Aula 1 – 17.3.2022
Modernistas negros no Rio de Janeiro e o Estado Novo
A primeira aula será dedicada à análise das trajetórias dos pintores modernistas Heitor dos Prazeres, Tomás Santa Rosa Junior e Wilson Tibério, buscando entender como suas experiências cotidianas como homens negros informavam sua relação com o campo da arte. Nesse debate, será dada uma atenção especial à relação desses sujeitos com as instituições que surgiram na capital federal no Estado Novo, tomando esse período como fundamental para entendermos as relações entre raça, estado e profissionalização nas diferentes áreas da cultura.
Aula 2 – 24.3.2022
Modernistas negros nos Estados Unidos e as políticas do New Deal
Na segunda aula, será analisada a circulação de artistas negros e negras nas instituições de arte dos Estados Unidos ao longo das décadas de 1930 e 1940. Nesse debate, trajetória de artistas como Aaron Douglas, Augusta Savage, Jacob Lawrence e Elizabeth Catlett serão centrais, assim como as instituições ligadas ao modernismo negro norte-americano. Sejam elas financiadas pelo poder público, por meio das políticas do Federal Arts Act, instaurado como políticas de aquecimento econômico durante o New Deal, ou de fundações privadas.
Aula 3 – 31.3.2022
O modernismo no Haiti e sua internacionalização
Na terceira aula do nosso curso, será analisada a internacionalização da produção artística do Haiti a partir da criação do Centre d’Art em 1944, os festejos do bicentenário da cidade de Porto Principe em 1949 e a criação do Foyer des Arts Plastiques em 1950. Considerando esses três marcos, iremos analisar a produção de artistas como Philomé Obin, Hector Hyppolite e Wilson Bigaud, considerando sua relação com a reelaboração das narrativas de emancipação negra no Haiti, e os tensionamentos frente à presença ostensiva de organismos internacionais no país.
Aula 4 – 7.4.2022
A Diáspora Africana na Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo
Nessa aula, a presença de artistas negros e negras nas quatro primeiras edições da Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo será analisada. Durante esse percurso, a participação de artistas como Heitor dos Prazeres, Elizabeth Cattlet, Philomé Obin, Hector Hyppolite e Agnaldo Manoel dos Santos na exposição tornam-se notícias de experiências de modernidades negras dispersas por territórios da Diáspora Africana.
Aula 5 – 14.4.2022
Modernismo Negro na Bahia
Na última aula do curso, a sala irá aportar em Salvador, e analisar como as rearticulações do sistema de arte no pós-II-guerra impactaram a experiência dos artistas modernistas negros na capital baiana. Serão centrais a essa análise a relação desses sujeitos com instituições locais de arte e sua circulação nacional. Analisada a partir de casos como exposição do pintor Rafael Borjes de Oliveira no MASP em 1952 e as exposições de Agnaldo dos Santos em galerias comerciais do Rio de Janeiro e São Paulo.
Bruno Pinheiro é mestre em Estética e História da Arte pelo Museu de Arte Contemporânea da USP e doutorando em História pela Unicamp. Realiza pesquisa sobre a circulação de pintores(as) e escultores(as) negros e negras em instituições de arte no período entre 1947 e 1964. Pesquisa financiada pela Fapesp e orientada pela profa. Dra. Silvana Rubino. Ao longo do ano de 2020 foi pesquisador visitante do Institute of Fine Arts da New York University. Tem experiências de pesquisa com os temas ligados a Cultura Visual, Modernismos e Relações Raciais.