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Através do exame da obra de alguns artistas — Maria Martins, Marcel Duchamp, Mira Schendel, Nuno Ramos, Hartwig Burchard e Pedro Moraleida —, o curso busca estabelecer uma compreensão do porquê a palavra, na modernidade e na contemporaneidade, apresenta-se tão fortemente como imagem em trabalhos predominantemente plásticos, chegando, em alguns casos, até ao ponto em que o escrito se torna ostensivamente visual, isto é, em que o texto é a imagem. Veremos fundamentalmente como essa emergência da palavra na modernidade é imediatamente seguida por sua ruína, quando o escrito não se mostra de todo legível, seja por meio de rasuras, seja pela fratura da palavra ou frase, levando a algo como códigos pessoais ou, em seu extremo, até a escrita como puro gesto.
Aula 1 - 2.5.19
A emergência da palavra
Analisaremos como, no início do século XX, a palavra emerge nas artes visuais não como simples instrumento de comunicação, mas como signo complexo que começa a chamar atenção para sua própria materialidade (física e semiótica). Mostraremos que um artista como Marcel Duchamp fez da manipulação da palavra um procedimento decisivo de seus trabalhos desde os primeiros readymades, seja nos títulos, seja em inscrições nas obras, e uma artista como Maria Martins, que era também escritora, criou narrativas para suas imagens, seja por meio do título, seja por meio de contos ou poemas que acompanhavam as obras.
Aula 2 - 9.5.19
A palavra como imagem
Analisaremos o momento em que o escrito se torna ostensivamente visual, quando o texto é a própria imagem, e como este se conjuga com outros elementos.
Caso a estudar: Mira Schendel
Aula 3 - 16.5.19
A palavra como matéria
Veremos como, em certos casos, a palavra escrita ou falada se torna mais uma matéria da obra.
Caso a estudar: Nuno Ramos
Aula 4 - 23.5.19
A palavra como rasura
Analisaremos o momento em que o escrito se torna praticamente ilegível, seja por meio de rasuras, seja por meio de um modo de escrita que busca escondê-la, levando até uma escrita como puro gesto.
Caso a estudar: Hartwig Burchard
Aula 5 - 30.5.19
A palavra como grito
Discutiremos o momento em que a imagem parece não dar conta sozinha do que se quer expressar e o escrito acaba aparecendo como uma forma de grito incontido.
Caso a estudar: Pedro Moraleida
Veronica Stigger é escritora, crítica de arte, curadora independente e professora universitária. É doutora em Teoria e Crítica de Arte pela Universidade de São Paulo (USP) e realizou pesquisas de pós-doutorado na Università degli Studi di Roma “La Sapienza”, no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP) e no Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). É professora na pós-graduação em História da Arte, em Fotografia e em Práticas Curatoriais da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) e coordena oficinas literárias em vários lugares. É autora de onze livros de ficção, entre os quais Os anões (2010), Opisanie świata (2013) e Sul (2016).