MASP

Retratos, Identidade e Poder: de Alberto Henschel a Rosana Paulino

Horário
17h-19h
Duração do Módulo
ONLINE
1, 8, 15, 22, 29.6 e 6.7.2021
TERÇAS
(6 aulas)
Investimento
Público geral
5x R$ 57,60
Amigo MASP
5x R$ 48,96
*valores parcelados no cartão de crédito
Professores
Mônica Cardim
O curso discute a presença de africanos e afrodescendentes na produção de retratos fotográficos. A partir da análise com perspectiva decolonial sobre a circulação de fotografias dos estúdios do alemão Alberto Henschel no Brasil do século 19, pretende-se debater a agência de pessoas negras na fatura de retratos. A obra de Henschel introduzirá as reflexões acerca da relação entre identidade e poder em trabalhos de Rosana Paulino (Brasil), Angelica Dass (Brasil, residente na Espanha), Sonya Clark (Estados Unidos), Veronica Jackson (Estados Unidos) e Fatou Senghor (Senegal).

IMPORTANTE
As aulas serão online por meio de uma plataforma de ensino ao vivo. O link será compartilhado com os alunos após a inscrição. 

Planos de aulas

Aula 1 – 1.6.2021
Identidade e poder em retratos de Alberto Henschel

Empreendedor pioneiro da fotografia no Brasil na segunda metade do século 19, o alemão Alberto Henschel (1827-1882) estabeleceu estúdios em quatro capitais brasileiras e foi reconhecido como fotógrafo da família imperial. Para dar início às reflexões acerca da relação entre identidade e poder em retratos, será feita uma análise comparativa, com perspectiva decolonial, de um conjunto de imagens de pessoas brancas e negras produzidas pelos estúdios de Henschel. Tal análise permite estabelecer uma discussão interseccional (Crenshaw) sobre as pessoas representadas, bem como identificar as influências da pintura e das gravuras de viagens nos retratos.
 
Aula 2 – 8.6.2021
Rosana Paulino (Brasil)

Rosana Paulino (1967) artista contemporânea brasileira de grande destaque internacional, foi homenageada recentemente com a mostra retrospectiva A costura da memória na Pinacoteca de São Paulo, 2019. A aula apresenta um panorama da produção da artista, que envolve distintas linguagens, incluindo instalação, escultura, desenho, gravura e fotografia. No que se refere à apropriação que a artista faz de retratos fotográficos, serão analisados os recursos técnicos e estéticos utilizados em sua obra e será feita uma discussão acerca da subjetividade, da memória e da história no Brasil de pessoas negras a partir de uma perspectiva decolonial.
 
Aula 3 – 15.6.2021
Angelica Dass (Brasil, residente na Espanha)

A artista plástica e fotógrafa brasileira, radicada em Madri, Angelica Dass (1979), é reconhecida principalmente pela obra Humanae, em processo desde 2012. Nesse projeto, Dass cataloga a diversidade da pele humana no sistema digital de cores Pantone®. Por meio dessa produção, será feita uma discussão crítica sobre as coleções de retratos etnográficos do século 19, que foram utilizadas por europeus para sustentar teorias de hierarquização dos grupos humanos.
 
Aula 4 – 22.6.2021
Sonya Clark (Estados Unidos)

Sonya Clark (1967) é uma professora e artista estadunidense, cuja obra discute a visibilidade de pessoas negras nos Estados Unidos. A fotografia, bem como o vídeo, em sua produção oferece construções de identidades inspiradas na história e na cultura  de afrodescendentes. Nesse encontro será analisado o uso de cabelos humanos nas criações de Clark para discutir as relações raciais delimitadas por duas dimensões da colonialidade apontadas pelo sociólogo Aníbal Quijano (1928-2018): a colonialidade do poder e a colonialidade do saber.
 
Aula 5 – 29.6.2021
Veronica Jackson (Estados Unidos)

Esta aula apresenta a obra, de caráter autobiográfico, da estadunidense Veronica Jackson. A partir de uma prática artística multidisciplinar, envolvendo arquitetura e design, a artista explora o uso de objetos do cotidiano para a criação de exposições interpretativas sobre a própria história e a história de seus ancestrais. Nesse encontro será abordado o uso da fotografia para a construção de narrativas a contrapelo de arquivos biográficos. Suas reflexões serão retomadas para uma abordagem interseccional (Crenshaw) acerca da visibilidade da mulher negra nas Américas.
 
Aula 6 – 6.7.2021
Fatou Kandé Senghor (Senegal)

Fatou Kandé Senghor (1971) é uma artista, fotógrafa e cineasta senegalesa. Em sua produção, Segnhor aborda questões ligadas à história, geografia, ancestralidade, identidade e comunidade. Na análise de sua obra de caráter documental, alunos irão fazer uma visita à África para refletir sobre as mudanças sociais pelas quais passa o continente e estabelecer conexões com a presença de africanos e afrodescendentes no mundo.
 

Coordenação

Mônica Cardim é fotógrafa, doutoranda e mestra em artes pelo Interunidades em Estética e História da Arte da Universidade de São Paulo (USP). Recebeu o Prêmio Vídeo USP - TV Cultura 2020 com o vídeo Retratos Transatlânticos: a Circulação da Representação da Afro Diáspora Brasileira na Fotografia de Alberto Henschel. Desenvolve, desde abril de 2020, a série Protocolo Diário. Realizou a exposição Identidades possíveis - Eu sou, nós somos na Argentina, 2017.
Participou dos congressos International Symposium In/Visibility and Opacity: Cultural Productions by African and African Diasporic Women, Alemanha, 2019, Workshop Diasporic Imaginaries, Germanic Center of Art History, França, 2019 e ReSignifications: The Black Mediterranean Conference, Universidade de Palermo, Itália, 2018.

Conferencistas