MASP

Dançar as revoluções: modos feministas de criar

Horário
19H-21H
Duração do Módulo
ONLINE
20, 27.7 e 3, 10 e 17.8.2020
SEGUNDAS
(5 aulas)
Investimento
Público geral
5x R$ 48,00
Amigo MASP
5x R$ 40,80
*valores parcelados no cartão de crédito
Professores
Gabriela de Laurentiis 

“Se não puder dançar, não é minha revolução”, disse a filósofa e ativista Emma Goldman, associando a ação de dançar a uma prática de liberdade. Apresentando trabalhos das artistas, Carrie Mae Weems, Anna Bella Geiger, Lygia Pape, Élle de Bernardini e Josefa Pereira, este curso volta-se às práticas da arte contemporânea que se aproximam poeticamente da imagem criada por Goldman. 

Para tanto, serão trazidas discussões sobre os modos de produção dos espaços e dos corpos, considerando que na modernidade uma série de discursos instauram divisões binárias tais como público/privado, natureza/cultura, superior/inferior e homem/mulher. Em cinco encontros, serão apresentadas obras de artista que tensionam essas divisões e instauram possibilidades de criação de outros repertórios imagéticos. O objetivo do curso é possibilitar uma introdução aos debates da arte contemporânea a partir de uma perspectiva teórica filiada aos estudos feministas.

Planos de aulas

Aula 1 – 20.7.2020
Carrie Mae Weems e as histórias em movimento  
Esta aula parte do trabalho The Kichen Table (1990), da artista Carrie Mae Weems, na qual ela cria uma série de fotografias em que seu próprio corpo e uma mesa de cozinha são centrais. Dessa maneira, serão apresentadas discussões que interseccionam debates sobre raça, sexualidade e produção da esfera privada, considerando a produção artística estadunidense e os debates feministas na arte. 

Aula 2 – 27.7.2020
Abalos circulares de Anna Bella Geiger 

Em 1972, Anna Bella Geiger elabora a exposição Circumambulatio derivada de um curso oferecido por ela no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ), no qual a artista e os estudantes deixaram o prédio do Museu e realizaram experimentações com a terra. Os registros dessas ações foram apresentados no Museu ao lado de outros fragmentos textuais e imagéticos. Esta aula dedica-se a analisar estes movimentos, considerando os processos de transformação urbana e a situação política da ditadura civil-militar. 

Aula 3 – 03.8.2020
Lygia Pape e suas agitações sedutoras 

Eat me: a gula ou a luxúria? foi uma exposição realizada por Lygia Pape no MAM-RJ, em 1976, como parte do programa da Área Experimental. A artista cria neste projeto o “Espaço Patriarcal”, que traz objetos ligados à gula e à luxúria referindo-se à mulher, objeto ou não-objeto, e seu uso na sociedade de consumo. Trata-se de uma importante situação da arte brasileira no que se refere aos debates feministas. Esses aspectos serão analisados com ênfase no contexto da ditadura civil-militar e na produção artística nacional. 

Aula 4 – 10.8.2020
Élle de Bernardini, um ballet subversivo 

Nesta aula, as discussões serão colocadas a partir da performance Dance with me, de Élle de Bernardini, na qual, com a pele transmutada em folhas de ouro, convida o público para dançar. Élle está entre as artistas que, nas últimas décadas, trabalharam a partir de perspectivas feministas para criticar declaradamente os modelos falogocêntricos de pensamento e a produção dos corpos em trabalhos que entrecruzam as artes do corpo e as artes visuais.

Aula 5 – 17.8.2020
Metamorfoses: bestiário pink de Josefa Pereira

A última aula do curso parte do projeto em andamento de Josefa Pereira. Intitulada Bestiário Pink, a trilogia é composta pelas peças Hidebehind (2018), Glimpse (2020) e Sem título #3 (a ser lançada). Performer e coreógrafa, a artista é mestranda no programa DAS Choreography, em Amsterdã, como bolsista pela Fundação Gulbenkian. Em sua poética, trabalha com os limites entre o humano e o inumano, em construções que tensionam divisões estanques entre natureza e cultura. 

Coordenação

Gabriela De Laurentiis trabalha como artista, pesquisadora e professora. Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), com bolsa Fapesp. Mestra pelo Departamento de História Cultural da Unicamp (2015), apoiada pela Fapesp. Bacharel em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP, 2010), realizou Intercâmbio Acadêmico no Institut D'etudes Politiques de Paris-Sciences Po (2009). É autora de artigos e do livro Louise Bourgeois e modos feministas de criar (Annablume, 2017), editado em espanhol pela NoLibros (2020).

Conferencistas