O curso apresenta origens do campo das Histórias das Exposições e da Crítica Curatorial, tangenciando disciplinas tais como a História, Arte, Arquitetura, Design, Estudos Museais, entre outras, apresentando as múltiplas perspectivas e diálogos históricos entre elas. Considerando como elemento central a categoria exposição, serão mostradas e analisadas práticas expositivas no Ocidente em suas materialidades históricas no contexto da experiência moderna/colonial, desde o século XVI até os dias atuais. A partir de narrativas históricas, serão debatidas nomenclaturas, autorias e revisões críticas que possibilitem refletir sobre a descolonização das práticas expositivas, a partir de exemplos também históricos e do tempo presente. O conteúdo do curso abordará exposições ou proposições ocorridas no Brasil e fora do país, com especial consideração para a perspectiva de Lina Bo Bardi sobre a arquitetura de exposições e suas implicações epistemológicas. Para finalidades de pesquisas no campo de estudo sobre exposições, também serão discutidas questões sobre o tratamento de fontes, operações analíticas e bibliografias. O conteúdo será desenvolvido ao longo de dez encontros de 2 horas. Em todos encontros, a bibliografia comentada, assim como outras referências, serão compartilhadas com os interessados.
IMPORTANTE
As aulas serão ministradas online por meio de uma plataforma de ensino ao vivo. O link será compartilhado com os participantes após a inscrição. O curso é gravado e ficará disponível aos alunos durante cinco dias. Os certificados serão emitidos para aqueles que completarem 75% de presença.
Aula 1 – 27.9.2022
Introdução aos conteúdos do curso. Desenho do campo dos estudos expositivos da perspectiva de natureza histórica. Painel de referências históricas no campo curatorial e expositivo: modernidade e seu fundamento na visibilidade. Wunderkammer/Gabinete de Curiosidades e seus desdobramentos.
Aula 2 – 4.10.2022
Reorganizações dos circuitos artísticos em contextos do capitalismo urbano do século XIX e novos modelos de circulação da arte na Europa: Salões do Louvre e Exposições Universais em suas formulações para oferta de modos de vida e mercadorias.
Aula 3 – 11.10.2022
Vanguardas históricas europeias e experiências arquitetônicas e cenográficas. As exposições como manifestos: ação e festividade.
Aula 4 – 18.10.2022
A elaboração do cubo branco, a partir do The Museum of Modern Art - Nova York (MoMA- NY), suas características. A persistência do modelo e implicações.
Aula 5 – 25.10.2022
Exposições de Arte Degenerada e a desqualificação dos modernismos. Desdobramentos na retomada dos circuitos após a Segunda Guerra.
Aula 6 – 1.11.2022
Guerra Fria como perspectiva expositiva. A propaganda capitalista e o papel do design.
A atuação diplomática do MoMA-NY no Brasil: fundação dos museus modernos e da Bienal de São Paulo.
Aula 7 – 8.11.2022
Arquitetura e design de exposições a partir da atuação de Lina Bo Bardi: MASP e MAM-Bahia. A série de exposições de Histórias do MASP em alinhamento ao projeto arquitetônico modernista italiano. Reencenações.
Aula 8 – 15.11.2022
O surgimento da figura profissional do curador independente. Experiências de desconstrução dos estereótipos expositivos. Análise: formas de compreender a curadoria e seus fundamentos.
Aula 9 – 22.11.2022
Colonialidade, museus e exposições. O que é e como descolonizar o museu e exposições. Debate teórico e práticas expositivas. O efeito fetiche em desconstrução.
Aula 10 – 29.11.2022
Elementos para análise de exposições: exposição como dispositivo. Exemplos de abordagens de exposições em pesquisas de natureza histórica.
Mirtes Marins de Oliveira é mestre e doutora em Educação: História e Filosofia e pesquisadora colaboradora na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (2020). É também docente e pesquisadora na pós-graduação em design da Universidade Anhembi Morumbi. Foi curadora de Contra o estado das coisas – anos 70 (2014), Especular (2018) e participou da coletiva Comigo ninguém pode, versando sobre a essencialização do feminino (2019), as três na Galeria Jaqueline Martins. Foi também curadora de Arte para todos! Liberação e Consumo (Instituto Figueiredo Ferraz, 2016), de Não um sonho (Galeria Simões de Assis, 2021) e de Máscaras: Fetiches e Fantasmagorias (Paço das Artes, 2021-2022). Participou do livro Cultural Anthropophagy: The 24th Bienal de São Paulo, 1998, da coleção Exhibition Histories (Afterall, 2015); publicou, com Fabio Cypriano, o livro Histórias das exposições: casos exemplares (EDUC, 2016) e é autora de The body and the opus as a witness of times, sobre o trabalho de Letícia Parente, publicado em The feminist avant-garde. Art of the 1970s (2017). Ministra o curso Histórias da Arte Moderna e Contemporânea no MASP.