MASP

MASP Pesquisa [MASP Search]

23 e 24.5.2018
Quarta-feira: 14h - 16h
Quinta-feira: 10h30 - 16h

Inscrições gratuitas no dia do evento

Este é o primeiro seminário público dedicado ao MASP Pesquisa, programa de fomento à pesquisa em arte, que visa promover a especialização e a capacitação profissional de pesquisadores interessados em estudar as coleções e a história do Museu de Arte de São Paulo. Entre 2016 e 2017, 11 pesquisadores receberam bolsas com durações entre seis meses e um ano, e realizaram estudos aprofundados sobre as coleções e a história do museu, a partir dos contatos com o acervo em exposição, a reserva técnica do museu e o centro de documentação do MASP.

Inscrições gratuitas no dia do evento

A retirada de ingressos será realizada duas horas antes do início do seminário, na bilheteria do museu.
Serão necessários o cadastro de e-mail, nome completo e a apresentação de um documento oficial na retirada do ingresso.
Cada ingresso é válido para 1 (um) dia de evento, sendo necessária a retirada em cada um dos dias.
Os certificados serão emitidos somente para os participantes que comparecerem nos dois dias do seminário, e serão enviados para o e-mail cadastrado previamente.


Organização: André Mesquita, Lilia Moritz Schwarcz e Luciano Migliaccio

Quarta, 23 de maio 
14h - 16h

FELIPE SEVILHANO MARTINEZ
A questão da atribuição de O retrato de jovem com corrente de ouro, de Rembrandt van Rijn
A pesquisa trata da atribuição da pintura O retrato de jovem com corrente de ouro ao artista Rembrandt van Riin. A obra do acervo do MASP teve sua atribuição negada em um dos catálogos publicados pelo Rembrandt Research Project (RRP), responsável por reduzir as obras originalmente atribuídas a Rembrandt em quase 50%. Desde as primeiras publicações, entretanto, muitos questionamentos foram levantados e novos estudos realizados. Como resultado, parte das obras que tiveram sua atribuição negada foram reconsideradas e incorporadas novamente ao conjunto da obra do pintor. Com base em tais estudos, e nas discordâncias entre os próprios membros do RRP, propomos uma nova hipótese para a atribuição, de modo a reaproximar a obra do MASP dos pincéis de Rembrandt.
 
LILIAN DE ANGELO LAKY
A escultura de Higéia do acervo do MASP: um estudo iconográfico e contextual

Esta pesquisa realizou uma análise iconográfica e contextual do tipo escultórico da deusa Higéia pertencente à coleção do MASP. Nossa intenção foi precisar a identificação da figura mítica representada na escultura, bem como a datação e área geográfica na qual foi elaborada, com a finalidade última de revelar a originalidade e excepcionalidade do exemplar do acervo do museu, principalmente no que se refere à presença da figura de Eros na estátua original da Antiguidade. Para tanto, nos baseamos em um comparandum de esculturas, identificadas ou não como Higéia, que possuem as mesmas características imagéticas do tipo do MASP, pertencentes a acervos de museus europeus e norte-americanos. A intenção foi também traçar um histórico da aquisição da escultura, anterior à sua entrada na coleção do MASP, nos séculos 18 e 19. A análise de fluorescência de raios-X, realizada pelo professor Carlos Roberto Appoloni (Univ. Estadual de Londrina), foi aplicada à escultura de sorte a confirmar a proveniência do mármore e a antiguidade das partes fragmentadas que compõem a peça.
 
DANIELLE DE CARLA DIVARDIN
O MASP e a sétima arte. O seminário de cinema do Museu de Arte de São Paulo

O Seminário de Cinema, primeiro curso de cinema no Brasil, foi criado pelo MASP em 1949. Com o objetivo de formar técnicos para a indústria cinematográfica paulista, o Seminário funcionou no Museu até 1959 e manteve estreita relação com as companhias cinematográficas que surgiram no início da década de 1950, como a Companhia Cinematográfica Vera Cruz, dirigida por Alberto Cavalcanti, cineasta que havia retornado ao país para ministrar um curso no Seminário. A iniciativa do Seminário de Cinema estimulou a indústria cinematográfica paulista, contribuindo com a formação de profissionais para o cinema nacional, além de ter inspirado a criação de cursos universitário de cinema. 
 
MILENE SOARES CARA
47, 69. O MASP, os Bardi e o Design. Uma modernidade incompleta?

Esta pesquisa pretendeu investigar a contribuição do Museu ao debate do design no Brasil, por meio de suas exposições entre os anos de 1947 e 1969. Há uma grande lacuna entre objetos expostos em um museu e como os experimentamos na vida cotidiana. O design não se refere apenas a objetos, mas a relações, e como as coisas, elementos portadores de identidade, mediam como vemos o mundo e a nós mesmos por meio delas. A contribuição do MASP fundamentou-se na problematização da ideia de modernidade presente no debate italiano do design, o que promoveu o surgimento de soluções híbridas de um original e imprevisível caráter, propostas a nós como novas bases à reflexão e ao debate sobre nossas tentativas de ingressar na modernidade. Estes são os temas que organizarão a discussão e a apresentação das ideias que fundamentaram os esforços do Museu e que são ainda desconhecidas por nós. 
 
 
Quinta, 24 de maio
10h30 - 12h30
BRENO MARQUES RIBEIRO DE FARIA
Flávio de Carvalho e o MASP: obras do acervo e a exposição de 1948

Flávio de Carvalho em 1948 era um nome reconhecido: personagem da cena artística paulistana desde a década 1920, seu percurso como agitador cultural já era parte da história da arte no Brasil. Essas características levam Pietro Maria Bardi a convidar o artista a expor no museu. Além da relevância de Flávio artisticamente, provavelmente sua postura “investigativa” e “didática” fizeram a exposição – que foi encerrada com uma palestra sua – interessante naquele momento vivenciado por ambos, artista e instituição. Tentamos esclarecer as relações desenvolvidas entre Flávio, Bardi e Assis Chateaubriand, em um processo que envolveu doações, exposições e publicações.
 
TULIO HELENO DE AGUIAR BUCCHIONI
Fotografia, gênero e masculinidade: um olhar para o acervo do Foto Cine Clube Bandeirante reunido no MASP

Por meio da leitura de seis fotografias produzidas por German Lorca, Geraldo de Barros e Thomaz Farkas, todas pertencentes ao acervo do Foto Cine Clube Bandeirante em comodato no MASP, esta apresentação propõe uma reflexão sobre fotografia, antropologia, gênero e masculinidade. Inspirando-se em conceitos como “reapropriação” ou “reengajamento” visual, presentes na obra da antropóloga Elizabeth Edwards (2011), na ideia de gênero enquanto representação sugerida por Teresa de Lauretis (1987) e no conceito de performatividade de gênero de Judith Butler (2005), pretendemospercorrer um caminho imbricado entre fotografia e estudos de gênero, voltadopara a pesquisa sobre cultura visual e visualidade. 
 
ISABEL GASPARRI
Manifestações culturais diaspóricas na obra de Maria Auxiliadora da Silva

A pesquisa dedica-se ao estudo de manifestações culturais diaspóricas na obra da pintora mineira Maria Auxiliadora da Silva (1935-1974), justificando-se pela necessidade de ampliação de conhecimento sobre a produção da artista, por intermédio de olhares que se afastem de visões etnocêntricas. Verifica-se que em sua produção residem simbologias ligadas à identidade e à resistência negras, e que o próprio estilo elaborado pela pintora, cujos alguns aspectos podem ser provenientes da arte afro-brasileira, também indica resistência cultural, desmistificando assim percepções que consideram sua temática simples e ingênua.
 
FREDERICO FERNANDO SOUZA E SILVA
Artistas negros na coleção do MASP: Arthur Timótheo da Costa e Emmanuel Zamor

O presente estudo resulta da pesquisa sobre um conjunto de três obras que compõem o núcleo de Arte Brasileira do MASP: Barcas na margem do rio (1884), A Dama de verde (1908) e O menino (1917). A primeira do pintor baiano Emmanuel Zamor e as duas últimas do pintor carioca Arthur Timótheo da Costa. Concomitantemente à análise dos trabalhos em si, esforça-se em adensar o campo de conhecimento sobre a vida e obra desses dois pintores negros em atividade na passagem do século 19 para o 20, e localizar as possíveis relações entre ambos, tanto no campo da produção artística como de suas experiências pessoais.
 
14h - 16h
JULIANA RIBEIRO DA SILVA BEVILACQUA
Histórias compartilhadas: um panorama das exposições e coleções de arte africana no MASP

A apresentação tem como objetivo compartilhar os resultados da investigação sobre as exposições e coleções de arte africana do MASP. A pesquisa revelou que, apesar de ser conhecido por suas coleções de arte europeia, o Museu de Arte de São Paulo não apenas possui uma relação com as produções artísticas do continente africano desde a década de 1950 como também vem apresentando um papel fundamental na construção de uma concepção de arte africana bastante peculiar no país. 
 
CINTIA ALFIERI GAMA ROLLAND
A coleção egípcia antiga do Museu de Arte de São Paulo

Esta breve apresentação tem como objetivo mostrar os significativos artefatos egípcios antigos que integram a coleção do Museu de Arte de São Paulo. Desejamos apresentar ao público objetos que, atualmente, não estão expostos, mas que apresentam um grande interesse para a compreensão e estudo da história da arte egípcia. Assim, analisaremos os artefatos apresentados explicando seu contexto de produção, uso e importância para o conhecimento da arte egípcia.
 
ROSA CRISTINA MARIA DE CARVALHO
As quatro faces de Albino Braz. Inventário dos desenhos pintados mantidos no acervo do MASP

Em 1974, Osório Cesar doou ao Museu de Arte de São Paulo uma seleção de obras de sua valiosa coleção de “arte de alienados”. Desse conjunto, os desenhos de Albino Braz são impressionantes por transmitirem uma forte pessoalidade nas composições e na escolha das cores. Cesar considerava Braz um artista nato, dono de uma força criadora inconsciente que o permitia elaborar novas configurações. A presença do fantástico nas obras de Braz é inegável, no entanto, em muitas delas aparecem cenários campestres que foram pouco observados pelos estudiosos. Por esse motivo, essa apresentação enfatizará o inventário histórico das obras de Albino Braz a partir da reconstrução da vida do camponês que esse artista foi antes de ser internado no Hospital Psiquiátrico do Juquery. 

Participantes

Breno Marques Ribeiro de Faria
Pesquisador, doutorando em Estética e História da Arte pelo Universidade de São Paulo, possui mestrado em História da Arte pela Universidade Estadual de Campinas e graduação em História pela Universidade Federal de Minas Gerais. Tem desenvolvido pesquisas na área de História da Arte Brasileira, em torno da pintura de retrato setecentista da família real portuguesa no Brasil, e atualmente, sobre a coleção de arte do Ministério das Relações Exteriores do país.

Cintia Alfieri Gama-Rolland
Doutora em religião egípcia antiga pela École Pratique des Hautes Études - Sorbonne, Paris; antiga conselheira científica no departamento de antiguidades egípcias do Museu do Louvre, integrante de três missões arqueológicas no Egito: Missão francesa de escavação de Tânis, missão Italiana de escavação da Tumba de Harwa e missão de estudo da tumba de Nferhotep, em Luxor. Mestre em arqueologia pela UFRJ, graduada em História pela USP.
 
Danielle Divardin
Graduada em Imagem e Som, pela UFSCar, e mestra em Ciência, Tecnologia e Sociedade, pela mesma instituição. Trabalhou na Cinemateca Brasileira no laboratório de restauração de filmes e também como pesquisadora dentro do projeto da UNESCO/SAv. Como produtora audiovisual, dirigiu dois curta-metragens de animação com apoio do MinC.

Felipe Martinez
Doutorando em História da Arte, pela UNICAMP, e atua como professor nos principais museus de São Paulo, como o MASP e o MAM. Defendeu dissertação de mestrado sobre os quadros de Vincent van Gogh presentes no acervo do MASP, onde também atuou como pesquisador. Participou de publicações acadêmicas sobre o período impressionista e pós-impressionista, colabora com a revista seLecT, e foi pesquisador visitante do Museu Van Gogh, em Amsterdã.

Frederico Silva
Professor Adjunto do Departamento de Artes Visuais da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Doutor em História, Teoria e Crítica de Arte pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). Autor do livro “A Coleção Artur Azevedo” (Instituto GEIA, 2014). 

Isabel Gasparri
Graduada em Letras (Fundação Santo André) e em Pedagogia (Universidade Federal de São João Del Rei), e mestra em Letras (Universidade de São Paulo - USP).

Juliana Ribeiro da Silva Bevilacqua
Historiadora, mestre e doutora em História Social pela Universidade de São Paulo. É autora do livro Homens de Ferro. Os ferreiros na África central no século XIX (São Paulo: FAPESP; Alameda, 2011) e coautora do livro África em Artes (São Paulo: Museu Afro Brasil, 2015). Atuou como pesquisadora em instituições como o Museu Afro Brasil, o Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (USP) e o MASP. Atualmente é professora colaboradora na linha de pesquisa “Questões de arte não europeia” no programa de pós-graduação em História da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

Lilian de Angelo Laky
Bacharel em História pela PUC-SP, mestre e doutora em arqueologia grega pelo Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE-USP) - com estágio de doutorado (BEPE-FAPESP) na Universidade de Tessalônica e na Escola Britânica de Atenas, na Grécia.  É pesquisadora do Laboratório de Estudos sobre a Cidade Antiga (LABECA/MAE-USP) e membro da equipe alemã de escavações em Olímpia, na Grécia, sendo responsável pelo estudo e publicação dos achados monetários das últimas pesquisas arqueológicas no local.

Milene Cara
Pós-doutoranda na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP) onde desenvolve pesquisa junto ao Museu da Casa Brasileira (MCB). Doutora, mestre e graduada pela FAU-USP, é arquiteta e urbanista, professora das pós-graduações em design da Faculdade Armando Álvares Penteado (FAAP), Instituto Europeu di Design (IED-SP) e Centro Universitário Senac, curadora e crítica de arte e design. É autora do livro “Do Desenho Industrial ao Design: uma Bibliografia Crítica para a Disciplina” (São Paulo: Blücher, 2010). Integra o júri do Prêmio Design MCB desde 2016 e coordenou a categoria de trabalhos publicados e não publicados da 31ª Edição do Prêmio Design MCB em 2017.

Rosa Cristina Maria de Carvalho
Artista plástica, Arte-educadora, Mestre em Artes e Doutora em História da Arte pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Como professora de artes, lecionou na rede pública de ensino e na Escola de Educação Especial Ignês Enfeldt (APAE/ Jundiaí), onde coordenou um projeto de artes e educação especial. Nos últimos dez anos, desempenhou atividades no ensino superior como palestrante e pesquisadora em história da arte. Atualmente, dedica-se ao estudo do modernismo brasileiro e suas correlações com o Dadaísmo, o Surrealismo e a Arte Bruta.

Tulio Bucchioni
Formado pela Escola de Comunicações e Artes da USP e mestre em Antropologia Social pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Foi pesquisador visitante no Instituto Latino Americano da Universidade Livre de Berlim e pesquisador do programa MASP Pesquisa. Atualmente é educador na área de Gênero, Sexualidade e Prevenção de HIV/Aids e IST da OSC Viração, onde coordena o projeto Pra Brilhar, em parceria com o Programa Municipal de IST/Aids de São Paulo.