MASP

Anna Bella Geiger

Macio com ilusões abstratas, 1994

  • Autor:
    Anna Bella Geiger
  • Dados biográficos:
    Rio de Janeiro, Brasil, 1933
  • Título:
    Macio com ilusões abstratas
  • Data da obra:
    1994
  • Técnica:
    Óleo e acrílica sobre tela
  • Dimensões:
    77 x 122 cm
  • Aquisição:
    Doação da artista, 2019
  • Designação:
    Pintura
  • Número de inventário:
    MASP.10976
  • Créditos da fotografia:
    Eduardo Ortega

TEXTOS



Anna Bella Geiger inicia sua produção artística na década de 1950, em um momento que as linguagens artísticas e a ideia do que era arte estavam em constante transformação. Trabalhando inicialmente com a gravura, a artista logo expande os meios utilizados e passa a produzir vídeos, instalações e objetos variados. A partir da década de 1970 também realiza pinturas, explorando outros formatos e superfícies para além da tradicional tela disposta em um chassi retangular. Isso se vê na série Macios, composta por telas elípticas e acolchoadas, algumas vezes recortadas e sobrepostas como nos cortes triangulares que apareciam nas gravuras A parte e O todo (1970-90), e nas instalações O pão nosso de cada dia (1978-80) e Mesa, friso e vídeo macios (1981), que já usavam estruturas acolchoadas e pintadas. Os Macios são compostos de elementos fragmentários que transitam entre o abstrato e o figurado, dispostos em secções da tela entrecortadas por diagonais. Em Macios com ilusões abstratas há elementos geometrizados que retomam as experimentações abstratas do início da carreira da artista. Algumas formas sugerem corpos celestes, ou fragmentos de máquinas, vidros, metais, e também remetem às formas do interior do corpo humano da série Viscerais (1965-69). Também aparecem alusões às fotografias do solo lunar, como nas gravuras da série Polaridades/Lunares (1973-74), que aqui parecem ter sido impressas e coladas sobre a pintura. O procedimento de unir pedaços para formar uma coisa só, com elementos variados e superpondo diferentes linguagens – como aqui, em que a artista transpõe a imagem das gravuras lunares em uma pintura – é uma operação constante no trabalho de Geiger, que tensiona e dilui os limites entre os diferentes suportes, estilos e temáticas que percorre.

—Matheus de Andrade, assistente de pesquisa, 2023



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