O curso tem por objeto a produção artística e expositiva a partir das produções das vanguardas do início do século 20 até os dias atuais, de uma perspectiva da História Social. Ainda que apresente um roteiro cronológico, a perspectiva não é a de uma história da arte linear e homogênea, mas a de estabelecimento de diálogos temporais entre artistas, obras, ações e abordagens, visando a produção artística internacional, mas também no Brasil e América Latina. O objetivo é que cada encontro possa funcionar como uma pequena introdução autônoma à história da arte moderna e contemporânea, orientada por uma questão específica, de sua origem até seus desdobramentos posteriores. O objetivo é que cada encontro possa funcionar como uma pequena introdução autônoma à história da arte moderna e contemporânea, orientada por uma questão específica, de sua origem até seus desdobramentos posteriores. Ao final do curso o aluno deverá ser capaz, não apenas identificar a produção artística nos períodos abordados, como compreender sua motivação, seus mecanismos históricos, mas também seus impasses diante de questões que seguem em aberto.
IMPORTANTE
As aulas serão ministradas online por meio de uma plataforma de ensino ao vivo. O link será compartilhado com os participantes após a inscrição. O curso é gravado e cada aula ficará disponível aos alunos durante cinco dias após a realização da mesma. Os certificados serão emitidos para aqueles que completarem 75% de presença.
Aula 1 – 10.8.2023
Vanguardas históricas: manifestos, ação e festividade
Breve introdução ao debate sobre arte, história e historiografia. Contexto artístico, social e econômico europeu no início do século 20.
Aula 2 – 17.8.2023
Mudar a arte para mudar a sociedade I
A crença na transformação da sociedade por meio da arte como projeto político. A estetização do mundo. Produção e ações de De Stjl e experiências expositivas de Frederick Kiesler.
Aula 3 - 24.8.2023
Conferência de Celso Lima
O construtivismo e suas origens na ação de massas pelo teórico Aleksei Gan, e as diretrizes de trabalho para o design e arquitetura construtivistas nas pedagogias propedêuticas dos Vkhutemas de Moscou.
Aula 4 – 31.8.2023
Mudar a arte para mudar a sociedade II
Dadá e Surrealismo. Desdobramentos no Brasil e América Latina.
Aula 5 – 7.9.2023
Educar para o modernismo
Bauhaus e Vkhutemas: agentes, projetos e a importância da industrialização. A fundação do MoMA de Nova York.
Aula 6 – 14.9.2023
Estetização do mundo e politização da arte: o Nazismo e as exposições de Arte Degenerada
Contexto alemão e o projeto de desqualificação dos modernismos. Exposições de Arte Degenerada e Grande Exposição de Arte Alemã.
Aula 7 – 21.9.2023
Guerra Fria: arte e design
Exposições para educação e propaganda. A reconstrução da Europa: mostras itinerantes de design e a Documenta de Kassel.
Aula 8 – 28.9.2023
Contexto artístico: pós 2ª Guerra Mundial
Arte bruta, Informalismo, Expressionismo Abstrato, Letrismo e CoBrA..
Aula 9 – 5.10.2023
Retomadas e experiências em novo contexto I
Situacionismo, Arte Pop e Novo Realismo.
Aula 10 – 19.10.2023
Retomadas e experiências em novo contexto II
Arte conceitual, Arte povera, Land Art e Minimalismo.
Aula 11 – 26.10.2023
Surgimento da curadoria independente. Contracultura e desbunde
Experiências internacionais e nacionais. O mundo globalizado e seus impactos na produção artística: tecnologias e comunicações. Experiências contraculturais.
Aula 12 – 9.11.2023
Pós-modernismo como anti-modernismo
A história como estante. Feminismo na arte.
Aula 13 – 16.11.2023
Exposições e práticas artísticas e as políticas de identidade
Globalização: identidade em discussão. Exposições e práticas artísticas e as políticas de identidade: Bienal de Havana (1984), Magiciens de la Terre (1989) e Bienal da Antropofagia (1998).
Aula 14 – 23.11.2023
Virada epistemológica na arte e sua história
Experiências expositivas e artísticas a partir de uma virada epistemológica: Mining the Museum (1992-3). Arte indígena contemporânea: Jaider Esbell, Denilson Baniwa, Olinda Tupinambá, Carmézia Emiliano, entre outros. Museus modernos e museus contemporâneos. O debate decolonial.
Aula 15 – 30.11.2023
Conferência de Alecsandra Matias
Novas proposições: temas e autorias negras
Apresentação e discussão sobre os temas e procedimentos de artistas contemporâneos que empregam a memória, os suportes e as técnicas ligadas à arte africana e afro-brasileira
Aula 16 – 7.12.2023
Dimensões pedagógicas na arte e curadoria. O que significa descolonizar os museus e as exposições?
Arte e curadoria coletivas e engajadas socialmente. Circuitos alternativos de produção e circulação artística. Exposições paradigmáticas em contexto internacional: bienais e bienalização.
Aula 17 – 14.12.2023
Visita ao acervo do MASP
Mirtes Marins de Oliveira é mestre e doutora em Educação: História e Filosofia e pesquisadora colaboradora na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (2020). Coordena a pós-graduação em Design da Universidade Anhembi Morumbi. Foi curadora de Contra o estado das coisas – anos 70 (2014), Especular (2018), Comigo ninguém pode, versando sobre a essencialização do feminino (2019), na Galeria Jaqueline Martins. Foi curadora de Arte para todos! Liberação e Consumo (Instituto Figueiredo Ferraz, 2016), Não um sonho (Galeria Simões de Assis, 2021) e de Máscaras: Fetiches e Fantasmagorias (Paço das Artes, 2021-2022). Coeditou, com Lisette Lagnado, a publicação Marcelina (2008-2012) e participou do livro Cultural Anthropophagy: The 24th Bienal de São Paulo 1998, da coleção Exhibition Histories (Afterall, 2015). Publicou, com Fabio Cypriano, o livro Histórias das exposições: casos exemplares (EDUC, 2016) e é autora de The body and the opus as a witness of times, sobre o trabalho de Letícia Parente, publicado em The feminist avant-garde. Art of the 1970s (2017).
Alecsandra Matias de Oliveira tem pós-doutorado em Artes Visuais (UNESP), é doutora em Artes Visuais e mestra em Comunicações (ECA-USP). Professora do CELACC e pesquisadora do Centro Mario Schenberg de Documentação e Pesquisa em Artes, ambos vinculados à ECA-USP. Membro da Associação Internacional dos Críticos de Arte (AICA) e autora dos livros Schenberg: Crítica e Criação (EDUSP, 2011) e Memória da Resistência (MCSP, 2022). Curadora independente, articulista do Jornal da USP e colaboradora da Revista DasArtes e Revista USP.
Celso Lima é artista plástico, professor da história do design, tecnologia têxteis e design de superfícies, co-curador da exposição Vkhutemas, o futuro em construção (SESC Pompeia, 2018), contemplada com prêmio da APCA, e co-autor do livro Vkhutemas, desenho de uma revolução (Kinoruss, 2020). Atualmente trabalha na criação e produção de arte têxtil em variadas técnicas, laboratórios e oficinas com alunos e como pesquisador da História do design Russo e Soviético.