Como já o discernia desde 1932 Paulo Rossi Osir, o crítico mais sofisticado dos anos 30 no Brasil, é na retratística que Portinari sem dúvida dá o melhor de si. A obra-prima de 1932, que lhe assegura tal intuição, o Retrato de Maria (MNBA), põe de chofre o artista em um entroncamento próprio que viera se articulando nos anos do decênio anterior, quando a herança de Modigliani, morto em 1920, é reelaborada pelos grandes artistas italianos de Valori Plastici, enquanto a superação do expressionismo na Ale- manha permitia a inserção de muitos de seus pintores no que se chamou a Nova Objetividade (Neue Sachlichkeit).
— Autoria desconhecida, 1998