MASP

Histórias da arte – Moderna e Contemporânea

Horário
19H30 – 21H30
Duração do Módulo
ONLINE
23.3 – 13.7.2023
QUINTAS
(16 AULAS)
Investimento
PÚBLICO GERAL
5X R$ 294,30
AMIGO MASP
5X R$ 250,15
*VALORES PARCELADOS NO CARTÃO DE CRÉDITO
Professores
Mirtes Marins de Oliveira
Especialistas Convidados
Alecsandra Matias de Oliveira
Olinda Tupinambá

O curso tem por objeto a produção artística e expositiva a partir da segunda metade do século 19 até os dias atuais. Longe da apresentação de uma história da arte linear e homogênea, propõe-se aqui abordar os artistas e suas obras à luz de determinado número de questões, de ordem formal, mas também filosófica e social, relevantes a seus contextos. Não se trata, com isso, de retirar à arte sua especificidade no interior da esfera cultural, mas, pelo contrário, de abrir sua história a outras perspectivas e narrativas possíveis. Almeja-se, idealmente, que cada uma das aulas possa funcionar como uma pequena introdução autônoma à história da arte moderna e contemporânea, orientada por uma questão específica, desde sua origem até seus desdobramentos posteriores. Ao final do curso o aluno deverá ser capaz, não apenas identificar a produção artística nos períodos abordados, como compreender sua motivação, seus mecanismos históricos, mas também seus impasses diante de questões que seguem em aberto.

IMPORTANTE
As aulas serão ministradas online por meio de uma plataforma de ensino ao vivo. O link será compartilhado com os participantes após a inscrição. O curso é gravado e cada aula ficará disponível aos alunos durante cinco dias após a realização da mesma. Os certificados serão emitidos para aqueles que completarem 75% de presença.

Planos de aulas

Aula 1 – 23.3.2023
Moderno, modernismo e modernidade: introduções

Algumas questões sobre histórias e historiografias em arte. Século 19 em pauta: as revoluções industriais e o contexto imperialista. As possíveis definições de moderno, modernismo e modernidade. A importância das Exposições Universais e das Exposições Coloniais como modelo expositivo e para disseminação de modos de vida. 

Aula 2 – 30.3.2023
Conferência com Alecsandra Matias de Oliveira
A iconografia das mulheres e homens negros no século XIX

Discussão sobre os aspectos históricos e sociais das artes visuais brasileiras, enfatizando a iconografia das mulheres e homens negros, tendo como ponto de partida a instalação Assentamento, 2013, de Rosana Paulino, em paralelo ao repertório de artista, tais como, Charles Landseer, Rugendas e Debret. A palestra ainda enfatiza a presença de pintores afrodescendentes na pintura acadêmica, resgatando as produções de artistas, como: Emmanuel Zamor, Estevão Silva, Horácio Hora, João Timóteo da Costa, Arthur Timóteo da Costa, entre outros.

Aula 3 – 6.4.2023 
A transformação do papel social do artista no mundo industrial

Circuito artístico: quem é e o que faz o artista no mundo capitalista industrial? Qual sua formação? A produção de Arts and Crafts e Art Nouveau. Análise de obras: examinando as características modernas do Pré-Impressionismo e Impressionismo em relação ao academismo e seus pressupostos.

Aula 4 – 13.4.2023
O interesse pelo “primitivo” e o “primitivismo”

O interesse pelo “primitivo”, seu caráter anticapitalista e antiurbano. A pintura alemã expressionista do final do século XIX e o fauvismo: entre máscaras africanas e naturezas mortas. Os museus etnográficos. A natureza do moderno e seu avesso colonial. Análise de obras: Pós-Impressionismo em relação ao academismo e seus pressupostos.

Aula 5 – 20.4.2023
Estetização do mundo e politização da arte: vanguardas históricas 

O moderno e o novo. A educação do artista do século 20: Bauhaus e Vkhutemas como referências. Algumas produções das vanguardas históricas e suas conexões políticas. As experiências expositivas das vanguardas.

Aula 6 – 27.4.2023
Vanguardas e experimentação artística e expositiva

Vanguardas latino-americanas e panorama crítico da produção modernista. A Semana de Arte de 22. Antropofagia a partir de Oswald de Andrade: estratégias para pensar relações coloniais.

Aula 7 – 4.5.2023
A fundação do MoMA-NY e os museus de arte moderna 

A fundação do Museum of Modern Art de Nova York e suas diretrizes. A influência político-cultural da instituição no Brasil. Museus modernos no Brasil: MASP, MAM-SP, MAM-RJ, MAC-USP.

Aula 8 – 11.5.2023
Estetização do mundo e politização da arte: o Nazismo e as exposições de Arte Degenerada

Os pressupostos da arte nazista e o ataque aos modernismos nas exposições de Arte Degenerada. A Documenta de Kassel como resposta ao ataque aos modernismos.

Aula 9 – 18.5.2023
Produção artística e em design na Europa e Estados Unidos

A importância da produção em design como propaganda cultural: Documenta de Kassel e as exposições de Good Design e de propaganda política norte-americana. Panorama de edições da Bienal de São Paulo.

Aula 10 – 25.5.2023
Consumo e arte pop: o impacto da guerra na sociedade europeia

Pintura e outras linguagens em diálogo com a indústria cultural. O efeito Duchamp: consumo, reprodução e crise da autoria na Arte Pop.

Aula 11 – 1.6.2023
Os anos 1960 e 1970: práticas processuais, documentais, de protesto e consumo

América latina em contexto ditatorial. Corpo, espaço, ideias e contexto como motor das práticas. A censura nas artes plásticas no Brasil. Tucumán Arde e Bienal do Boicote.

Aula 12 – 15.6.2023
Conferência com Olinda Tupinambá

Indígena do povo Tupinambá e Pataxó Hãhãhãe, a jornalista, cineasta, curadora e ativista ambiental vai mostrar seus trabalhos e projetos desenvolvidos desde 2015. 

Aula 13 – 22.6.2023
Origens da curadoria contemporânea em circuito norte-americano, europeu e brasileiro

Panorama de exposições paradigmáticas do período: museu como laboratório. O papel das mulheres na arte e curadoria do período.
 
Aula 14 – 29.6.2023
Moderno e pós-moderno: multiculturalismos a partir do impacto da globalização. Arte e feminismo

Moderno e pós-moderno: multiculturalismos a partir do impacto da globalização. Crítica ao modernismo: contra a originalidade e autenticidade. Práticas pós-modernas: citação e apropriação. 

Aula 15 – 6.7.2023
Exposições e práticas artísticas e as políticas de identidade

Globalização: em discussão, a identidade. Exposições e práticas artísticas e as políticas de identidade: Bienal de Havana (1984) e Magiciens de la Terre (1989). As revisões historiográficas sobre as práticas artísticas. Museus em contexto global: experiências.  

Aula 16 – 13.7.2023
Dimensões pedagógicas na arte e curadoria. O que significa descolonizar os museus e as exposições? 

Arte e curadoria coletivas e engajadas socialmente. Circuitos alternativos de produção e circulação artística. Exposições paradigmáticas em contexto internacional: bienais e bienalização. Museus modernos e museus contemporâneos. O debate decolonial.

Coordenação

Mirtes Marins de Oliveira é mestre e doutora em Educação: História e Filosofia e pesquisadora colaboradora na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (2020). Coordena a pós-graduação em Design da Universidade Anhembi Morumbi. Foi curadora de Contra o estado das coisas – anos 70 (2014), Especular (2018), Comigo ninguém pode, versando sobre a essencialização do feminino (2019), na Galeria Jaqueline Martins. Foi curadora de Arte para todos! Liberação e Consumo (Instituto Figueiredo Ferraz, 2016), Não um sonho (Galeria Simões de Assis, 2021) e de Máscaras: Fetiches e Fantasmagorias (Paço das Artes, 2021-2022). Coeditou, com Lisette Lagnado, a publicação Marcelina (2008-2012) e participou do livro Cultural Anthropophagy: The 24th Bienal de São Paulo 1998, da coleção Exhibition Histories (Afterall, 2015). Publicou, com Fabio Cypriano, o livro Histórias das exposições: casos exemplares (EDUC, 2016) e é autora de The body and the opus as a witness of times, sobre o trabalho de Letícia Parente, publicado em The feminist avant-garde. Art of the 1970s (2017). Escreveu para revistas e plataformas Select, Arte!Brasileiros, Artsoul, entre outras.

Conferencistas

Alecsandra Matias de Oliveira tem pós-doutorado em Artes Visuais (UNESP), é doutora em Artes Visuais e mestra em Comunicações (ECA-USP). Professora do CELACC e pesquisadora do Centro Mario Schenberg de Documentação e Pesquisa em Artes, ambos vinculados à ECA-USP. Membro da Associação Internacional dos Críticos de Arte (AICA) e autora dos livros Schenberg: Crítica e Criação (EDUSP, 2011) e Memória da Resistência (MCSP, 2022). Curadora independente, articulista do Jornal da USP e colaboradora da Revista DasArtes e Revista USP.

Olinda Tupinambá, indígena do povo Tupinambá e Pataxó Hãhãhãe, jornalista, cineasta e ativista ambiental. Trabalha com audiovisual desde o final de 2015, entre documentários, ficção e performance produziu  e dirigiu 10 obras audiovisuais próprias e independentes. Foi curadora de diversos festivais e mostra de cinema, entre eles o Festival de Cinema Indígena Cine Kurumin 8 edição (2021) e a mostra Lugar de Mulher é no cinema (2021)  Produtora de duas mostras de cinema: Mostra Paraguaçu de Cinema Indígena (2017) e Amotara - Olhares das Mulheres Indígenas (2021). É Coordenadora do Projeto Kaapora. Coautora do Doc/Especial TV. Falas da Terra. Produção: Estúdios Globo.