O coletivo Serigrafistas Queer reuniu-se pela primeira vez em 2007, em Buenos Aires. Seu nome combina a técnica de impressão serigráfica ao termo queer, que, em inglês, designa identidades de gênero e orientações sexuais que rompem com normas tradicionais associadas ao masculino, ao feminino e à heterossexualidade. Desde então, o grupo ressignificou o termo, utilizando a adaptação latina cuir e a variação cuis, uma referência ao pequeno roedor encontrado nos pampas argentinos, que se tornou um símbolo para as artistas.
Com uma prática que emerge dos espaços públicos, as Serigrafistas Queer formam uma rede transversal de artistas e ativistas que usam a serigrafia como ferramenta central para criar mensagens urgentes e sensíveis sobre temas políticos, que abrangem desde lutas sociais até questões de gênero. Sua atuação inclui também performances, jogos colaborativos, oficinas realizadas em manifestações e práticas de agroecologia. Cada obra é fruto de um processo de criação coletiva, desafiando, assim, as noções tradicionais de autoria individual.
Serigrafistas Queer: liberdade para as sensibilidades apresenta 65 serigrafias – das quais 58 pertencem ao acervo do MASP – além de outros trabalhos, como uma faixa composta por camisetas, originalmente usada em protestos, e uma escultura-mobiliário para oficinas. A mostra está dividida em oito núcleos: Acorda, amor!; Arquivo Serigrafistas Kuir (ASK); Identidade em construção; Corpos desobedientes; Aborto legal é vida; O machismo mata!; Ao Maestrans com carinho; e Konstrucqueer. Durante a exposição, serão promovidas oficinas com outros coletivos: Parquinho Gráfico, Rutras e Coletivo Tem Sentimento, Jamac, Artes Sapas e Fudida Silk. Algumas das criações realizadas nesses encontros ficarão expostas na mostra, e podem ser levadas pelo público.
O subtítulo da exposição faz referência a um trabalho que propõe a liberdade para as sensibilidades como um convite para que subjetividades e afetos sejam vividos de maneira livre e autodeterminada. Esse gesto reivindica a pluralidade e o desejo como forças criativas, de modo a permitir que novas formas de existência floresçam por meio da arte e da prática coletiva. Com suas ações de cuidado e reparação, as Serigrafistas Queer oferecem um modelo poderoso de como a arte pode atuar de maneira transformadora.
Serigrafistas Queer: liberdade para as sensibilidades é curada por Amanda Carneiro, curadora, MASP.
A mostra integra o ano de programação do MASP dedicado às Histórias LGBTQIA+, que inclui também exposições de Mário de Andrade (1893-1945), Catherine Opie, Lia D Castro, Leonilson (1957-1993), Francis Bacon (1909-1992), do coletivo Gran Fury, da Coleção MASP Renner, além da grande coletiva Histórias LGBTQIA+, bem como mostras na Sala de Vídeo de Kang Seung Lee, Massi Mamaní/Bartolina Xixa, Manauara Clandestina, Tourmaline e Ventura Profana.
Em 2024, todas as exposições temporárias do MASP possuem recursos de acessibilidade, com entrada gratuita para pessoas com deficiência e seu acompanhante. São oferecidas visitas em Libras ou descritivas; textos e legendas em fonte ampliada e produções audiovisuais com narração, legendagem e interpretação em Libras que descrevem e comentam os espaços e as obras. Os conteúdos podem ser utilizados por pessoas com deficiência, públicos escolares, professores, pessoas não alfabetizadas e interessados. Os conteúdos ficam disponíveis no site e canal do Youtube do museu.
Visitas acessíveis
Pessoas com deficiência podem fazer uma visita acompanhada pela equipe MASP. É só solicitar através do e-mail: acessibilidade@masp.org.br. As inscrições são confirmadas mediante disponibilidade.
Conteúdos audiovisuais
Com narração, descrição, legendagem e interpretação em Libras - os conteúdos audiovisuais acessíveis são desenvolvidos a partir dos textos curatoriais, apresentando um panorama do que pode ser visto na exposição.
Caderno com textos e legendas em pdf acessível
Os cadernos acessíveis são compostos por todos os textos e legendas das exposições, em fonte ampliada, além de instruções com relação às salas de exposição, disposição das obras nas paredes, possíveis fluxos e circulação pelos ambientes e breve descrição do espaço. Através do pdf acessível, o visitante pode habilitar o leitor de tela e ouvir todo o conteúdo textual das mostras e suas orientações espaciais.
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