O curso tem como objetivo apresentar uma seleção de temas pertinentes à discussão e problematização do que se convencionou chamar de arte africana tradicional. Os temas propostos foram pensados de forma a estimular os alunos a pensarem criticamente sobre os lugares ocupados pelas produções artísticas africanas ao longo do tempo na história da arte, cujas implicações refletem no tratamento dado a elas nas coleções de museus, exposições e publicações especializadas.
Aula 1 - 12/04
Arte africana: uma introdução
A aula tem como objetivo apresentar um panorama da diversidade estilística e formal das produções artísticas africanas, tais como máscaras e estatuetas, buscando problematizar noções disseminadas pelo ocidente relacionadas à ideia de pureza e de autenticidade, que acabam por projetar as obras num passado fictício e imaginado.
Aula 2 - 19/04
Mudanças de paradigmas na história da arte na África.
A aula tem como objetivo discutir como o conhecimento de determinadas produções artísticas pelo ocidente entre fins do século 19 e meados do século 20 foram fundamentais para a mudança de paradigma na história da arte africana ao revelarem ao mundo aspectos não antes cogitados ao se pensar a arte nesse continente. Terão destaques as produções de Nok, Igbo-Ukwu, Ifé e do antigo reino do Benim.
Aula 3 - 26/04
“Anônima, não identificada, desconhecida...”: discutindo autoria na arte africana tradicional.
A aula pretende discutir a questão da autoria na arte africana tradicional, desconstruindo a ideia de uma produção coletiva e sem espaço para a criatividade e invenção. Desde pelo menos a década de 1930, estudiosos como Frans Olbrechts e William Fagg, entre outros, tiveram papel de destaque no reconhecimento da “mão individual” do artista, inaugurando uma série de estudos sobre o tema.
Aula 4 - 03/05
Arte africana no Brasil: o MASP como estudo de caso.
Apesar de constituídas de diferentes formas e muitas vezes em momentos distintos, as coleções de arte africana no Brasil compartilham concepções e apresentam diálogos desconhecidos do grande público. Ao tomar como estudo de caso o MASP, a aula discutirá algumas noções sobre arte africana que foram construídas de forma específica no país.
Visita a exposição Acervo em Transformação
Juliana Ribeiro da Silva Bevilacqua é historiadora, mestre e doutora em História Social pela Universidade de São Paulo. É autora do livro Homens de Ferro. Os ferreiros na África central no século XIX (São Paulo: FAPESP; Alameda, 2011) e coautora do livro África em Artes (São Paulo: Museu Afro Brasil, 2015). Atuou como pesquisadora em instituições como o Museu Afro Brasil, Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo e MASP. Atualmente é professora colaboradora na linha de pesquisa Questões de arte não europeia no programa de pós-graduação em História da Unicamp.