Aula 1 - 26.7.2021
Paisagem brasileira – enquadramentos, cor, luminosidade
Reflexão sobre as diversas abordagens da paisagem. O formato horizontal, a cor, a construção espacial e o ritmo interno do quadro. Obras analisadas: Paisagem nº 114 (2018), de Lúcia Laguna, referência contemporânea em contraponto com os primeiros registros da natureza no Brasil no século 17; o olhar estrangeiro de Frans Post. Uma abordagem das rupturas modernistas em Porto I (1953), de Tarsila do Amaral; a paisagem como gênero que contempla a crítica institucional e social.
Aula 2 - 28.7.2021
Retrato, tipos, máscaras
Leituras modernas e contemporâneas do retrato como instrumento de crítica ao poder em O herói (1966/2000), de Anna Maria Maiolino; as ambivalências do feminino; a história dos povos escravizados. O retrato do artista em O artista (1959), de Heitor dos Prazeres, e Autorretrato com marreta (1941), de José Pancetti. A construção de “tipos” como O jagunço (1967), de Aldemir Martins, ou Índio na floresta (Caboclo) (1963), de Rosina Becker do Valle. As ambivalências do retrato feminino; a afirmação das identidades afro-brasileiras, como no retrato por Dalton Paula de João de Deus Nascimento (2018).
Aula 3 - 2.8.2021
Feminino, feminismo: elas por elas, outros olhares
Obras fronteiriças da abstração como Eros (2018), de Sonia Gomes, e Vênus Libereseusmamilos (2017), de Erika Verzutti, e da pop art, como Morra usando as legítimas alpargatas, da série Vietnã (1968), de Teresinha Soares. Serão observados autorretratos de mulheres como Lucy Citti Ferreira, que colaborou com Lasar Segall, o lirismo de Vendedora de flores (1947), de Djanira, e a objetividade sensível de um retrato feminino de Burle Marx da década de 1930.
Aula 4 - 4.8.2021
Temas afro-brasileiros
Serão analisadas temáticas afro-brasileiras em A permanência das estruturas (2017), de Rosana Paulino, em ritos, retratos e símbolos, como em Okê Oxóssi (1970), de Abdias Nascimento, com a bandeira brasileira na posição vertical, ou na abstração fronteiriça Composição 12 (1962), de Rubem Valentim. Será abordado o Navio negreiro (2018), de José Alves de Olinda, e O navio (2007), de Emanoel Araújo, ambos tridimensionais e com a mesma temática, porém, formalmente distintos. Serão observadas as simplificações formais e afirmativas quanto a uma história decolonial em Zeferina (2018), de Dalton Paula.
Aula 5 - 9.8.2021
O museu como tema: crítica institucional e história decolonial
Serão discutidas desde as temáticas autorreferentes na pintura, como em O ateliê do artista (1886), de Almeida Júnior, ou Dentro de casa (1964), de Elza O. S., até Campo e contracampo (2017), intervenção de Dora Longo Bahia na galeria do MASP. Reflexões sobre o museu como parte da identidade da cidade em Vista do MASP (1978), de Agostinho Batista de Freitas, também estarão presentes. O quadro institucional do museu refletido na coleção, a curadoria como campo de reflexão e posicionamento social e político.
Luiza Interlenghi é doutora em história e crítica da arte pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mestre em curatorial studies pelo Center for Curatorial Studies Bard (CCS Bard) Bard College, Nova Iorque, e em história social, com tese sobre as esculturas de Franz Weissmann, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), onde é professora de história da arte. Foi curadora de diversas exposições e é autora de Thinking in Colour: Rhythm, Vertigo and Joy, Beatriz Milhazes - Blue River (White Cube Bermondsey, Londres), Biografia Crítica em Milhazes (Taschen, 2018), e Landscape, Garden, Studio: Almost Cinema, Lucia Laguna (Galerie Karsten - Greve, 2018).