MASP

Francisco Goya y Lucientes

Jogam cachorros ao touro, da série Tauromaquia, 1815-16

  • Autor:
    Francisco Goya y Lucientes
  • Dados biográficos:
    Fuendetodos, Espanha, 1746-Bordeaux, França ,1828
  • Título:
    Jogam cachorros ao touro, da série Tauromaquia
  • Data da obra:
    1815-16
  • Técnica:
    Água-forte
  • Dimensões:
    32 x 44,5 cm
  • Aquisição:
    Doação Assis Chateaubriand, 1955
  • Designação:
    Gravura
  • Número de inventário:
    MASP.06018
  • Créditos da fotografia:
    João Musa

TEXTOS


Por Amanda Sammour
Goya é considerado um dos artistas mais importantes do final do século 18 e início do século 19. Nascido em Fuendetodos, Espanha, mudou-se mais tarde com seus pais para Saragoça e aos catorze anos começou a estudar com o pintor José Luzán Martínez (1710-1785). Tornou-se um pintor da corte da coroa espanhola em 1786, período marcado por sua produção de retratos da aristocracia espanhola e tapeçarias em estilo Rococó. Goya tornou-se Primer Pintor de Cámara, classificação mais alta para um pintor da corte espanhola. Entre 1815 e 1816, criou a série Tauromaquia, composta por 33 gravuras, das quais 5 pertencem ao acervo do MASP. A série estrutura-se em uma sequência cronológica que busca construir uma história das touradas na Espanha, partindo do período medieval até enredos dos toureiros mais famosos do período, como Antonio Ebassun Martincho e José Delgado Pepe-Illo. As cenas registram as suertes, movimentos tomados nas touradas, refletindo momentos de triunfo e os percalços e perigos que poderiam ocorrer durante a luta. A construção de Tauromaquia revela uma abordagem ambivalente de Goya frente ao tema das touradas. Por um lado, o artista parece reforçar um caráter lúdico e triunfal genuinamente espanhol, como em Um cavaleiro espanhol mata um touro após ter perdido um cavalo — em uma provável tentativa de afirmação de sua hispanidade, logo após ser absolvido das suspeitas de fidelidade a José Bonaparte, ocupante francês recém-expulso da Espanha. Por outro lado, cenas como Barreira dos mouros feita com burros para proteger-se do touro embolado apontam a uma visão crítica — também presente em outras de suas séries contemporâneas —, em que parece enfatizar uma sociedade que busca na violência uma forma de redenção.

— Amanda Sammour, supervisora de comunicação, MASP, 2022



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