MASP

Leonor Antunes: visões arquitetônicas

Horário
15h-17h30
Duração do Módulo
10, 11, 13 e 14.2.2020
SEG-SEX
4 aulas
Investimento

público geral
5 x R$ 70,00*
amigo MASP
5x R$ 59,50*
*PARCELAMENTO APENAS EM CARTÃO DE CRÉDITO

Coordenação
Denis Joelsons

A obra escultórica de Leonor Antunes trava uma relação dupla com o campo da arquitetura. De um lado, suas instalações tensionam o espaço expositivo e operam sobre a arquitetura preexistente. De outro, a artista recorre a um repertório formal emprestado de um grupo particular de arquitetos e designers que a inspiram, portanto, sua obra também dialoga com ambientes, objetos e histórias deslocados espacial e temporalmente da exposição. O curso se debruça sobre o universo de alguns personagens que a influenciaram.

Assunto relegado na história da disciplina, o interior doméstico é um mote explorado por todos os arquitetos evocados por Leonor. Nas construções de Lina Bo Bardi o mobiliário é imprescindível e condiciona o modo de habitar seus ambientes. A apropriação de objetos feita pelo casal Smithson ecoa o readymade duchampiano. Carlo Mollino mistura peças autorais com antiguidades, buscando um interior confortavelmente dissonante. Na Villa E.1027 de Eileen Gray, mobiliário, quadros e arquitetura estabelecem uma relação de reciprocidade que mira o conceito de obra-de-arte-total.

Planos de aulas

Aula 1 – 10.2.2020
This is tomorrow– Peter e Allison Smithson – Brutalismo e cultura pop

Se a arquitetura dos mestres modernos esteve vinculada ao paradigma industrial, a produção do casal Smithson foi informada pelo vernáculo comercial, o universo pop da cultura de consumo. Defensores do as found, da apropriação de imagens objetos e materiais, integraram tanto o Team X – arquitetos dissidentes dos CIAM – como o Independent Group, coletivo que realiza a exposição This is Tomorrow em 1956.

Aula 2 – 11.2.2020
Lina Bo Bardi, antropofagia às avessas

Imigrante italiana, Lina foi a arquiteta atuante no Brasil mais sensível a manifestações populares de arte e do que ela chamava de “pré-artesanato”. Opôs-se criticamente à corrente dominante da arquitetura modernista brasileira, tecnocrática, mirando a convergência entre cultura popular e expressão nacional de vanguarda.

Aula 3 – 13.2.2020
Carlo Mollino, o interior e a câmera escura

Os interiores de Carlo Mollino são cuidadosamente compostos para a fotografia, o arquiteto projetou e manteve duas casas que nunca habitou. O espaço onírico da Casa Miller (1936-1942) é o cenário para séries fotográficas publicadas na revista Domus. O apartamento na Via Nappione, espécie de mausoléu secreto, foi descoberto com uma série de mais de 2000 fotografias de Polaroid depois de sua morte.

Aula 4 – 14.2.2020
Eileen Gray: da arte aplicada à síntese das artes

Estudante de arte, Eileen dedica-se inicialmente técnicas de laca e se interessa por tapeçaria e tecelagem. Produz tapetes, biombos pintados e peças decorativas com motivos orientais. Aproxima-se do neoplasticismo holandês e busca uma nova unidade entre forma, superfície e cor; numa experiência que culmina na casa E.1027, obra admirada e adulterada por Le Corbusier.

Coordenação

Denis Joelsons é arquiteto e ensaísta, autor do livro Arquitetura e Luto na obra de Adolf Loos (Annablume, 2019), mestre em História e Fundamentos da Arquitetura e Urbanismo (FAUUSP, 2017) e professor de projeto arquitetônico na FAUS – Unisantos. Integrou as equipes de curadoria e pesquisa da X Bienal de Arquitetura de São Paulo (2013), e da exposição The Insides are on the Outside (2012), centrada na obra de Lina Bo Bardi. Colaborou com diversos escritórios de arquitetura de São Paulo e, desde 2014, mantém seu próprio. 

Conferencistas