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A obra escultórica de Leonor Antunes trava uma relação dupla com o campo da arquitetura. De um lado, suas instalações tensionam o espaço expositivo e operam sobre a arquitetura preexistente. De outro, a artista recorre a um repertório formal emprestado de um grupo particular de arquitetos e designers que a inspiram, portanto, sua obra também dialoga com ambientes, objetos e histórias deslocados espacial e temporalmente da exposição. O curso se debruça sobre o universo de alguns personagens que a influenciaram.
Assunto relegado na história da disciplina, o interior doméstico é um mote explorado por todos os arquitetos evocados por Leonor. Nas construções de Lina Bo Bardi o mobiliário é imprescindível e condiciona o modo de habitar seus ambientes. A apropriação de objetos feita pelo casal Smithson ecoa o readymade duchampiano. Carlo Mollino mistura peças autorais com antiguidades, buscando um interior confortavelmente dissonante. Na Villa E.1027 de Eileen Gray, mobiliário, quadros e arquitetura estabelecem uma relação de reciprocidade que mira o conceito de obra-de-arte-total.
Aula 1 – 10.2.2020
This is tomorrow– Peter e Allison Smithson – Brutalismo e cultura pop
Se a arquitetura dos mestres modernos esteve vinculada ao paradigma industrial, a produção do casal Smithson foi informada pelo vernáculo comercial, o universo pop da cultura de consumo. Defensores do as found, da apropriação de imagens objetos e materiais, integraram tanto o Team X – arquitetos dissidentes dos CIAM – como o Independent Group, coletivo que realiza a exposição This is Tomorrow em 1956.
Aula 2 – 11.2.2020
Lina Bo Bardi, antropofagia às avessas
Imigrante italiana, Lina foi a arquiteta atuante no Brasil mais sensível a manifestações populares de arte e do que ela chamava de “pré-artesanato”. Opôs-se criticamente à corrente dominante da arquitetura modernista brasileira, tecnocrática, mirando a convergência entre cultura popular e expressão nacional de vanguarda.
Aula 3 – 13.2.2020
Carlo Mollino, o interior e a câmera escura
Os interiores de Carlo Mollino são cuidadosamente compostos para a fotografia, o arquiteto projetou e manteve duas casas que nunca habitou. O espaço onírico da Casa Miller (1936-1942) é o cenário para séries fotográficas publicadas na revista Domus. O apartamento na Via Nappione, espécie de mausoléu secreto, foi descoberto com uma série de mais de 2000 fotografias de Polaroid depois de sua morte.
Aula 4 – 14.2.2020
Eileen Gray: da arte aplicada à síntese das artes
Estudante de arte, Eileen dedica-se inicialmente técnicas de laca e se interessa por tapeçaria e tecelagem. Produz tapetes, biombos pintados e peças decorativas com motivos orientais. Aproxima-se do neoplasticismo holandês e busca uma nova unidade entre forma, superfície e cor; numa experiência que culmina na casa E.1027, obra admirada e adulterada por Le Corbusier.
Denis Joelsons é arquiteto e ensaísta, autor do livro Arquitetura e Luto na obra de Adolf Loos (Annablume, 2019), mestre em História e Fundamentos da Arquitetura e Urbanismo (FAUUSP, 2017) e professor de projeto arquitetônico na FAUS – Unisantos. Integrou as equipes de curadoria e pesquisa da X Bienal de Arquitetura de São Paulo (2013), e da exposição The Insides are on the Outside (2012), centrada na obra de Lina Bo Bardi. Colaborou com diversos escritórios de arquitetura de São Paulo e, desde 2014, mantém seu próprio.