MASP

Ayrson Heráclito | André Namitala

Efun Wáji, 2020-21

  • Autor:
    Ayrson Heráclito | André Namitala
  • Dados biográficos:
    Macaúbas, Bahia, Brasil, 1968 | Rio de Janeiro, Brasil, 1992
  • Título:
    Efun Wáji
  • Data da obra:
    2020-21
  • Técnica:
    Linhão composto com fios naturais e sintéticos, botões encapados, palha sintética, plástico, vidro e cabaça
  • Dimensões:
    142 x 50 cm
  • Aquisição:
    Doação dos artistas, coleção MASP Renner, 2020
  • Designação:
    Traje
  • Número de inventário:
    MASP.11183
  • Créditos da fotografia:
    Eduardo Ortega

TEXTOS



O artista Ayrson Heráclito e o estilista André Namitala trabalharam juntos na segunda temporada do projeto MASP Renner, que convida artistas e estilistas a colaborarem realizando looks incorporados ao acervo do museu. Eles se basearam nas cores usadas nos rituais do candomblé para produzir três roupas que discutem aspectos da formação cultural brasileira. Efun Waji é um fraque de linho branco, com uma gola de franjas de seda sobreposta por um colar de miçangas azuis, que também cobrem duas pequenas cabaças penduradas na diagonal do look. Fraques são vestimentas usadas para cerimônias diurnas, foram criados na Europa no século 19; têm apenas um botão, abas arredondadas e são geralmente feitos em tecidos escuros, mas a dupla atualiza essa convenção ao utilizar um tecido leve e claro, mais apropriado para o clima tropical. Efun, palavra de origem jeje-nagô, é um ritual no qual os iniciados têm sua cabeça raspada e o corpo desenhado com pemba, um giz branco de origem angolana. Depois, o iniciado é pintado com a cor preferida de seu Orixá, no caso, uáji, um pigmento azul índigo composto por sódio, alumínio e silicato. No Brasil, também é conhecido como anil e é usado para alvejar roupas, além dos sentidos simbólicos de limpeza e proteção espiritual. A dupla manteve o título com a grafia das palavras em iorubá, misturando elementos da tradição europeia com outros da cultura afro-brasileira, em uma reflexão sobre as diversas matrizes da construção social do país.

— Leandro Muniz, assistente curatorial, MASP, 2023

Fonte: Instagram @masp 01.04.2023



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