MASP

Catherine Opie: o gênero do retrato

5.7 – 27.10.2024

Catherine Opie (Sandusky, Ohio, 1961) é uma das principais artistas da fotografia contemporânea internacional, e esta é sua primeira exposição individual no Brasil. Desde o final da década de 1980, Opie vem trabalhando com fotografia colorida e em preto e branco, e o retrato é um de seus gêneros prevalentes — embora também tenha trabalhado com fotografia de arquitetura e de paisagem, entre outras. De fato, desde a faculdade, ela vem realizando retratos da comunidade queer, da qual faz parte. Assim, num ano dedicado às narrativas, personagens e temas LGBTQIA+ no MASP, esta mostra propõe reunir retratos dessa coletividade feitos por Opie ao longo das décadas.

Catherine Opie: o gênero do retrato apresenta 66 fotografias de Opie realizadas entre 1987 e 2022. O subtítulo da mostra alude aos diferentes significados em português da palavra gênero, em oposição ao inglês gender/genre. Por um lado, o gênero [genre em inglês] é o tipo, a espécie, a forma, a classe, a categoria, o estilo; no campo das artes visuais, podemos falar em diferentes gêneros na pintura: o retrato, a paisagem, a natureza morta. Por outro lado, o gênero [gender em inglês] é também a diferença socialmente construída entre homens e mulheres ou aqueles que se identificam de outros modos, e pode abarcar diversas identidades, sejam elas transgêneras, não-binárias ou cisgêneras. Opie se apropria do gênero tradicional do retrato, associado normalmente às elites, para dar visibilidade e força a sua própria comunidade.

O trabalho de Opie dialoga muito com a história do retrato na pintura ocidental e, por essa razão, esta exposição inclui 21 retratos clássicos do acervo europeu do museu, num arco temporal de 400 anos. As obras são apresentadas nos icônicos cavaletes de vidro de Lina Bo Bardi (1914–-1992), arquiteta que concebeu o edifício do MASP, oferecendo um diálogo contundente entre muitos gêneros: pintura e fotografia, o histórico e o contemporâneo, e sobretudo entre corpos, sexualidades e identidades. 

Catherine Opie: o gênero do retrato é curada por Adriano Pedrosa, diretor artístico, e Guilherme Giufrida, curador assistente.

Com Alcipe (Leonor de Almeida Portugal de Lorena e Lencastre); Amedeo Modigliani; Anthony van Dyck; Diego Velázquez; Édouard Manet; Francisco Goya y Lucientes; Frans Hals; Giovanni Bellini; Hans Holbein, o Jovem; Jean-Auguste Dominique Ingres; Jean-Baptiste-Siméon Chardin; Lucas Cranach, o Antigo; Peter Paul Rubens; Piero di Cosimo; Pierre-Auguste Renoir; Pietro Perugino; Rembrandt Van Rijn; Thomas Gainsborough; Ticiano; e Vincent van Gogh.

Todas as obras de Catherine Opie nesta exposição são cortesia da artista e de Regen Projects, Los Angeles; Lehmann Maupin, Nova Iorque, Hong Kong, Londres e Seul; e Thomas Dane Gallery, Londres e Nápoles.

A mostra integra o ano da programação do MASP dedicado às Histórias da diversidade LGBTQIA+, que também inclui exposições de Francis Bacon, Gran Fury, Leonilson, Lia D Castro, Mário de Andrade, MASP Renner, Serigrafistas Queer e a coletiva Histórias da diversidade LGBTQIA+, além de mostras na Sala de Vídeo de Kang Seung Lee, Massi Mamaní/Bartolina Xixa, Manauara Clandestina, Tourmaline e Ventura Profana.

Catherine Opie: o gênero do retrato
Curadoria de Adriano Pedrosa, diretor artístico, MASP, e Guilherme Giufrida, curador assistente, MASP.