Aula 1 - 02.07.2025
“Que horas são?” Pensar e agir entre o local e o global;
A aula de abertura visa situar o pensamento no presente histórico em suas contradições e seus desafios multidimensionais: políticos, sociais e ecológicos. Destes extraímos dois pontos. O primeiro reside em identificar aberturas às transformações nas sensibilidades e formas de sociabilidade. O segundo consiste em mapear práticas que rearticulam o local e o global, o poético e o político nas artes, na arquitetura e em intervenções urbanas.
Aula 2 - 09.07.2025 I Visita à exposição: Mulheres Atingidas por Barragens: bordando direitos
Histórias feitas com as mãos: encontros entre arquitetas(os) e povos originários;
A aula mapeia experiências recentes para identificar novos repertórios de ação cooperada entre arquitetas(os), artistas e povos originários. Nestes, a função social das artes e da arquitetura ganha contornos que respondem às necessidades materiais e de reconhecimento, cuidados e curas recíprocas, urgências e utopias. Deve-se destacar, ainda, em que medida saberes afro-brasileiros transformam afetos expansivos e presença territorial em tecidos associativos.
Aula 3 - 16.07.2025
A cidade aproxima: ocupações, condensadores sociais e poéticas da circulação;
Nesta aula as cidades contemporâneas são entendidas numa dupla chave: enquanto entroncamentos de infraestruturas, pessoas e saberes, mas também como máquinas de crescimento destrutivo cuja marcha deixa vazios, acumula destroços e aglutina forças vivas. Poéticas da circulação são práticas que embaralham circuitos, constituem novos nós e abrem outros espaços em metrópoles adensadas e precárias.
Aula 4 - 23.07.2025
Imaginação política e projetação: poéticas do semear.
Formas culturais hegemônicas operam ora no sentido da escassez característica de ambientes concorrenciais mercantilizados e exclusivistas, ora no sentido da verticalidade autoritária e androcêntrica. Tais formas culminam em espaços fragmentados, marcados por cercamentos e empobrecimento. Reflorestar a imaginação política passa necessariamente por colocar em circulação modos de sentir e de organizar que subvertam tais matrizes. Formas que abram mundos no mundo. Este o tema do último encontro.
Paolo Colosso é professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) no Programa de Pós-Graduação em Filosofia e no Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, do qual foi coordenador (2020-2022) e sub-coordenador (2022-2024). Tem graduação em Filosofia pela Unicamp (2012), mestrado em Filosofia pela Universidade de São Paulo (2015), onde desenvolveu também sua tese de doutoramento (2015-2019). É autor do livro Rem Koolhaas nas metrópoles delirantes: entre a Bigness e o big business (Annablume, 2017) e tradutor do livro A revolução é um freio de emergência: ensaios sobre Walter Benjamin de Michael Löwy (Autonomia Literária, 2019). Publica regularmente na revista Carta Capital e na plataforma Outras Palavras. Junto à rede BrCidades ganhou prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte na categoria Urbanidade (2019) e, em 2022, foi curador da exposição Cidades pós-pandemia: colocar no horizonte obras em comum, no Museu da Escola Catarinense em Florianópolis.