A Coleção MASP Renner reúne roupas únicas criadas em colaboração por artistas e estilistas contemporâneos brasileiros especialmente para o acervo do MASP. O projeto de criação das peças durou três temporadas, entre 2017 e 2022, e envolveu três curadoras adjuntas de moda no Museu—Patricia Carta, Lilian Pacce e Hanayrá Negreiros— e 26 duplas de artistas e designers de moda, resultando em 78 trabalhos, aqui apresentados pela primeira vez.
Trata-se de um acervo muito especial que está conectado com outro no Museu, a Coleção MASP Rhodia, que reúne roupas produzidas em colaboração por artistas e costureiros brasileiros nos anos 1960. Naquela década, a indústria química francesa Rhodia realizava desfiles-espetáculos no país para promover seus tecidos sintéticos e encomendava as peças a seus criadores, refletindo as tendências correntes da arte e da moda. A Coleção MASP Rhodia inclui 79 looks, doados ao museu em 1972, e foi exposta no Museu em 2015.
Foi a partir desse acervo único que o MASP pensou em expandir sua coleção, convidando artistas e estilistas que atuam no cenário atual para colaborarem de forma inédita. O conjunto resultante abrange uma variedade de temas e modelagens, que vão desde questões de gênero, sexualidade, religiosidade e sustentabilidade até os impactos da pandemia da Covid-19 no vestuário (como o uso de máscaras faciais), assim como a ideia da roupa como um veículo de manifestação política, em formas e silhuetas que variam das minimalistas às maximalistas, de peças multicoloridas a outras mais sóbrias e conceituais.
Embora seja marcada pela diversidade de assuntos e soluções formais, podemos identificar pelo menos quatro modos de operar dessas duplas na construção das roupas: as que transpõem imagens do ou da artista para modelagens características do ou da estilista; aquelas que testam os limites entre roupa e escultura; outras que discutem a roupa como um código de gênero ou religiosidade; e, por fim, as que questionam as definições e os limites conceituais do que é uma roupa. Acima de tudo, o conjunto nos fala sobre as possibilidades de colaboração e diálogo entre arte, moda e design, colocando o Museu como um agente fundamental para estimular, colecionar, pensar e expor novos trabalhos, conectando áreas de criação tão próximas.
Arte na moda: MASP Renner é curada por Adriano Pedrosa, diretor artístico, MASP, e Leandro Muniz, curador assistente, MASP, a partir da Coleção MASP Renner, que teve três curadoras adjuntas de moda no Museu ao longo de suas três temporadas: Patricia Carta, Lilian Pacce e Hanayrá Negreiros. O título da coleção faz referência ao patrocinador do projeto, a Renner, empresa brasileira de roupas e acessórios fundada em 1922, que ao longo dos anos nos possibilitou realizar este ambicioso projeto.
SOBRE O PROJETO MASP RENNER
O projeto foi desenvolvido com a participação de 26 duplas de artistas e estilistas durante três temporadas.
Convidados da primeira temporada
Alexandre da Cunha e Reinaldo Lourenço;
avaf e Amapô;
Beatriz Milhazes e Andrea Marques;
Caetano de Almeida e Alexandre Herchcovitch;
Daniel Senise e Gilda Midani;
bã Huni Kuin e Ronaldo Fraga;
Iran do Espírito Santo e Marta do Espírito Santo;
Leda Catunda e Marcelo Sommer e Sandra Cinto e Lucas Magalhães.
Convidados da segunda temporada
Ayrson Heráclito e André Namitala;
Detanico Lain e Walter Rodrigues;
Erika Verzutti e Isabela Frugiuele;
Jaime Lauriano e João Pimenta;
Laura Lima e Guto Carvalhoneto;
Laura Vinci e Gloria Coelho;
Sonia Gomes e Gustavo Silvestre;
Vivian Caccuri e Francisco Costa.
Convidados da terceira temporada:
Aline Bispo e Flavia Aranha;
Criola e Luiz Cláudio Silva;
Edgard de Souza e Jum Nakao;
Larissa de Souza e Diego Gama;
Lidia Lisbôa e Fernanda Yamamoto;
No Martins e Angela Brito;
Panmela Castro e Walério Araújo;
Randolpho Lamonier e Vicenta Perrotta;
Valdirlei Dias Nunes e Vitorino Campos.
Em 2024, todas as exposições temporárias do MASP possuem recursos de acessibilidade, com entrada gratuita para pessoas com deficiência e seu acompanhante. São oferecidas visitas em Libras ou descritivas; textos e legendas em fonte ampliada e produções audiovisuais em linguagem acessível, com narração, legendagem e interpretação em Libras que descrevem e comentam os espaços e as obras. Os conteúdos podem ser utilizados por pessoas com deficiência, públicos escolares, professores, pessoas não alfabetizadas e interessados. Os conteúdos ficam disponíveis no site e canal do Youtube do museu.
Visitas acessíveis
Pessoas com deficiência visual ou auditiva / surdas podem se inscrever para participar de visitas com a equipe de Mediação e Programas Públicos do MASP.
É só fazer a inscrição nos formulários abaixo:
Visitas em Libras - às quartas-feiras, às 16h30
ACESSE O FORMULÁRIOVisitas descritivas - às quintas-feiras, às 16h30
ACESSE O FORMULÁRIOAs inscrições são feitas sob disponibilidade, por ordem de inscrição.
Conteúdos audiovisuais em formato universal
Com narração, descrição, legendagem e interpretação em Libras - os conteúdos audiovisuais acessíveis são desenvolvidos a partir dos textos curatoriais, apresentando um panorama do que pode ser visto na exposição.
Caderno com textos e legendas em pdf acessível
Os cadernos acessíveis são compostos por todos os textos e legendas das exposições, em fonte ampliada, além de instruções com relação às salas de exposição, disposição das obras nas paredes, possíveis fluxos e circulação pelos ambientes e breve descrição do espaço. Através do pdf acessível, o visitante pode habilitar o leitor de tela e ouvir todo o conteúdo textual das mostras e suas orientações espaciais.
Documentários MASP Renner, temporadas 1, 2 e 3
No projeto MASP Renner duplas de artistas e estilistas convidadas produzem obras em conjunto para a coleção do museu. A iniciativa dá continuidade ao acervo de moda do MASP, incorporado nos anos 1970 com as coleções desenvolvidas pela Rhodia - empresa de tecidos sintéticos - na década anterior.
Nos vídeos, os artistas, os estilistas e os curadores apresentam seus processos de criação e pesquisa, avaliam os limites e as aproximações entre arte e moda e discutem a importância da moda no museu. Dentro da proposta de acessibilizar os conteúdos de todas as exposições ao longo de 2024, os documentários receberam interpretação em Libras.