O terceiro MASP Professores deste ano, Diálogos sobre territórios e resistências negras, tem como tema a ocupação dos espaços urbanos pela população negra e os desafios impostos pelas desigualdades sociais que, com efeito, afetam o acesso aos direitos humanos fundamentais, como segurança, cultura e o direito à cidade. Na primeira parte do programa, se discutirá a formação de territórios de sociabilidade e de afeto que fortalecem ações antirracistas, considerando como a utilização dos espaços públicos podem constituir também espaços de trocas e aprendizagens para o âmbito formal e não-formal da educação. Já a segunda sessão, no período da tarde, uma conferência tratará da violência policial e de Estado e o impacto que um sistema de justiça discriminatório têm na vida de jovens negros, com a qual espera-se apontar ferramentas que contribuam para a abordagem do assunto em sala de aula.
Cronograma do encontro:
10h às 12h30: introdução + palestras matinais
12h30 às 14h: intervalo de almoço
14h às 15h45: conferência
15h45 às 16h15: café e confraternização
16h15 às 18h: horário de livre visitação das exposições
*Todxs ganharão ingressos gratuitos para visitar as exposições até o final do dia.
10h às 12h30 - Quilombos urbanos e direito à cidade
Diálogos presentes: um convite à descolonização
A palestra “Diálogos presentes (você que não viu): um convite à descolonização” é fruto de anos de vivência das relações sociais e políticas em torno do fundamento racial. Neste diálogo – baseado tanto no conhecimento adquirido por meio da militância, quanto na cientificidade acadêmica – propõe-se, com urgência, narrativas de deslocamento epistemológico. Assim, espera-se que sejam percebidas as marcas sócio históricas que alicerçam a criação de projetos de poder, com foco naqueles que fortalecem o bem viver coletivo. A palestra é um chamado para alternância. É um convite à descolonização. É também uma narrativa preta possuída pelas suas orgânicas formas de construção de conhecimento e pelos múltiplos. É um diálogo sobre o sensível, que se materializa nas relações de opressão e, consequentemente, nas relações de resistência. Sem meias palavras. É papo reto. Política.
Com Érica Malunguinho (artevista, transativista e pretativista).
Cartografias afetivas e memórias negras na cidade de São Paulo
A fala será de apresentação do projeto Sampa Negra, de suas possibilidades de abordagem do patrimônio, das memórias coletivas e da disputa de narrativas sobre a historicidade de São Paulo – mapeando lugares de afeto e de pertencimento da comunidade negra.
Com Isabella Santos (educadora e pesquisadora)
Mediação: Horrana de Kassia Santoz (assistente de mediação e programas públicos do MASP)
12h30 às 14h00: Intervalo de almoço
14h às 15:45 - Conferência: Criminalização da juventude negra no Brasil.
Na conferência em formato de diálogo, Débora Maria da Silva, coordenadora do movimento Mães de Maio, falará sobre sua experiência na luta contra a violência de Estado. A comunicação tratará das estratégias adotadas pelo movimento social no qual Débora atua, com o intuito de suscitar sensibilidade no tratamento das questões relativas à violência policial e para apoiar professorxs e educadorxs no trabalho com a juventude negra em contextos educacionais.
Com Débora Maria da Silva (fundadora do movimento Mães de Maio)
Mediação: Fernanda Amaru