Apresentação do curso. O conceito de barroco na história da arte. Renascimento e barroco. Continuidades e descontinuidades. O barroco na América: transferências de modelos e manifestações originais e multiculturais.
Os grupos Borghese. As obras para a Basílica de São Pedro. Bernini e o retrato. As fontes e as intervenções urbanas em Roma. Bernini e o teatro. O noviciado dos jesuítas: Igreja de Sant'Andrea al Quirinale em Roma. O Êxtase de Santa Teresa e o bel composto.
Borromini em Roma: San Carlo alle Quattro Fontane e Sant`Ivo alla Sapienza; o restauro da Basílica de Latrão; o Palácio da Congregação de Propaganda Fide; o Oratorio dei Filippini. Pietro da Cortona e o urbanismo barroco: igrejas de Santi Luca e Martinaz e Santa Maria della Pace. Guarino Guarini em Turim: a capela do Santo Sudário; a igreja de San Lorenzo; o Palácio Carignano.
Pietro da Cortona: a abóboda do Palácio Barberini em Roma; as obras no Palácio Pitti em Florença; a polêmica com Andrea Sacchi. As obras decorativas de Rubens. Giovanbattista Gaulli, Andrea Pozzo e a decoração dos espaços religiosos dos jesuítas.
Barroco em Portugal. Arquitetura religiosa: os modelos italianos na época de João V; João Felipe Ludovice e o Palácio de Mafra; Nicolau Nasoni no Porto; Antonio Canevari; os Bibiena em Lisboa. A talha barroca em Portugal. Baccherelli e a pintura decorativa. A pintura de brutesco. Arquitetura barroca na Espanha: o estilo Churriguera.
Os gabinetes de curiosidades. A coleção do jesuíta Athanasius Kircher no Colégio Romano. O museu e a obra de Ulisse Aldrovandi. Albert Eckhout e Frans Post no Brasil. Alexandre Rodrigues Ferreira e a Viagem Filosófica. O debate sobre arte e artefato. Exposições abordadas: Primitivism in 20th Century Art: Affinity of the Tribal and the Modern (MoMA, Nova York,1984); Planéte Metisse: To Mix or not to Mix (Musée du quai Branly, Paris, 2008) e Histórias mestiças(Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, 2014).
A obra de Ángel Guido. Mário de Andrade no Brasil. O debate sobre o estilo mestiço na arte latino-americana: hispanistas x indigenistas. Graziano Gasparini na Venezuela. O binômio decoração americana / arquitetura europeia. A obra dos arquitetos bolivianos Teresa Gisbert e José de Mesa. O Congresso do Barroco Ibero-Americano em Roma, 1980. A contribuição de Ramón Gutiérrez e as contribuições recentes.
As bibliotecas coloniais na América. As bibliotecas dos colégios jesuíticos. A circulação de livros ilustrados na América Latina. Livros de emblemas, livros de história natural, iluminuras, grotescas. As pinturas de teto em Tunja, na Colômbia no século 16, e os estudos de Santiago Sebastián. O uso dos modelos impressos e da tradição emblemática na decoração dos espaços religiosos na América Latina.
Arte pré-colombiana na Mesoamérica. Teotihuacán, astecas, maias. Mixtecas, zapotecas. Arte pré-colombiana na região andina. Chavín, tihuanaco, paracas. Nazca, moche e incas.
O (des)encontro / a destruição de ídolos e a substituição de imagens. A mestiçagem e os estudos de Serge Gruzinski no México. Os códices mexicanos. Os cronistas. Arquitetura religiosa e os estudos de George Kubler. A fachada retábulo. A praça e o mercado. As capelas de índios. As capillas posas. A arquitetura das igrejas cristãs sobrepostas aos templos pré-colombianos.
Objetos de cultura tradicional andina e os aportes europeus no período colonial: keros (copos) e mantos cerimoniais. Cronistas incas: Garcilaso de la Vega e Guamán Poma de Ayala. Motivos andinos na arte barroca. A decoração plana de fachadas. Mitos indígenas e a iconografia da arte barroca andina. O barroco andino híbrido de Gauvin Bailey.
Primeiros estudos. Debate sobre as origens: Marajó/Andes. Pintura rupestre. Culturas marajoara, maracá, konduri, tapajônica. Grafismo indígena. Coleções arqueológicas.
Arte e arquitetura da Companhia de Jesus em Roma e o projeto global dos jesuítas: existiu um estilo jesuítico? As missões na América e na Ásia. Os Trinta Povos das Missões (Brasil, Argentina e Paraguai). As missões de Chiquitos na Bolívia. As missões em São Paulo. As missões na Amazônia (Maranhão e Grão-Pará). As oficinas dos Colégios da Companhia: jesuítas, índios, mestiços e negros artífices.
A missão do rio Tapajós e a cultura indígena: Santarém e Monte Alegre no Pará. Índias pintoras de cuias. O jesuíta luxemburguês João Felipe Bettendorff e a arte e arquitetura no estado do Maranhão e Grão-Pará do século 17. Índios entalhadores e as obras da igreja do Colégio de Santo Alexandre em Belém, século 18. Os materiais, os instrumentos, a habilidade dos índios no Tesouro descoberto no máximo rio Amazonas de João Daniel, século 18. Objetos e relações da Coleção Etnográfica da Viagem Filosófica de Alexandre Rodrigues Ferreira.
Os principais centros do barroco brasileiro. Arte e arquitetura barroca em Minas Gerais. Aleijadinho. Fortuna crítica do barroco no Brasil do século 19. O barroco colonial no modernismo brasileiro: da viagem dos modernistas paulistas ao ensaio sobre Aleijadinho de Mário de Andrade. Lúcio Costa e o barroco mineiro. A contribuição de Myriam Ribeiro de Oliveira.
A literatura: Mário de Andrade e Raul Bopp. A arqueologia e a arte: Frederico Barata. A primeira exposição antropológica. A decoração marajoara. Theodoro Braga, Carlos Hadler, Manoel Pastana, Fernando Correia Dias de Araújo. A pesquisa dos artistas nas coleções do Museu Nacional do Rio de Janeiro. Vicente do Rego Monteiro: Lendas e crenças dos índios da Amazônia; Quelques visages de Paris, figurinos e pinturas. Exposição abordada: Amazônia, ciclos de modernidade(CCBB, Rio de Janeiro, 2014).
Renata Maria de Almeida Martins é doutora pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP) - com estágio na Università Degli Studi di Napoli L`Orientale - defendeu a tese Tintas da terra, tintas do reino: arquitetura e arte das missões jesuíticas do Grão-Pará, 1653-1759. No primeiro pós-doutorado pela FAU-USP - com períodos na Scuola Normal Superiore di Pisa (SNS), na Pontificia Università Gregoriana (PUG) em Roma, e na Universidad Pablo de Olavide em Sevilha (UPO) - desenvolveu projeto sobre as bibliotecas coloniais, a circulação de livros de emblemas e a decoração dos espaços religiosos na América portuguesa. Em seu segundo pós-doutorado no IFCH-Unicamp realizou projeto sobre as formas de recepção das tradições artísticas ameríndias na arte brasileira durante o período colonial, com pesquisa realizada no Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da USP. Atualmente é pesquisadora residente na Biblioteca Brasiliana Mindlin (BBM) da USP, com o projeto Amazônia na BBM; e segue desenvolvendo pesquisas no MAE-USP, trabalhando especialmente com a coleção tapajônica.