MASP

Histórias insubmissas da arte no Brasil negro

Horário
19h-21h
Duração do Módulo
ONLINE
19, 26.8 e 2, 9 e 16.9.2021
QUINTAS
(5 aulas)
Investimento
Público geral
5x R$ 48
Amigo MASP
5x R$ 40,80
*valores parcelados no cartão de crédito
Professores
Igor Simões
Como nomear a arte produzida no Brasil? Essa operação, que por vezes parece simples, reúne em seu bojo algumas perguntas que não podem mais deixar de ser feitas. Em um país que tem 56% da sua população autodeclarada negra, qual é o nome da arte produzida pelos brasileiros? Entre debates acirrados que tiveram início no final do século e repercutem ainda hoje, entendeu-se que era preciso estabelecer uma marca para a arte produzida por um grupo dessa população. Foi a arte afro-brasileira, durante muito tempo, a que trazia em seu interior os elementos que a sociedade brasileira, pós mito da democracia racial, estabeleceu como próprios da negritude. Essa simplificação permitiu que artistas brancos e até europeus fossem elencados como produtores da tal arte afro-brasileira.

As discussões que tomam os espaços identificados com os encontros entre racialização e arte firmaram no século 21 a noção de que arte afro-brasileira é aquela produzida por sujeitos racializados como negros. No entanto, se essa é a marca dessa produção que assim é nomeada, qual a operação necessária para que todo o resto da nossa produção artística seja marcada também? Mais do que respostas definitivas, este curso pretende a discussão de perspectivas que façam jus aos empreendimentos contemporâneos de negros, negras e negres brasileires que, acertadamente, colocam em risco as definições e nomes da arte produzida no país.

IMPORTANTE
As aulas serão online por meio de uma plataforma de ensino ao vivo. O link será compartilhado com os alunos após a inscrição. 
O curso é gravado e fica disponível durante 5 dias.
Os certificados serão emitidos para aqueles que completarem 75% de presença.

Planos de aulas

Aula 1 – 19.8.2021
Arte afro-brasileira no país branco-brasileiro: história da arte local como espelho da disciplina europeia; a crítica nascente no século 19 e a marca de um país que se quer branco; entre Nina Rodrigues e Manuel Querino na base de uma arte afro-brasileira.
Aleijadinho, Firmino Monteiro, Estêvão Silva, Arthur Timótheo da Costa e Flávio Cerqueira.

Aula 2 – 26.8.2021
Século 20: a arte entre apagamento e essencialização no país das três raças; modernismos e raça; entre mulatas, negras e sambas nas imagens produzidas por brancos de dentro e de fora. Édouard Manet, Di Cavalcanti, Heitor dos Prazeres, Tarsila do Amaral, Carybé, Pierre Verger, Abdias do Nascimento, Mestre Didi e Wilson Tibério.

Aula 3 – 2.9.2021
A centralidade das exposições na escrita de uma história insubmissa da arte brasileira. Acervos institucionais e a presença frágil da arte produzida por negros no Brasil. Algumas exposições abordadas: Bienais, A Mão Afro-brasileira - MAM, Mostra do Redescobrimento, Diálogos Ausentes - Itaú Cultural, Histórias afro-atlânticas - MASP e Instituto Tomie Ohtake.

Aula 4 – 9.9.2021
A produção das mulheres negras na arte do Brasil: o papel da intersecção na proposição de outras histórias da arte brasileira. Maria Auxiliadora, Maria Lídia Magliani, Priscila Rezende, Michelle Mattiuzzi, Renata Felinto, Rosana Paulino e Aline Motta.

Aula 5 – 16.9.2021 
Artistas trans pretas e a dimensão radical da arte afro-brasileira contemporânea. Jota Mombaça, Castiel Vitorino Brasileiro e Ventura Profana.
 

Coordenação

Igor Simões é doutor em artes visuais - história, teoria e crítica de arte pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Professor adjunto de história, teoria e crítica da arte e metodologia e prática do ensino da arte na Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS). Foi curador adjunto da Bienal 12 (Bienal do Mercosul - curador educativo). Membro do comitê de curadoria da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas (ANPAP), membro do núcleo educativo UERGS-Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS). Membro do comitê de acervo do MARGS. Trabalha com as articulações entre exposição, montagem fílmica, histórias da arte e racialização na arte brasileira e visibilidade de sujeitos negros nas artes visuais. Autor da tese Montagem fílmica e exposição: vozes negras no cubo branco da arte brasileira. Membro do Flume, grupo de pesquisa em educação e artes visuais.

Conferencistas