Alegre, Curitiba e Brasília, seguindo depois pela América Latina.