Aula 1 - 08/04/2026 | Introdução: entre curadoria e método, escrita e escuta
O primeiro encontro estabelece um terreno comum sobre os assuntos compartilhados no curso, especialmente a partir da prática do curador Bonaventure Soh Bejeng Ndikung na reflexão escrita, em livros como In a While or Two We Will Find the Tone: Essays and Proposals, Curatorial Concepts, and Critiques (2020) e An ongoing-offcoming tale: ruminations on art, culture, politics and Us/Others (2022), e exposições, como “Force Times Distance: On Labour and Its Sonic Ecologies” (2020-24) e “Indigo waves and other stories: re-navigating the Afrasian Sea and notions of diaspora (2023).
Aula 2 - 15/04/2026 | Pidginização e outros métodos curatoriais
Essa aula é dedicada à noção de pidginização, proposta por Ndikung no livro Pidginização como método curatorial: brincando com linguagens e modos de fazer curadoria [2023] (2025). Por pidginização, o curador entende uma maneira de fazer curadoria pela troca e pelo contato de mundos, uma reflexão curatorial que não é apenas cognitiva, mas fenomenológica e espacial e pode se manifestar em uma série de estratégias poéticas e metodológicas onde a contação de histórias possibilita múltiplos arranjos com a linguagem e a cultura.
Aula 3 - 22/04/2026 | Matrizes de O Quilombismo
A teoria do pensador pan-africano brasileiro Abdias Nascimento foi o mote da exposição “O Quilombismo: Of Resisting and Insisting. Of Flight as Fight. Of Other Democratic Egalitarian Political Philosophies” (2023), realizada na Casa das Culturas do Mundo, em Berlim. Tomaremos esse exemplo para discutir como a prática curatorial pode pensar as contribuições diaspóricas de maneira espacial e discursiva.
Aula 4 - 29/04/2026 | Praticando a humanidade
O último encontro visa uma reflexão sobre a proposta de desenvolvimento curatorial a partir da noção de humanidade como prática, além de outras como escuta profunda, que se vinculam tanto à humanidade quanto à noção de pidginização como método curatorial, permitindo a análise da exposição como mais um estudo de caso do pensamento curatorial de Ndikung próximo ao contexto brasileiro.
André Pitol é pesquisador, curador e professor, com doutorado pela ECA-USP. É docente da École Intuit Lab - Instituto Francês de Design, Digital e Estratégia e também da pós-graduação da Pontifícia Universidade Católica – SP. Integra o Grupo Especial América Latina y los Balcanes: vínculos culturales y sociales (CIBAM/CLACSO) e é membro associado da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN). Atua em projetos de curadoria e pesquisas em história da arte a partir de uma perspectiva afrotópica. Escreveu ensaios para e-flux, The Brooklyn Rail, Photographies, Mídia Ninja e ZUM. Realizou a curadoria de Edival Ramosa - Nova Construção Totêmica (coleção moraes-barbosa, São Paulo, 2024) e Expondo Patrimônios: a arte de pendurar histórias (SADA, São Paulo, 2019). Foi co-curador da 30º Mostra de Arte da Juventude (Sesc Ribeirão Preto, 2022) e curador-adjunto de A parábola do Progresso (Sesc Pompeia, 2022/2023). Co-conceptualizou o programa itinerante Escola de Quilombismo, na Haus der Kulturen der Welt, em Berlim (2023). Em 2024, foi pesquisador residente no Centro Internacional de Artes Gráficas, em Ljubljana, Eslovênia, e no ThinkArt, em Casablanca, Marrocos; no mesmo ano foi contemplado com uma bolsa da Foundation for Arts Initiatives. Foi co-curador adjunto da 36º Bienal de São Paulo (2025).