A obra de Antonio Henrique Amaral se insere no contexto do retorno à figuração que marcou toda uma geração de artistas brasileiros nos anos 1960, para os quais esse movimento significava a retomada não apenas da
figura humana, mas também do imaginário popular brasileiro. Seus primeiros trabalhos mais conhecidos são uma série de xilogravuras, em que Amaral se apropriava das tradições da gravura nordestina para representar
cenas e personagens da vida política brasileira, em forte tom grotesco e caricatural. A partir de 1967, Amaral inicia uma longa série de pinturas em que representa bananas agigantadas, perfuradas por garfos ou
amarradas por cordas, como em
Bananas e cordas 3. As frutas funcionam como uma metáfora para diversas mensagens. Se, na obra do artista, as bananas representam o estereótipo da identidade brasileira (de Carmen Miranda [1909-1955]) ou latino-americana (“República
de Bananas”), à medida que a ditadura militar brasileira endurece, elas podem a ser compreendidas como um símbolo dos corpos dos opositores perseguidos e torturados pelo regime.