MASP

André Lhote

Interior com figuras femininas, 1936

  • Autor:
    André Lhote
  • Dados biográficos:
    Bordeaux, França, 1885-Paris, França ,1962
  • Título:
    Interior com figuras femininas
  • Data da obra:
    1936
  • Técnica:
    Óleo sobre tela
  • Dimensões:
    117 x 89,5 x 2,5 cm
  • Aquisição:
    Doação Diários Associados, 1947
  • Designação:
    Pintura
  • Número de inventário:
    MASP.00154
  • Créditos da fotografia:
    João Musa

TEXTOS



Depois de frequentar o curso de escultura decorativa em Bordéus, Lhote dedicou-se à pintura e mudou-se para Paris. Expôs no Salon des Indépendants em 1906 e no Salon d’Automne de 1907, aproximando‑se da poética de Cézanne (1839-1906). Em 1912 participou do grupo La Section d’Or [A Secção Áurea], assimilando, sobretudo, o rigor construtivo e geométrico do cubismo. Publicou numerosos escritos históricos e teóricos: Tratado sobre a paisagem (1938), Antes a pintura (1942), Tratado sobre a figura (1950). Reuniu escritos de artistas em Da paleta ao escritório (1946). Abriu sua própria escola, na rua d’Odessa, em Paris, onde se formaram os brasileiros Tarsila do Amaral (1886-1973), Francisco Brennand e Antonio Gomide (1895-1967). Sua influência no Brasil é perceptível também nas obras públicas de Di Cavalcanti (1897-1976) e Candido Portinari (1903-1962). Composição — Interior com figuras femininas (1936) evoca a temática das cenas de interior de harém tratada pelo orientalismo do século 19, nomeadamente por Delacroix (1798-1863) nas Mulheres de Argel (1834), à luz das banhistas de Cézanne e das experiências cubistas.

— Equipe curatorial MASP, 2017




Por Luciano Migliaccio
Provavelmente a inscrição no verso de Composição – Interior com Figuras Femininas refere-se a Beatrix Reynald, que se transferiu para o Rio de Janeiro durante a Segunda Guerra Mundial e que se desfez de sua coleção para ajudar a Resistência. Exercício algo acadêmico, essa composição inspira-se na pintura orientalista do século XIX no que tange à apresentação das figuras e à decoração do boudoir. A figura à direita tem como modelo as Mulheres de Argel de Delacroix. A obra apresenta uma simplificação das formas, típica da pintura monumental. Aproximando-se da gráfica publicitária da década de 1930, ela não deixará de influenciar, por sua vez, a pintura decorativa e mural que se converte em programa cultural de inúmeros países no período pós-guerra, aí se incluindo o Brasil, com artistas como Di Cavalcanti e Portinari.

— Luciano Migliaccio, 1998

Fonte: Luiz Marques (org.), Catálogo do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, São Paulo: MASP, 1998. (reedição, 2008).



Pesquise
no Acervo

Filtre sua busca