Em 1950, o MASP apresentou uma exposição com desenhos e esculturas de Mario Cravo Júnior (1923-2018). A mostra inaugurou a sala de exposições periódicas do museu dedicadas a jovens artistas brasileiros. Na ocasião, foi lançado também um caderno com dez aqua-tintas do artista, representando peixes, em tiragem limitada, com texto de José Valladares (1917-1959), então diretor do Museu Histórico da Bahia. No contexto da mostra, o jornal Diário de São Paulo publicou um texto sobre o artista: "Sua arte se caracteriza pela pesquisa de uma linguagem fiel ao material empregado, ou, em outros termos, seu respeito pela natureza do material, sujeitando as formas aos ritmos puros, às exigências e ao comportamento plástico do ferro, do mármore, do diorito ou do barro. Outro elemento essencial na arte de Mario Cravo é a construção de estruturas e sistemas de linhas, planos e volumes, concebidos dentro de uma dinâmica nova, de inspiração abstracionista. Sua valorização do movimento puro levou-o a animar blocos inertes em composições tridimensionais que nada perdem da primitiva originalidade do bloco mas alcançam um sentido altamente emocional". Na exposição Histórias afro-atlânticas, em 2018, trabalhos de Cravo Júnior foram apresentados no núcleo Rotas e transes: Áfricas, Jamacais, Bahia, com obras unidas por tensões, contrastes e analogias. Mario Cravo Júnior foi o primeiro e seminal artista do modernismo baiano a se dedicar à pesquisa da cultura afro-brasileira, trazendo Exus e deidades da cosmogonia iorubana, sobretudo. Na mostra de 18, foi reunida uma série de cabeças produzidas pelo artista.
— Equipe curatorial MASP, 2021