MASP

Museus e dever de memória: como confrontar histórias difíceis?

Horário
19H – 21H
Duração do Módulo
ONLINE
2 – 30.5.2024
QUINTAS
(5 AULAS)
Investimento

Público geral
5x R$ 54
AMIGO MASP
5x RS 45,90
*valores parcelados no cartão de crédito

Professores
DAVID RIBEIRO

Que papel os museus podem desempenhar no esforço coletivo de não deixar cair no esquecimento histórias difíceis? Mais do que isso, o que os museus devem fazer para abordar essas histórias e confrontar as permanências que tornam esse passado uma presença constante especialmente no cotidiano de grupos sociais minorizados, como as populações negras e indígenas, as mulheres e as pessoas LGBTQIA+? Tendo como referência as histórias da escravidão, das dominações coloniais, dos genocídios e das violações passadas e presentes a direitos humanos e sociais, esse curso busca abordar algumas experiências museais para responder a essas questões, enfatizando práticas curatoriais, artísticas, educacionais e científicas em conjunto. Algumas das instituições e lugares de memória e consciência estrangeiros que serão discutidos são o Museu Real da África Central, inaugurado na Bélgica no final do século 19; o Museu Internacional da Escravidão, criado em Liverpool em 2007; o museu alemão Topografia do Terror, construído sobre as ruínas da Gestapo e inaugurado em 2010; o trabalho desenvolvido na antiga cadeia feminina de Johanesburgo relacionado ao contexto do apartheid, entre outros. Do nosso contexto local, falaremos sobre museus como o Memorial da Resistência, o Museu Afro Brasil Emanoel Araújo, o Museu do Ipiranga e o próprio MASP. 

IMPORTANTE

As aulas serão ministradas online por meio de uma plataforma de ensino ao vivo. O link será compartilhado com os participantes após a inscrição. O curso é gravado e cada aula ficará disponível aos alunos durante cinco dias após a realização da mesma. Os certificados serão emitidos para aqueles que completarem 75% de presença.

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O MASP, por meio do apoio da VR, oferece bolsas de estudo para professores da rede pública em qualquer nível de ensino.
 

Planos de aulas

Aula 1 – 2.5.2024
Museus, exposições e a desumanização de grupos sociais

Considerando o papel dos museus e das exposições universais no século 19, discutiremos sobre o recurso a esses meios para consolidar, especialmente entre as sociedades europeias, uma noção sobre populações “civilizadas” e “selvagens” para justificar o colonialismo.

Aula 2 – 9.5.2024
Construindo nações excludentes: os museus “nacionais”

Uma abordagem sobre museus nacionais ou com essa pretensão, como o Museu Nacional, o Museu Histórico Nacional e o Museu Paulista, tendo em vista suas práticas científicas e expositivas e considerando o quanto foram instrumentos de divulgação de uma pseudociência que legitimava o racismo. Discussão sobre contradiscursos e tensões criativas desejáveis. 

Aula 3 – 16.5.2024
Museus e dever de memória

Discussão sobre a noção de dever de memória e o papel que se espera de instituições museais e de lugares de memória e consciência. O paradigma dos museus e memoriais relacionados ao Holocausto, às perseguições nazistas e à Segunda Guerra Mundial. Museus e memoriais relacionados a perseguições políticas e terrorismo de Estado.

Aula 4 – 23.5.2024
Memória, descolonização, reparação

Reflexão sobre as persistências da escravidão, do colonialismo e de outras formas de subalternização e sobre a função que poderia ser desempenhada pela arte, pela cultura e pelos museus no presente. Os programas recentes de instituições como o MASP na promoção de narrativas inclusivas e plurais e os desafios desse processo.

Aula 5 – 30.5.2024
Visita ao MASP

Visita mediada ao MASP nas exposições Gran Fury: Arte não é o bastante e Acervo em transformação com o intuito de explorar as possibilidades e os limites da musealização de histórias difíceis.

Coordenação

David Ribeiro é mestre e doutor em História Social pela Universidade de São Paulo (USP), com tese premiada na categoria Inclusão social e cultural no Prêmio Tese Destaque USP (2022), atua como Supervisor de Mediação e Programas Públicos no MASP. No doutorado, realizou um estágio de pesquisa sobre a musealização do colonialismo e da escravidão no AfricaMuseum (Tervuren, Bélgica) e no Museu Internacional da Escravidão (Liverpool, Reino Unido). No MASP, foi co-curador das exposições Joseca Yanomami: Nossa Terra-Floresta, com Adriano Pedrosa, em 2022 e Sheroanawe Hakihiiwe: Tudo isso somos nós, com André Mesquita, em 2023. Fez assistência à curadoria de André Mesquita em Gran Fury: Arte não é o bastante, atualmente em cartaz. É membro do Conselho Internacional de Museus (ICOM). 

Conferencistas